quarta-feira, novembro 14, 2007

Mas não é assim que se acaba a abstenção


Vai acabar o cartão de eleitor.
OK.
Se calhar eram cartões a mais, isso é verdade, se pretende lançar o famoso Cartão Único que está a ter um parto difícil, uma das ideias é simplificar a existência de tantos cartões de identificação de uma pessoa. E parecia-me bem que o dito «de eleitor» entrasse no dito CU.
Mas
estamos a simplificar muito, esse documento desaparece por completo pelos vistos. Muito bem, realmente há outras formas de identificar quem vai votar, e era complicado para muita gente que residia em certas terras mas trabalhava longe ter de se deslocar só para isso.
Contudo, para mim, o que está mais em questão não é isso. A desmotivação é a dúvida que se põe a muito boa gente -«para que serve votar».
Quando os eleitos procedem ao revés daquilo que se esperava, pensa-se que afinal…

11 comentários:

Farpas disse...

O meu cartão de eleitor já desapareceu há muito tempo... e não foi por isso que deixei de votar ou comecei a votar. Já o perdi há vários anos e nunca cheguei a pedir outra via, tenho votado sempre apenas com o BI.

cereja disse...

Penso que é só necessário levar testemunhas que nos conheçam, não é?
Aliás em dias de eleições eu tenho aqui no Pópulo dito mais ou menos essas coisas para os casos das pessoas que tenham perdido o cartão.
Mas se vão avançar com o tal «único» não entendo para que é isto, ainda por cima quando não há eleições à vista.
Ou há?

Anónimo disse...

Não é isso.
O que vai acabar é o recenseamento.
Como se viu que muitos jovens de 18 anos não se recenseavam, pensaram que o melhor era acabar com isso. Portanto, votar depende da qualidade de ser cidadão e ter mais de 18 anos.
Mas ainda não vejo como é que se vão fazer os «cadernos eleitorais»?!

Anónimo disse...

E, já agora, o que é isso de «cartão de cidadão»? Nunca ouvi falar.

Anónimo disse...

Que os jovens, em termos de recenseamento ,não estão muito para aí virados ,é verdade.Quanto aos cadernos eleitorais se calhar fazem-se a partir dos cemitérios como já tem acontecido(há muitos mortos com voz activa,são mesmos dos poucos casos de ressureição que se conhecem)e depois fazem~se as contas ao contrário de acordo com aquela máxima da "socialite"Caneças "estar vivo é o contrário de estar morto"e tb.já ouvi dizer que as próximas eleições eram no Campo Pequeno, em sessões continuas, com encenação do La Féria(desculpa lá oh Felipe mas às vezes pões-te a jeito)AB

Anónimo disse...

Mas mais a sério(tanto qt. o assunto permite)parece que o voto eletrónico está a vir para ficar...como o antiquissimo Toyota e se calhar como pensa que lhe vai acontecer o Senhor da revolução Socrática.AB

Anónimo disse...

Que inteligente é a AB!!!
Deve ser mesmo assim: primeiro quem nasce é logo marcado para o «caderno eleitoral» 18 anos depois. Pronto. A seguir vamos ao cemitérios e dá-se baixa dos que lá estão.
É uma conta simples...
Os Cadernos estão prontos.
(claro que quem for um nadinha cínico, pode pensar que se saltam alguns dos votantes dos cemitérios, que um descuido todos podem ter...)

Anónimo disse...

Joaninha só se um desses «que já cá não estão» decidisse votar e o seu voto aparecesse lá por magia. De resto a «não-limpeza» dos Cadernos só pode beneficiar a taxa da inflação. Claro que sabemos que é grande e não apenas em Portugal. Por vezes começa-se a pensar que a Democracia participativa terá de encontrar outras vias que não as partidárias.
Quanto ao «cartão», se não faz muita falta como demonstrou o Farpas, também porque é que não se espera pelo famoso Cartão Único (vulgo CU) e resolve-se tudo de uma vez..?!
O que me cheira é que apesar de o Sócrates já ter um, pelo que se soube, aquilo foi só para treinar o sistema que está ainda muito na fase experimental.

josé palmeiro disse...

Pegando no que diz o King, direi que quem tem CU, tem medo e Sócrates tem um CU. (malditas siglas).
O cartão de eleitor é, na perspectiva destes governantes, um cartão menor, uma atribuição da Junta de Freguesia, a última da escala das autarquias, mas a mais autêntica e mais verdadeira, porque mais junto à populações. Daí o esforço em lhes retirar essa função que faziam e fazem com denodo e profissionalismo.
Eu que estive numa Junta de Freguesia, como a nossa amiga Isabel do Troll, sabemos bem as falcatruas que se cometem e se for só votar com o BI, para pessoas honestas, não faz diferença, mas para as que têm mais que uma identificação, e eu sei disso, é facil votar duas ou três vezes, sem recorrer ao cemitério que esses são sempre certos, não falham, nem se abstêm.

Anónimo disse...

King não é só o Sócrates que já tem um.Há mais gente com cargos parlamentares ou governamentais.Só que parece que não podeser ainda massificado.Primeiro está o retumbante"perdi a carteira".Depois há-de vir o resto.À medida que as respostas a perguntas no Parlamento nos tais debates mensais se forem tornando dificeis(não sei se alguma vez serão incomodativas com o raio de oposição que "anda por aí")terá que haver uma coisa bombástica para anunciar e pode muito bem servir o CU ou outra parte qq. da anatomia ,desculpem, da burocracia.AB

Anónimo disse...

Grandes estórias conta o José Palmeiro sobre as manobras dos votantes, principalmente quanto aos mortos que nunca se abstêm.

Voltando ao post e à sua última frase "Quando os eleitos procedem ao revés daquilo que se esperava, pensa-se que afinal…" tem de se votar com exigência e não nos suspeitos do costume; é que os eleitos são isso mesmo e se são a &%$)# que são aos cidadãos se deve.
E isto sou eu que ainda tenho algumas ilusões neste campo.