segunda-feira, dezembro 03, 2007

A privatização da Saúde

São números: pelos cálculos, dentro de pouco mais de um ano, em 2009, teremos mais de duas mil para cinco mil camas hospitalares no privado
Seria curioso ver onde é que aparece essa oferta e cruzá-la com o encerramento de algumas unidades pelo Ministério da Saúde.
Ora a reportagem que o fez, diz-nos que não, contra o que se poderia pensar, essas unidades não aparecem como resposta nos sítios onde foram encerrados os SNS.
E porquê? Porque "o critério económico usado para encerrar serviços públicos não será o mais apetecível para investimento da hospitalização privada". Eram pouco rentáveis, e portanto não será aí que o
comércio, perdão, a saúde para quem a pode pagar, terá resposta.
Ora se 20% dos portugueses já tem seguro de saúde, calculo que esses segurados - que podem recorrer com mais confiança aos privados - se situem mais nos grandes centros e suas periferias.

E o resto? Irá ficar cada vez mais deserto?
Que podem existir boas respostas, sabemos nós.
O Canadá tem uma população bem disseminada e contudo um excelente serviço de saúde.

Ah, claro, mas isso é outro modelo. Pois, já se sabia.

7 comentários:

josé palmeiro disse...

Este é um assunto que me causa náuseas. Dê as voltas que der não encontro explicação para o facto que, por cá, teima em acontecer.

Anónimo disse...

É a tal coisa, tanto dá dar-lhe na cabeça, como na cabeça lhe dar. Quer se avalie por uma banda quer pela sua 'complementar' o certo é que se conclui sempre que a Saúde é um negócio... mesmo para o Estado.

Anónimo disse...

Aqui a «metáfora fotográfica» também tá gira. Realmente a auscultação é para o dinheiro!
Os meus amigos têm todos seguros de saúde. Mas, por exemplo, um tio meu quando o quis fazer já não podia porque (pelo menos ali ) não aceitavam pessoas com mais de 60 anos. E, de qualquer modo, pagar 100 e tal euros por mês só para um seguro não é para todos.
Quanto aos Centros de Saúde, é curiosos como podem variar. Eu, para ser franco, como na altura em que me inscrevi no Centro de Saúde não escolhi Médico de Família, sou pessimamente atendido e nem lá vou. Mas conheço pessoas que são seguidas há muitos anos e sem razão de queixa. É complicado generalizar.

Anónimo disse...

Claro.
Mas os privados iriam abrir onde o MS achou que estar lá não dava lucro?...

Anónimo disse...

Li os comentários depois de ter escrito o meu. Realmente é uma metáfora fotográfica, o teu boneco.
Boa malha, esta foto!

Anónimo disse...

Olá! Também acho que a imgem resume tudo! Mas que "estes senhores" pensam que o resto do mundo ou é parvo, ou anda a dormir, pensam! É evidente que o crescimento dos Serviços de Saúde Privados são parlelos á insatisfação em relação ao SNS, para além de contrapartidas bancárias, muito apelativas, para recorrer a esses seguros (o Médis, por exemplo). Mas que o fecho generalizado de Hospitais e de serviços são o próximo passo pró desenvolvimento do privado, está na cara! Se dantes os Serviços de Urgência, médicos de família, consultas especilizadas, etc, eram só pra alguns, agora imaginamos as enchentes que tenderão daqui prá frente! (Eu estive 20 anos inscrita no Centro de Saúde há espera que me fosse atribuido Médido de Família, até há cerca de 1 ano, pq a "espera" já era "ilegal", mas a médica é EXCELENTE)!
Mas com este estado de coisas, quem se safa? Quem faz um seguro privado e é atendido, um bocadinho melhor, numa Clínica! Quem se lixa? É quem tem que recorrer aos SNS, principalmente aqueles que são da "Província" e do "interior ostracizado"! Quem ganha com isto tudo? O Estado, que não gasta e ainda vai cobrar impostos (?) e, claro, os donos das Clínicas!

cereja disse...

Bem, eu vinha fazer a minha 'ronda' habitual no fim do dia, mas acho que este comentário final da Leonidas disse tudo.