A publicidade enganosa
Ao tempo que eu esperava qualquer coisa deste tipo.
O DN traz em título de primeira página: «Iogurtes têm de provar que fazem bem à saúde» .
Parece que a UE reparou que existiam para aí alimentos que promoviam a sua venda convencendo os compradores que para além de serem saborosos, bons, e úteis como alimento em si mesmo, tinham qualidades formidáveis que os transformavam em verdadeiros medicamentos. Quem não estámassacrado farto de apanhar com anúncios muito científicos a explicar isso mesmo?
Ora parece que vem por aí uma legislação que pretende moralizar essas ‘informações’. (Bom, depois vamos ver como se vai cumprir a dita lei, uma vez que sabemos que isso é o calcanhar de Aquiles, cá da nossa terra)
Mas, por mim, acho que já é mais do que tempo de se encontrar outra forma de promover as vendas. Porque tal como a coisa anda a ser feita é até perigoso.
O certo é que quase tudo, em pequenas doses pode «fazer bem», e ao aumentar as doses ter o efeito oposto.
Achei curioso e importante terem pegado no caso dos iogurtes. O certo é que é um dos produtos que é mais usado na alimentação infantil, e bem. Muitas crianças gostam mais de um iogurte do que do leite, até porque tem açúcar e sabores bons. Mas há uns ‘iogurtes condensados’ – não interessa a marca – que de aparência são pequeninos mas valem tanto como um grande. E muitas pessoas dão ou deixam os filhos comer 2, 3, 4, exactamente por serem pequeninos. Uma dietista já me explicou o erro que isso é – apesar de se comer de uma vez só, equivale a um copo de leite e portanto vários torna-se numa bomba nutricional.
E depois há os alimentos que fazem emagrecer, e os que combatem o colesterol, as pastas de dentes que evitam as cáries, e até produtos que ajudam a evitar o cancro. Acho também muito sugestivo, a introdução de termos muito eruditos, que 99% de quem lê não faz a menor ideia do que seja, mas dá um «ar sério». E quase sempre «aconselhados por médicos» (não se diz quantos) mostrando o dito produto na mão de alguém de óculos, bata branca e estetoscópio ao pescoço.
O respeitinho é muito bonito.
Bem, venha a lei, primeiro. E faça-se cumprir, a seguir.
Porque podemos sempre comprar um produto simplesmente por ser de boa qualidade!
O DN traz em título de primeira página: «Iogurtes têm de provar que fazem bem à saúde» .
Parece que a UE reparou que existiam para aí alimentos que promoviam a sua venda convencendo os compradores que para além de serem saborosos, bons, e úteis como alimento em si mesmo, tinham qualidades formidáveis que os transformavam em verdadeiros medicamentos. Quem não está
Ora parece que vem por aí uma legislação que pretende moralizar essas ‘informações’. (Bom, depois vamos ver como se vai cumprir a dita lei, uma vez que sabemos que isso é o calcanhar de Aquiles, cá da nossa terra)
Mas, por mim, acho que já é mais do que tempo de se encontrar outra forma de promover as vendas. Porque tal como a coisa anda a ser feita é até perigoso.
O certo é que quase tudo, em pequenas doses pode «fazer bem», e ao aumentar as doses ter o efeito oposto.
Achei curioso e importante terem pegado no caso dos iogurtes. O certo é que é um dos produtos que é mais usado na alimentação infantil, e bem. Muitas crianças gostam mais de um iogurte do que do leite, até porque tem açúcar e sabores bons. Mas há uns ‘iogurtes condensados’ – não interessa a marca – que de aparência são pequeninos mas valem tanto como um grande. E muitas pessoas dão ou deixam os filhos comer 2, 3, 4, exactamente por serem pequeninos. Uma dietista já me explicou o erro que isso é – apesar de se comer de uma vez só, equivale a um copo de leite e portanto vários torna-se numa bomba nutricional.
E depois há os alimentos que fazem emagrecer, e os que combatem o colesterol, as pastas de dentes que evitam as cáries, e até produtos que ajudam a evitar o cancro. Acho também muito sugestivo, a introdução de termos muito eruditos, que 99% de quem lê não faz a menor ideia do que seja, mas dá um «ar sério». E quase sempre «aconselhados por médicos» (não se diz quantos) mostrando o dito produto na mão de alguém de óculos, bata branca e estetoscópio ao pescoço.
O respeitinho é muito bonito.
Bem, venha a lei, primeiro. E faça-se cumprir, a seguir.
Porque podemos sempre comprar um produto simplesmente por ser de boa qualidade!
11 comentários:
É verdade! E ainda há os que são light porque não têm açúcar e estão carregados de fenilalanina... completo engano...
Oi!
Olá, olá!!!
Obrigada pela tua visita ontem, mesmo tarde ainda cá apareceste!!! Amigão!
Pois é, Farpas. Disto percebes tu mais do que eu, mas pelo que me tenho informado estou convencida de que tenho razão no que digo.
Os produtos que «não fazem engordar» ou «fazem emagrecer» para mim são dos mais enganosos. Como dizes, são light porque não tem uma coisa e depois vamos a ver e têm outras...
Ah, e mais uma coisa: se são light são quase sempre mais caros!
Não há meio de me habituar a encontrar o noctívago Farpas por aqui antes de mim!!! :)))
Quanto a esta questão, oh menina a quem o dizes!!! Sempre me fez confusão a necessidade de um produto, leite, manteiga, pão, precisar de ser «enriquecido» com vitaminas, mais cálcio, e mais produtos estranhíssimos com nomes em latim ou coisa do género. E vejo que o Pãorico não tem colesterol (coisa estranhíssima pois que quem o tem não é o pão e sim quem o come!), ou o leite XPT é bom para os velhinhos por ter mis cálcio (quando se sabe que a questão não é ingerir o cálcio e sim fixá-lo!)
Mas o importante é que esses produtos excelentes e 'enriquecidos' claro que são ainda mais caros do que os originais que baratos é que não são!!!!
Não se entusiasmem.
Se este caminho for bloqueado, vem aí já outro truque qualquer!!!
Tem de se vender, né?
E... produzir?
O que é que eu digo a isto?Leiam os rótulos?Mas quem é que tem paciencia num supermercado para deslindar o que é a fenilalanina (credo)ou outro ina ou ismo qualquer?Legislação existe e isto não é publicidade enganosa.È marketing(não é a mesma coisa embora se cruzem)e autorizado, porque a menos que se vão meter, por exemplo, com a Néstlé que agora ,com autorização do governo, até dá aulas de comunicação públicitária praticamente nos infantários não sei se há remédio para esta coisa.AB
Destes encontros na caixa de comentários já se percebeu que a AB conhece profissionalmente o mundo da publicidade e se diz que «publicidade enganosa» é outra coisa, sabe o que diz.
Contudo, neste caso, eu também penso que há casos onde anda muito, muito, muito perto. Fui dar uma olhadela ao
Código de Publicidade e o que lá diz é que
«Note-se que a publicidade pode ser considerada enganosa do ponto de vista do conteúdo e da apresentação da mensagem»
Ora se com base no que é dito esperamos uns resultados da utilização do produto que ele nunca poderá dar, é um engano. Se a Becel afirma que faz diminuir o colesterol, é quase um medicamento, não é? Poderia, no limite, haver quem pensasse que se consumisse meio pacote por dia, dentro em pouco não tinha nenhum colesterol. E etc, etc…
Huuummm...
Não sei.
É que se não houvesse vendas, os trabalhadores não ficavam no desemprego...?
Pois exactamente King.Mas o que se põe na embalagem,em termos de informação escrita, não é invenção criativa.È informação do Marketing do produto ou da empresa.O papel da publicidade é embrulhar melhor ou pior essa informação ou então, indo mais longe, se se prova que a informação é errada pode-se recusar fazer a sua comunicação.Já me aconteceu recusar fazer campanhas cujos pressupostos eu considerei que eram atentórios da dignidade das mulheres.No entanto a campanha foi feita....por outros ,dentro da mesma agencia,porque era problema que não os afligia nada...E perder dinheiro e eventualmente o Cliente é coisa que as Agencias não desejam...AB
Tocaste num ponto interessantíssimo, muito bem secundada pelo especialista Farpas.
Pior que nada publicitar é publicitar enganosamente e com a dificuldade que a maioria tem em descodificar as menssagens, essa publicidade torna-se uma arma perigosíssma para a saúde e bolsa pública.
escreve o que te vou dizer: um dia destes os médicos vão "descobrir" que beber tanta água, como está na moda, só faz é mal e até pode fazer nascer rãs na barriga!
é tudo de modas e parece que a do iogurte está a acabar!
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