«Esperança» de vida
É um facto de que a «esperança de vida» tem aumentado, hoje morre-se bastante mais tarde do que aqui há uns anos.
Só que esse aspecto de longevidade que se chama romanticamente «esperança de vida», (??) de esperança não tem nada. Ser-se velho na nossa terra não é agradável.
É certo que entramos na tal «terceira idade» ainda bastante frescos, hoje em dia. No tempo dos nossos pais ou avós, dos sessenta para os setenta anos a saúde já era pouca e as pessoas tinham uma vida mais limitada. Mas, com os «tempos modernos», se vivemos mais tempo, a qualidade dessa vida no seu final não tem nada de agradável.
As famílias não têm nenhumas condições de manterem nas suas pequenas casas um idoso dependente (e depende sempre, nem que seja simplesmente de companhia) e a sociedade tem pouquíssimos recursos nessa área. Foi notícia hoje, o encerramento de um Lar de Idosos em Valongo. Era um Lar que funcionava sem licença, se calhar de um modo semi-clandestino. Mas…
A verdade é que, como corajosamente reconhece o presidente do Instituto da Segurança Social, "A escassez de oferta determina o aparecimento de respostas clandestinas” e explica-nos que as inspecções no sector vão determinando que não há semana sem um encerramento.
Porquê? Porque há longas listas de espera no sector. Porque quase que é necessário uma inscrição quando ainda se não necessita de nada para quando esse dia chegar haver alguma hipótese de resposta. Porque a resposta privada de alguma qualidade custa 3 ou 4 vezes o salário mínimo nacional, o que afasta muita gente como é evidente.
É certo que o Dr. Edmundo Martinho tem razão quando diz que «cabe aos familiares a obrigação de acompanhar a forma como os seus idosos são tratados». Certo, essa fiscalização pode ser feita pela família. E depois? Tira o seu avô desse lar para o levar para onde?
Esta resposta social é das mais lamentáveis e seria bom que se pensasse a sério na questão e não apenas quando o encerramento de uma destas casas é notícia de primeira página.
Só que esse aspecto de longevidade que se chama romanticamente «esperança de vida», (??) de esperança não tem nada. Ser-se velho na nossa terra não é agradável.
É certo que entramos na tal «terceira idade» ainda bastante frescos, hoje em dia. No tempo dos nossos pais ou avós, dos sessenta para os setenta anos a saúde já era pouca e as pessoas tinham uma vida mais limitada. Mas, com os «tempos modernos», se vivemos mais tempo, a qualidade dessa vida no seu final não tem nada de agradável.
As famílias não têm nenhumas condições de manterem nas suas pequenas casas um idoso dependente (e depende sempre, nem que seja simplesmente de companhia) e a sociedade tem pouquíssimos recursos nessa área. Foi notícia hoje, o encerramento de um Lar de Idosos em Valongo. Era um Lar que funcionava sem licença, se calhar de um modo semi-clandestino. Mas…
A verdade é que, como corajosamente reconhece o presidente do Instituto da Segurança Social, "A escassez de oferta determina o aparecimento de respostas clandestinas” e explica-nos que as inspecções no sector vão determinando que não há semana sem um encerramento.
Porquê? Porque há longas listas de espera no sector. Porque quase que é necessário uma inscrição quando ainda se não necessita de nada para quando esse dia chegar haver alguma hipótese de resposta. Porque a resposta privada de alguma qualidade custa 3 ou 4 vezes o salário mínimo nacional, o que afasta muita gente como é evidente.
É certo que o Dr. Edmundo Martinho tem razão quando diz que «cabe aos familiares a obrigação de acompanhar a forma como os seus idosos são tratados». Certo, essa fiscalização pode ser feita pela família. E depois? Tira o seu avô desse lar para o levar para onde?
Esta resposta social é das mais lamentáveis e seria bom que se pensasse a sério na questão e não apenas quando o encerramento de uma destas casas é notícia de primeira página.
Pergunta inocente: Se em Portugal, encerra um Lar por semana, quantos abrem?
Era só para saber...
6 comentários:
Este tema é seriíssimo, e contem comigo mesmo para «bater no ceguinho» porque aqui só se perdem as que caem no chão! É uma VERGONHA a política social nesta campo.
UMA VERGONHA!!!!
Nem é preciso ir muito longe ( não cito os famosos países do norte) para ver exemplos de uma visão completamente diferente da assistencialista no seu pior aspecto que é usada por cá.
Dá-se o que se pode e chuta-se o problema para famílias que já nem sabem para que lado se podem virar.
É mesmo uma "pescadinha com o rabo na boca", só que a pescadinha se vai tornando em tubarão.
Tema super delicado.
a verdade é que quando se trata de crianças, há maior mobilização, todos nos enternecemos com uma criança abandonada ( e justamente!) mas em relação a um velho abandonado, a coisa é outra.
E arrepia-nos pensarmos em gente que trabalhou a vida toda, muitas vezes desde bem pequenitos, para chegar aos 70 anos e se ver sem uma ajuda, sem ter para onde ir, com esses lares a pedirem preços completamente incomportáveis.
Os das IPSS como se fala na peça, nunca têm vaga! Mas NUNCA! Sei bem do que falo, infelizmente.
OK, mas agora se se fez este escarcéu, durante uns tempos vai haver mais cuidado.
Já ouvi para aí, que se calhar a denúncia partiu da concorrência... E não me admira nada!
É que é ainda um negócio. A cerca de 1.500 euros por mês (fora fraldas e os extras que se inventa) 20 velhinhos são 30 mil euros, não é?
Huuummm...
Vocês não me obrigam a dizer nada sobre este assunto enquanto eu me lembrar do "sketch" mais duro dos Gatos Fedorentos,que se chamava se não me engano"velho é no velhão".AB
Ainda fico à espera de saber quantos lares abrem por semana, porque se não forem mais de um por semana, estamos dentro em pouco numa posição curiosa - fecham os maus, e depois?
A AB deixou uma lembrança amarga, mas real. Realmente nesta sociedade cada vez mais «os velhos são para o velhão». E o grave é que os «velhões» estão a deitar por fóra.
Enviar um comentário