O enigma da habitação
O tema de hoje do JN, são as casas. Vários títulos chamam-nos a atenção, mas aquele que mais nos admira é Portugal tem uma casa e meia por cada família
Como é???
«Leilões de casas por falta de pagamento disparam»,
Como é???
«Leilões de casas por falta de pagamento disparam»,
«Incumprimento, provisões e penhoras»,
«Bancos tentam evitar tribunal»,
«Há meses que não pago a prestação da casa»,
«Vendas de casas em segunda mão a crescer»
…. e depois temos excesso de casas?
Falam ali do “reconhecido excesso de habitação em Portugal” coisa que admira quando se conhece tanta gente habitando casas de tal modo degradadas que a qualidade de vida de quem lá vive é decerto profundamente negativa. Existem sim muitas casas desabitadas nos dois extremos – ou casas novas que há quem prefira deixar desabitada à espera que o preço suba (conheço casos) ou autênticas ruínas e também não são nem restauradas nem demolidas exactamente à espera do mesmo, que o terreno onde se situam atinja o máximo valor. Especulação, é claro.
Falam ali do “reconhecido excesso de habitação em Portugal” coisa que admira quando se conhece tanta gente habitando casas de tal modo degradadas que a qualidade de vida de quem lá vive é decerto profundamente negativa. Existem sim muitas casas desabitadas nos dois extremos – ou casas novas que há quem prefira deixar desabitada à espera que o preço suba (conheço casos) ou autênticas ruínas e também não são nem restauradas nem demolidas exactamente à espera do mesmo, que o terreno onde se situam atinja o máximo valor. Especulação, é claro.
Lisboa é um triste exemplo disso, são às dezenas casas que em tempos foram excelentes e ainda hoje se reconhece beleza, mas estão ali com a porta e as janelas entaipadas por tijolos à espera de que o valor suba.
Por mim, isso da casa e meia por família é … estatística. (convêm ler a palavra no tom adequado).
Há decerto famílias que têm até bastante mais do que duas ou três casas, há outras que vivem com certo conforto, há as que se sujeitam ao que têm e podem pagar, as que vivem em casas cheias de fendas, humidade, escuras, e até quem ainda habite perfeitas ruínas como de vez em quando a comunicação social mostra. Mas falar do ‘excesso de habitação’ parece ironia de mau gosto.
Dizem-nos que em Espanha esse problema do endividamento para a compra de casa também existe mas é certo que a posição do seu governo é bem diferente.
Por mim, isso da casa e meia por família é … estatística. (convêm ler a palavra no tom adequado).

Dizem-nos que em Espanha esse problema do endividamento para a compra de casa também existe mas é certo que a posição do seu governo é bem diferente.
Tão perto e tão longe…
5 comentários:
Começando pelo fim, não vale compara com a Espanha. Ali há um governo socialista, não é? Com coisas boas, más, assim assim, mas apesar de tudo não envergonham muito o nome. Aqui é o que se sabe.
De resto isto é complicado à brava. Como quando (como se escreve ali na peça) um arrendamento actual custa tanto como uma amortização, as pessoas viram-se para a compra. Assim como assim, pelo mesmo preço ficam com um bem seu...
Até se moralizar isto, está tudo inquinado. Nem as rendas antigas deviam ser tão baixas, nem as modernas tão altas. E o arrendamento seria uma saída normal...
E as leis para resolver a questão das rendas antigas não resulta...porque de facto não resolve.È complicado sim...mas provavelmente resolve-se quando o sector das obras públicas que já dá sinais de descontatentamento(parece que o que vai par aí de barragens e quejandos é imenso)se virar para o mercado da habitação.A propósito de um post sobre o célebre muro do APL,segundo o Expresso os edificios que estão a ser construidos, um parece ser um hotel e é do atelier do Salgado e o outro é a famosa Agencia do Mar e mais não sei de quê tudo com o apoio governamental e camarário.AB
Pois é, Émiéle, deve dizer-se «estatística» naquele tom meio irónico. Cá temos um caso, onde pode haver famílias com meia dúzia de casas ( muitas delas fechadas, ou só abertas no Verão, e em anos alternados...) conheço também quem viva numa e tenha a outra fechada porque «pode vir a precisar dela», e há quem viva em condições degradantes.
Depois as rendas. Quando há quem pague uma renda inferior ao custo de um jantar em restaurante ( e não se prive desse 'luxo') e bem inferior ao que pagaria de condomínio de a casa fosse dele, não admira que os actuais senhorios ponham as barbas de molho. Só que com esse das «barbas de molho» matam a galinha, nem digo dos ovos d'oiro, mas dos ovos normais - porque como ali se diz, quando uma renda é superior a uma amortização bancária, a malta prefere comprar do que alugar!
Complicado isto!
Que dizer mais?
Já tudo foi dito, e estatisticas, são isso mesmo, estou eu e tu, mandamos vir um frango tu, come-lo todo, eu fico a ver, mas estatisticamente, cada um de nós comeu metade do dito. Pus-te a comer o frango, mas poderia ter sido eu, que o resultado, estatístico, era o mesmo. Tretas, é o que é. Falta de coragem para resolver a situação da habitação, que levou a grande maioria do povo português a endividar-se, até mais não poder. Triste termos um governo, que se intitula de socialista e que governa mais à direita que a direita. Será que teremos que esperar mais 48 anos? Eu por mim, não tenho essa disponibilidade, será que voçês a têm?
Pelo que parece até alguns dos prédios devolutos são exactamente da Câmara ou do Estado.
E as rendas, assim não se vai lá. As antigas são absurdas para o bem que se recebe, as actuais disparatadas pelo mesmo motivo. Muitos senhorios se têm um prédio com rendas antigas, se vaga um andar parece quererem nesse único andar compensar tudo o resto. No meu prédio, pelos andares que vão vagando, pede-se rendas quase 15 vezes superiores às dos outros. E sem grandes melhorias além de trocar de azulejos e pintar as paredes. Claro que aquilo é um corrupio entram e saem mês sim, mês não...
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