terça-feira, dezembro 04, 2007

As famosas “pontes”

É um tema que a mim me dá que pensar. A celeuma que se faz sempre com a questão das “pontes” entre dois dias feriados.
O JN trás hoje em parangonas de Primeira Página o «escândalo das pontes» dizendo que
Mais de um terço do próximo ano será para descanso
Eu bem sei que a tal galinha do vizinho é mais gorda do que a minha, e só com essa visão ciumenta é que a falácia deste raciocínio é possível. Cada uma das pessoas que não pode ou não quer fazer algumas das tais “pontes” olha invejosamente para quem as faz.

Porque o próximo ano não tem exactamente tanto descanso como aquele em que estamos apenas porque neste que passou alguns feriados caíram em dias que já eram de descanso.
A verdade verdadinha é que, se neste ano, alguns dias de descanso ‘foram roubados’, o outro raciocínio é feito supondo que quem usa as tais “pontes” o faz à custa de faltas. Ora o certo é que o dia de descanso que se goza entre feriados ( a "ponte") é um dia que se tira às férias ‘grandes’. Ou seja, se um trabalhador tiver 25 dias de férias e o ano tivesse feriados que permitissem fazer umas 20 pontes, ele teria no final 5 dias de férias…
Aquelas contas que enchem o olho e a indignação de que «um terço do ano é de descanso» está a somar tudo, as pontes mais as férias!
É que já agora também podiam somar o descanso das 8 horas de sono todos os dias (mais 121 dias) o que daria 100 dias de trabalho apenas.

Mas, se incomoda tanto essas pontes, porque não fazer como outros países que juntam o feriado ao fim-de-semana - e se por acaso ele cai em cima de um fim-de-semana transita para o dia útil mais próximo.
E nesse caso as 'verdadeiras' férias ficam intactas.


9 comentários:

Anónimo disse...

Eu percebo o que dizes e em certa medida concordo contigo. Mas, MAS! tens de levar em conta que quando se escreve isso, está-se a pensar nas "pontes" oferecidas pelos patrões. Mesmo o Estado, muitas vezes, dá o dia de intervalo como um bónus. e aí, é claro que não entra no computo das férias.
Contudo isso acontece cada vez menos, acontecia quando para compensar outras carências (subida de ordenados, p.e.) se dava esse rebuçado para calar s bocas. Assim, tipo «não tens pão mas toma lá um caramelo».

josé palmeiro disse...

Para já, os peixinhos vermelhos estão mesmo a necessitar de uma pontezinha, para se juntarem. Quanto ao texto, pergunto: Ainda dura essa discussão das "pontes"? É que já se torna recorrente, dizer sempre a mesma coisa, aborrece. Aos anos que cantam a mesma cantilena.

josé palmeiro disse...

Volto aqui, porque estou numa posição em que, as pontes, para mim não servem, pois estou sempre nelas. Mas, só quem não trabalha ou nunca trabalhou, pode ignorar o bem que faz, à saúde e ao trabalho, a existência dessas paragens, tão justas como necessárias.

Anónimo disse...

Pois é Palmeiro, é uma espécie de mito urbano ou coisa assim. Ninguém o demonstra mas todos falam como de um terrível desastre.
Assim como o mito de que cá há mais feriados do que noutros países. Completamente falso!
Estamos na média. Não temos poucos, mas não somos os campeões dos feriados.

Anónimo disse...

Hoje parece que só cá estamos «os habituais» mas vi que já há uma gracinha de AB, lá em cima...
A nossa Joana tem razão, o que sustenta esse «mito» é a ideia de que os patrões começando pelo Estado, oferecem esses dias, de borla aos trabalhadores.
Isso é que era bom!
Até pode acontecer que o Estado, ofereça UM desses dias ao longo do ano, mas raramente abre os cordões à bolsa mais do que isso. E, quando as tais pontes metem 2 dias, quando o feriado 'cai' a uma quarta, como às vezes acontece, isso então só mesmo metendo dias de férias a descontar em Agosto, é claro.

cereja disse...

Bem, a verdade é que o artigo em si, até dizia que quer este ano quer o ano que vem, tinham alguns dos feriados a cair em dias que já era «feriados» ou seja, não se lucrava lá muito mesmo que as tais 4 ou 5 pontes fossem aproveitadas. A verdade é que se cá se usasse o sistema inglês de 'encostar' os feriados ao fim de semana mas, no caso de cairem exactamente ao fim de semana, passarem-no para um dia depois, até ficaríamos a ganhar...
O irritante é que o corpo do artigo dizia uma coisa, mas o título insinuava outra como aqui disse. E a conversa já vem de tão atrás que chateia!!!

saltapocinhas disse...

e se continuares as contas, ainda ficam a faltar dias ao ano!!

ilha_man disse...

Mas a ideia de encostar os feriados ao fim-de-semana e os feridos que caem no fim-de-semana transitarem para a segunda-feira foi proposta por Cavaco Silva equanto 1ºMinistro.Na altura achou-se um escândalo comemorar os feriados em dias diferentes dos "normais".Como se dizia na altura: que escândalo nacional e de lesa pátria seria comemorar o 25 de abril a 26 ou a 24...

cereja disse...

Pois é, Saltapocinhas, eu conhecia uma historieta/anedota que era isso: um patrão perante o pedido de aumento de um empregado, vai-lhe demonstrando, somando tudo diversas vezes que ele não trabalha mesmo nada! Baseei-me um pouco nisso para a brincadeira que escrevi.
Ilha_man, é claro que deve haver resistência de início. Não é só o 25 de Abril ou o 5 de Outubro, fazia confusão o Sto António, e o S. João terem feriados noutros dias, e a igreja podia não gostar de ver o Corpo de Deus, a Imaculada Conceição, Todos os Santos, passarem a ser festejados noutras datas.
Mas era mais prático, sem dúvida. E havia benefícios para quem trabalha.