terça-feira, dezembro 11, 2007

Mortalidade infantil

Esta é uma boa notícia.
Uma muito boa notícia.
Já é sabido que a desgraça que era a mortalidade infantil nos séculos passados - e ainda há cem anos - era uma questão que felizmente já era do passado.
Em tempos que já lá vão, um casal que tinha dois filhos adultos, tinha decerto perdido o dobro ou o triplo, em bebés.
Com as vacinas e os cuidados de saúde que hoje estão generalizados, esses casos são verdadeiras excepções.
Contudo, ainda em 1990 podíamos ver que os óbitos eram de 10 em cada 1.000 mas no momento o valor é apenas de 3,3 por mil
É claro que pode ainda ser aperfeiçoado, pode-se sempre, afinal a Suécia tem uma taxa de 3,1, mas este nosso valor já é um bom indicativo.
Falta depois equacionar que vida vamos dar a estes bebés.

14 comentários:

Anónimo disse...

Hoje em dia encaramos com tanta naturalidade essa baixa de mortalidade que nem imaginamos que não foi sempre assim.
Eu creio que o «império da criança» que hoje se vê, é porque as pessoas se afeiçoam muito mais. Há dois ou três séculos, era uma defesa, os adultos não se afeiçoavam tanto porque era uma fatalidade, já sabiam que os iam perder ainda de tenra idade.

Anónimo disse...

Ainda cá volto para gabar o bocejo do bebé.
Adorável!!!

Anónimo disse...

Não sei se essa da afeição seeia assim.Depende do que significa afeição a um filho...O que me parece é que a noção de "fatalidade" era tão forte quasi tão forte como a resignação...Se se olhar nos tempos de hoje para uma daquelas mâes africanas de filho ao colo cujas fotografias não aparecem nos "décors"das grandes cimeiras para resolver(que eufemismo)a cooperação Àfrica-Europa,não vemos sofrimento?Um imenso sofrimento de mistura com a resignação de quem é completamente impotente?A minha avó Margarida,avó materna,teve i2 filhos.Sobreviveram até à idade adulta 7.E eu ouvi relatos de um imenso sofrimento...AB

josé palmeiro disse...

Entendo perfeitamente as posições expostas, mas por motivos óbvios, estou noutra, e porquê?
- Os meus dois netinhos, vão ter mais um irmão ou irmã e, consequentemente, eu vou ser, triavô! E esta?

Anónimo disse...

Parabéns Zé Palmeiro.AB

méri disse...

Parabéns, Zé!

cereja disse...

Parabéns!!! A família Palmeiro já ultrapassa a meta de manter a natalidade.

AB - É claro que há de tudo, e essa resignação como dizes tinha decerto um grande papel, mas penso que a Joaninha tem razão. Quando lemos livros de sociologia da família vemos que nos séculos passados por um lado as famílias da burguesia e aristocracia tinham amas de leite a quem entregavam os seus bebés com a maior naturalidade. A ligação quando eram muito pequenos era muito distante. E a gente do povo, assoberbados de trabalho, também os cuidados que davam aos recém nascidos era mínimo. Não digo que não tivessem pena de perder um bebé mas eram mesmo tempos diferentes.

Anónimo disse...

(parabéns, trisavô babado...)
Ninguém pegou na última frase:
"Falta depois equacionar que vida vamos dar a estes bebés".
E aqui é que está o busílis.

Anónimo disse...

E a impressão que faz, estes números da Europa, tão agradáveis com os do resto do Mundo, sobretudo África.
Não estamos esquecidos, pois não?

Anónimo disse...

Já que vem a propósito do que disse, fui procurar e deixo para AQUI

josé palmeiro disse...

Cabe-me agradecer a todos, os parabéns. OBRIGADO!
Tens razão, Mary ao focares a última frase da Emiéle mas, felizmente, aquele casal tem capacidades quer temporais quer financeiras para lhes dar o AMOR, necessário. Por aí estou descansado, assim venha com saúde, como os primogénitos.

Anónimo disse...

Voltando á vaca fria Emiele e à questão dos afectos relacionada com a "distancia" da relação.È verdade as amas de leite mas isso significava mais distancia afectiva?Estavam dentro de casa as crianças e, como temos estado a ver noutros campos como por exemplo no ter em conta o"querer"das crianças toda a cultura educacional era diferente.Mas isso significava menos afecto?Ou melhor a "qualidade" desse afecto era menor que a de hoje quando se é obrigado a ir pôr as crianças num infantário logo de manhã e a ir buscá-las á noite?Isto não é também distancia?O.K.Vamos nós levá-los e buscá-los. E então?Se me disseres que há extratos sociais em que a degradação é tanta que nem dá para o afecto,aí estamos de acordo.No resto, tenho dúvidas em afirmar que um determinado Status ,implicando "distancia" não implica afecto.AB

cereja disse...

Esta conversa dava aqui pano para mangas. Sem atingir os extremismos da Elisabeth Badinter, mas o que a gente sabe desses tempos mais antigos não nos garante que houvesse uns afectos tão fortes pelas crianças como na actualidade. De certo que não era tudo igual e devia haver excepções, como agora também as há de sinal contrário. Mas a criança era «um objecto» de que os pais eram donos, e nas classes mais baixas o seu seguro de reforma. Nas mais altas uma confusão pelas heranças e os morgadios.
Mas esta conversa levava-nos longe, e não cabe aqui numa caixa pequena.

Anónimo disse...

Meu Deus onde já vai a Badinter!Depois disso já correram rios de tinta sobre a Sociologia da familia e até sobre outras noções como coeficiente afectivo etc.de que a Badinter nem tinha ouvido falar.Claro que não cabe em caixa de comentário,mas de vez em quando apetece quebrar o unanimismo e o O.K.muito bem, muito bem.Feitios...(mas não foste tu outro dia que chamaste a atenção para as saudades de uma pequena "afixisse"?).AB