quinta-feira, dezembro 06, 2007

Cá voltam os sacos!


Vamos lá a ver, eu não tenho nada a favor dos sacos de plástico.
Quero bem lá saber qual o material onde os produtos que compro são embalados. Só que, se vou fazer compras, parece-me que não é exigir muito, desejar não ter de transportar na mão aquilo que comprei.
Quando vou a uma livraria, trago o livro embrulhado ou num saco. Se vou comprar sapatos, a mesma coisa. Parece-me normal.
Mas essa regra não se aplica aos super-mercados. Parece que nesses locais, para além de pagar o produto tenho de pagar também o seu embrulho!
E isto vem a propósito da ideia do governo, da
taxa ecológica”.
A minha lógica deve ser uma batata, ou então é a deles. Utilizam-se demasiados sacos de plástico? Se calhar fazem-se demasiadas compras, ou é porque não é o vendedor que coloca o produto no saco. É claro que os sacos podem ser de outro material mas, pelos vistos, de papel ainda é pior, caímos da frigideira para o lume, que o papel é um bem importante.

Toda esta conversa vem porque a utilização de sacos de plástico "dificulta as operações de recolha e tratamento de resíduos sólidos, afecta as redes de saneamento de águas e contribui para a deterioração da paisagem e para a poluição". Só os sacos. A esmagadora maioria dos produtos que consumimos vem em embalagens de plástico porque a era dos cartuchos de papel já passou, mas a embirração é com os sacos; claro que dentro dos sacos exteriores, vêem mais trinta saquinhos mais pequenos que também não são reutilizáveis, por maioria de razão. Mas isso não conta, porque era impensável fazer-nos pagar por cada embalagem que comprássemos.

Só os sacos.

E o interessante é que a Sociedade Ponto Verde já recebe uma taxa sobre os famosos sacos, para “suportar financeiramente a recolha e o tratamento de resíduos”. E depois de nos encher os ouvidos com publicidade feita com criancinhas para aprendermos a utilizar os ecopontos… estes ficam cheios a transbordar e passam-se tempos sem fim até serem esvaziados. Uma visão nojenta.

Eu, de vez em quando ataco esta questão porque me incomoda. Não acredito que seja só no meu bairro, que se tenha de andar de ecoponto em ecoponto, até encontrar um onde caiba o lixo que cuidadosamente estivemos a separar.

É este o incentivo?

19 comentários:

Anónimo disse...

Algumas incongruências nestas coisas dos plásticos.
Por um lado, como dizes, até parece que o único plástico a combater é o dos sacos de asas dos supermercados, quando estamos rodeados de plástico por todos os lados. Mais de 90 % dos produtos que consumimos vem embalado em plástico. E essas embalagens não são reutilizáveis de todo! Por outro lado como é que vão jogar isto com a lei que aí vem de que nas esplanadas só se vai poder utilizar «loiça» de plástico????
Isto vai ter de ser melhor explicado, que raio de moralidade.

Anónimo disse...

Eu não sei se disse o que queria dizer. É que em resumo quem se lixa sempre é o consumidor!

Anónimo disse...

É que têm de cumprir as metas da UE e patati e patatá.
Claro que quem se lixa é inevitavelmente o cliente. Até poderiam dizer o contrário - quem abdicar de saco tem desconto... talvez fosse mais estimulante.
Nos países do norte, Suécia, Dinamarca, todas as garrafas podem ser entregues nos supermercados e recebe-se dinheiro. Aí, estimula-se realmente.

Anónimo disse...

Eles já recuaram.
A notícia que linkaste foi de ontem e pelos vistos nesta terra andamos muito rápido!

Anónimo disse...

Mas, já agora, o ponto que assinalas ( e a que remetes para o link do antigo Pópulo) do desleixo na recolha destes lixos, ten toda a razão.
Desmoraliza muito, ter-se o cuidado de separar em casa, e chegar lá para deparar com aquele espectáculo!
(e há pior do que o que mostras...)

Anónimo disse...

Mas só os nomes chiques que eles arranjam para as coisas...ainda ontem reparei num saco que tinha escrito o nome pomposo de "recolha de residuos resultantes de varredura"Bolas isto custa dinheiro e depois sabe-se lá o que se varre...E depois há a questão da arte.Desde o Wahrol que o plástico ou é perene ou então o mercado da arte é uma batata...AB

Anónimo disse...

Voltando ou continuando com a vaca fria: o desmazelo da recolha do que está nos ecopontos.
Lisboa há muito tempo que é uma cidade suja. Muito suja. Sujíssima. Está um nojo. Desde os escarros que continuam a fazer-se como há cem anos (se não se pode urinar na rua porque é que não é também multado quem escarra?!) à merda de cão que invade os passeios, as beatas de cigarros que enchem todos os interstícios, prospectos publicitários a voarem ao vento, e por todo o lado embalagens vazias de tudo e mais alguma coisa – batatas fritas, iogurtes, pastilhas elásticas, garrafas de água, latas de sumos, embalagens de preservativos (o que é bom sinal) , e muitas embalagens estranhas que não se adivinha para que serviram.
Agora, como apoteose desta lixarada toda, temos os famosos Ecopontos. Viva o Ecoponto para o reino dos ratos e baratas. Em seu redor, como uma cauda, espalha-se tudo o que é lixo! Há os cidadãos cumpridores que se esforçam por ser bonitos e vão lá depositar os jornais e garrafas e pacotes de leite vazios. Depois há os outros que se dão ao trabalho de separar os lixos e ir até lá e depois… deixam-no ao lado. Não consigo perceber porque raio não o metem no sítio certo, porque o pior já fizeram, mas isso deixa os arredores com um péssimo aspecto – como se vê na tua imagem.
E há quem deixe ali o lixo como se fosse um contentor.
Mas tudo isto se resolvia se aqueles senhores, os «donos dos ecopontos», esvaziassem aquela droga com a frequência necessária. Porque o não fazem enquanto nos enchem os ouvidos com propaganda para ir lá levar as coisas, é um mistério
(desculpa o lençol, mas tenho um na minha rua que atrai moscas e bicharada que é um horror, e estou pelos cabelos!!!!)

josé palmeiro disse...

Tens toda a razão em levantar este problema. Por maioria de razões o papel, não é solução. Por sinal ontem escrevi, na SESTA, sobre o assunto.

Anónimo disse...

Mas uma taxa para os sacos?Então e os "sacos azuis" são feitos de quê?Taxa para saco é "sacanagem"...AB

Anónimo disse...

RS: acrescento a esse rol enorme de lixo que se encontra pelas ruas a praga das pastilhas elásticas.

Uma sugestão: Quando vamos aos supermercados comprar o que necessitamos trazer apenas isso e deixar por lá todas as embalagens dos produtos que já vêm embalados. Quantas vezes as latas não estão acondicionadas em plásticos, os legumes têm uma base de esferovite supérfula, os pacotes ainda têm uma embalagem de cartão extra, etc, etc.

méri disse...

Ora aqui está um assunto em que não estou completamente de acordo contigo - quanto aos sacos de plástico.
Parece-me que tudo o que leve a desincentivar a utilização de sacos de plástico é positivo.
Claro que temos muitos outros plásticos à nossa volta, mas já seria uma grande redução se todos reaproveitassem os sacos que têm.
Desde 1998 (quando apareceram)que utilizo o "saco verde" - são fortes, resistentes e quando começam a ficar velhos ou rompem trocam-se. Não resolve o problema mas tento seguir o lema da campanha - reduzir, reutilizar e reciclar. Foi por isso que quando o pingo doce começou a cobrar os sacos isso não me afectou, estou habituada a andar com pelo menos um desses sacos na carteira e nunca trago os sacos dos mercados - super ou não - oferecidos
(com tanta unanimidade de comentários espero não levar muito...)

Anónimo disse...

Olá Méri!
Eheheheh! (eu sou a outra)
Vamos ver - eu sou uma das da 'unanimidade' e portanto levanto a luva. :D
Por mim continuo a achar um abuso ter de se pagar mais para trazer as compras para casa; como a Emiéle disse qualquer outra loja embrulha-nos os produtos que vende. Se há abuso e há quem traga mais sacos do que os necessários bastava, como fazem nalguns sítios, meterem eles próprios os produtos dentro dos sacos indispensáveis.
Por outro lado imensa gente usa esses sacos para o caixote do lixo. Como é? Vamos poupar os do supermercado e depois comprar outros (também de plástico) "próprios para o caixote" como há quem faça?... Não vem a dar ao mesmo? Só que mais caro para a nossa bolsa.

saltapocinhas disse...

tens toda a razão, é um novo imposto camuflado (ou nem isso!)

O que eu acho que se devia fazer era trazer o minimo se sacos possivel, que até é o que eu faço.

e os sacos que trago do hiper servem, entre outras coisas, para pôr o lixo.
se não fossem esses sacos teria de comprar outros!

Anónimo disse...

É o que eu penso, Salta!

cereja disse...

Oi, Méri. Olha começo por ti, porque aos outros posso responder integrado na tua resposta.
O primeiro ponto que queria referir é que a vulgar «unanimidade» em relação ao que escrevo até me levanta muitas dúvidas; penso que só abordo questões consensuais o que não mostra grande coragem do meu lado, nunca levanto nada de polémico. Às vezes tenho até saudades do Afixe, com tanta provocação aos leitores. Portanto, quando há uma discordância, fico mais animada!!!
Agora quanto ao meu ponto de vista: eu também tenho um 'saco verde' (aliás tive muitos que aquilo também se estraga, é claro) e até tenho uma «rede» como no tempo das nossas mães. Simplesmente não chega. Dá para as compras diárias de uma fruta, pão, hortaliça, mas muito frequentemente venho carregada com dois ou três sacos. Ora, acho que não é SÓ nos sacos que se faz desperdício de material plástico. Como disse ali o Pedro, muitas vezes apetece lá deixar ficar parte do «lixo» das múltiplas embalagens muitas vezes supérfluas. Poderia fazer-se uma campanha junto dos fabricantes para se moderarem. Mas dá ideia que embicaram com os sacos em especial! Como eu disse, se não fossem os clientes a meterem as compras nos sacos, (e há sítios onde é assim) poderiam controlar melhor os que são usados sem necessidade. Mas para levar as mercadorias compradas nesse estabelecimento, parece normal que o preço do «embrulho» venha incluido naquilo que se paga. Desculpa, mas sinto-me 'explorada' com esse pagamento extra andando a fazer publicidade à loja. Uma vez contei aqui que quando vou ao Pingo Doce, levo sempre sacos do Carrefour ou Continente.
Por outro lado há também a questão que levantaram a Saltapocinhas e a Mary: esses sacos fazem-nos poupar os outros que se usam para o lixo.
Desincentivar o uso do plástico, OK. Mas porque vão marrar só com a porcaria dos sacos?...! e, como disse a Joaninha, agora obrigam as explanadas a terem 'loiça' de plástico????

méri disse...

Pois, emiele, eu disse que não estava completamente (não sei sublinhar) de acordo. Acho que tens razão, na tua argumentação, tal como outros comentadores - o que quiz sublinhar é que já seria alguma coisa se se gastassem menos sacos...não ficar ao critério de cada um a quantidade de sacos que traz para casa. Mas tenho plena consciência que não resolve o problema do plástico - que é mesmo um problema

(os sacos verdes quando se estragam trocam-se, sem gastar nada)

cereja disse...

Olha que não sabia.
Sempre comprei mais um...
Já fico com essa informação :)
(a propósito, a Fernanda Câncio tem hoje uma OPINIÃO que concilia as nossas posturas. Até porque o que eu queria dizer, e hoje no post Inventário insisto, é que me dá volta ao estômago o desleixo em que estão os ecopontos.

Anónimo disse...

É um daqueles assuntos que me dão a volta ao estômago. Como dizes, Emiéle, se não é em plástico que seja noutra coisa qualquer. Plenamente de acordo. Há muitas formas e feitios mas claro que a mais fácil é fazer pagar o consumidor. Algumas perguntas:

1. Porque é que não se legisla no sentido de interditar de uma vez por todas os sacos de plástico?

2. Porque é que não se estimulam alternativas, deixando o mercado funcionar e não impôr uma regra comum a todos? ie, deixar que o consumidor decida em função da entidade que lhe prestar o melhor serviço? Incluído a forma de embrulhar dos produtos adquiridos?

3. A reutilização dos sacos é uma falsa questão. Ao preço a que está o petróleo, a reciclagem dos plásticos é uma mina de ouro...;

4. Deviam fazer mais e mais campanhas de sensibilização. Não de ecopontos. Porque é que as pessoas têm que levar para casa um "saquinho" por comprarem um jornal ou revista? Eu não levo, por norma. Até porque dói-me menos as mãos, carregando debaixo do braço os jornais e revistas do que num saco de plástico;

5. Mas o saco de plástico não é (era) uma forma de marketing de quem o dava?... Façam agora outro tipo de marketing que não "lixe" o consumidor, as usual...

Enfim, Emiéle. São tantos os aspectos e tantos os assuntos que tudo o que seja ganhar mais uns cobres é válido.

cereja disse...

Miguel, isto é muito mais que um comentário!
Olha, amanhã pespego isto lá em cima à laia de post.