Os salários e o resto
O senhor ministro das Finanças diz que o aumento proposto de 2,1% para os salários da FP é "um passo em frente”.
De facto não será “um passo atrás” como estas negociações têm sido tantas vezes, se for igual à inflação prevista. Muitos anos houve onde não existiu aumento absolutamente nenhum, tendo os trabalhadores perdido de um modo terrível o seu poder de compra. E aí está o busílis da questão: com vários anos onde o ‘aumento’ foi bem inferior à inflação e outros onde nem aumentos existirem de todo, a esmola não é muita. E a verdade é que a inflação é algo um tanto cego – o aumentar-se a electricidade, como se prevê, de um modo tão brutal, o enorme aumento de que já aqui falei do leite e seus derivados, ou do pão, que aumentam bem mais do que a inflação em geral, perverte um tanto o conceito. Porque se trata de bens imprescindíveis!
Por outro lado, se é positivo um aumento de salários que é a ponta mais visível, falta negociar tudo o resto. Nem falo dos famosos ‘prémios de desempenho’ para 5% dos trabalhadores (será interessante ver a quem são atribuídos) o que penso é no clima vivido, e o fantasma do desemprego que paira agora na FP e não se refere às famosasmeninas do guichet administrativas – neste momento a ameaça de ‘ir para os disponíveis’ é um argumento bem usado pelos chefes quando se aborrecem com um subordinado e as listas com possíveis nomes circulam por aí.
Com a ‘cereja no bolo’ de que um FP não tem subsídio de desemprego.
De facto não será “um passo atrás” como estas negociações têm sido tantas vezes, se for igual à inflação prevista. Muitos anos houve onde não existiu aumento absolutamente nenhum, tendo os trabalhadores perdido de um modo terrível o seu poder de compra. E aí está o busílis da questão: com vários anos onde o ‘aumento’ foi bem inferior à inflação e outros onde nem aumentos existirem de todo, a esmola não é muita. E a verdade é que a inflação é algo um tanto cego – o aumentar-se a electricidade, como se prevê, de um modo tão brutal, o enorme aumento de que já aqui falei do leite e seus derivados, ou do pão, que aumentam bem mais do que a inflação em geral, perverte um tanto o conceito. Porque se trata de bens imprescindíveis!
Por outro lado, se é positivo um aumento de salários que é a ponta mais visível, falta negociar tudo o resto. Nem falo dos famosos ‘prémios de desempenho’ para 5% dos trabalhadores (será interessante ver a quem são atribuídos) o que penso é no clima vivido, e o fantasma do desemprego que paira agora na FP e não se refere às famosas
Com a ‘cereja no bolo’ de que um FP não tem subsídio de desemprego.
6 comentários:
Aqui o Pópulo, (quero dizer a blogger em geral porque fui espreitar outros e era igual) esteve com a mosca aí pelas 9 da manhã...
No tempo do reino da Weblog a gente já sabia mas aqui com este servidor não é costume.
Passando ao resto (que agora tenho pouco tempo) realmente os salários 'enchem mais o olho' mas nem é mais mais importante. É com a história dos impostos - nem me ralava de pagar mais ainda, se depois isso correspondesse a bens recebidos de nível social como se passa nos países nórdicos. Assim como também nem me ralava em ganhar pouco, se fosse à praça e trouxesse o que faz falta numa casa.
Aliás tocas ao de leve num ponto muito importante: a 'chantagem' que algumas chefias deram em fazer com a ameaça dos disponíveis. Porque no privado pode exigir-se se é 'justa causa' e além disso haver negociações e indemnizações, aqui no Público é a lei da selva: passa aos disponíveis sem um argumento de mau trabalho e se fôr para a rua não leva nem a ponta de um corno. Tal como dizes, nem ao menos o subsídio de desemprego está previsto.
Em toda a minha vida, fui funcionário público, ou equparado, quando estive no serviço militar e na política autárquica, e, sinceramente, não gostei do patrão!
Há uns tempos que não tenho comentado aqui com a regularidade com que o fazia dantes. não tem nada a ver com o Pópulo e sim com a minha disponibilidade - é que ler faz-me num instante mas escrever leva mais tempo.
Esta «guerra» entre trabalhadores tem sido um dos aspectos mais sujos da política actual. Partindo de uns dados indiscutivelmente certos: 1) o caso de haver muita gente neste universo tão grande que é (ou era ) a FP, antipática, preguiçosa, incompetente, arrogante, etc, etc e 2) a 'benesse' de serem contractos vitalícios, a não ser em casos gravíssimos o trabalhador não era despedido, com estes dois pontos generalizou-se um clima hostil que apanha toda e qualquer pessoa que trabalhe para o Estado. E, naturalmente, que o dito estado no seu papel de patrão, incentiva isso - é o que os patrões costumam fazer, desvalorizar os seus empregados.
Como na actualidade a palavra de ordem é privatizar, claro que tudo isso aumenta. É o paradoxo - um educador se trabalhar na rede pública é mau, se passar para o privado é óptimo. Estão a fazer de nós parvos.
Acredito que um trabalhador possa «render mais» se estiver melhor orientado e mais estimulado, e isso quanto a mim compete a quem o dirige.
Estarei enganada?
Ora cá temos «o regresso» da Gui aqui a comentar tudo! Houve tempo onde acontecia, mas depois 'esmoreceste'... :)))
É isso, menina. Faz uma grande espécie como é que um serviço que era «mau» se privatiza e passa a ser «bom»! E gente mal educada, valha-me Deus aquilo que se vê por tudo o que é sítio. Nem seria mau que fosse apenas na função pública...
Costumo ter sempre uma coisinha a acrescentar, mas olha que desta vez, nem me apetece.
Vocês já disseram o importante.
O aumento cobre a inflação??? Ah é?
Mas que bom!!!!
Comentei antes da Gui e só tive atenção ao que comigo se passou. Não gostei do estado, como patrão porque essencialmente foi um patrão que maltratava e trata os seus trabalhadores. Mas os ângulos focados por ela, e porque a minha mulher. Educadora de Infância de formação, que deu à profissão e às centenas de crianças e de adultos com quem privou, o melhor de si, das suas competências e amor, nunca seria melhor no privado, seria certamente a mesma, talvez com mais dificuldades em cumprir o que está determinado no estatuto da sua carreira, que, no privado, é contínua e permanentemente violado, dado que o que interessa é ter "meninos" e quantos mais, maior o lucro.
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