Joaquim Chissano
Ficamos tantas vezes chocados com os casos, infelizmente frequentes, de péssimos governantes africanos, que quase se é levado a generalizar e considerar que aquele continente é dominado por dirigentes sem escrúpulos e que praticam o abuso do poder.
Moçambique tem passado por momentos difíceis também. Sabemos isso. Mas o certo é que em país nenhum do mundo não se comentem erros e não há situações delicadas, sobretudo ao nascer uma democracia.
Há pouco tempo um amigo enviou-me «Os sete sapatos sujos» um texto de Mia Couto magnífico.
Vale a pena lê-lo todo até porque está escrito como só ele sabe, mas a frase «Poderemos ter mais técnicos, mais hospitais, mais escolas, mas, se não mudarmos de atitude, não seremos construtores de futuro» é a chave de muito o que ele pensa e diz, e que se podia aplicar inteiramente a nós.
Sabemos hoje que Joaquim Chissano foi o primeiro vencedor do prémio Mo Ibrahim, que premeia o sucesso na liderança africana.
Chissano sucedeu a Samora Machel, - morto quando o seu avião caiu, caso que nunca foi completamente esclarecido - foi presidente de 86 a 2004. Quando decidiu não se recandidatar houve alguma surpresa, pois em África (e não só) há quem se eternize no poder.
Ele considerou que tinha chegado a vez de dar lugar a outros. Continuou a trabalhar mas noutros sítios. Agora o comité que atribui o prémio considerou que "O papel de Chissano na conquista da paz, da reconciliação e do progresso económico em Moçambique impressionaram" e só podemos ficar satisfeitos.
Parabéns!
Moçambique tem passado por momentos difíceis também. Sabemos isso. Mas o certo é que em país nenhum do mundo não se comentem erros e não há situações delicadas, sobretudo ao nascer uma democracia.
Há pouco tempo um amigo enviou-me «Os sete sapatos sujos» um texto de Mia Couto magnífico.
Vale a pena lê-lo todo até porque está escrito como só ele sabe, mas a frase «Poderemos ter mais técnicos, mais hospitais, mais escolas, mas, se não mudarmos de atitude, não seremos construtores de futuro» é a chave de muito o que ele pensa e diz, e que se podia aplicar inteiramente a nós.
Sabemos hoje que Joaquim Chissano foi o primeiro vencedor do prémio Mo Ibrahim, que premeia o sucesso na liderança africana.
Chissano sucedeu a Samora Machel, - morto quando o seu avião caiu, caso que nunca foi completamente esclarecido - foi presidente de 86 a 2004. Quando decidiu não se recandidatar houve alguma surpresa, pois em África (e não só) há quem se eternize no poder.
Ele considerou que tinha chegado a vez de dar lugar a outros. Continuou a trabalhar mas noutros sítios. Agora o comité que atribui o prémio considerou que "O papel de Chissano na conquista da paz, da reconciliação e do progresso económico em Moçambique impressionaram" e só podemos ficar satisfeitos.
Parabéns!
7 comentários:
Apesar de tudo somos ainda muito diplomatas quando falamos dos abusos de poder africano.A linguagem a empregar não é de todo essa...Quanto a Chissano conseguir distinguir-se do resto num país onde a corrupção mesmo a nivel da chamada "cooperação"'è mais que muita ou onde o "paternalismo"da mesma ultrapassa os limites da decencia é um feito notável.AB
O texto do Mia é excelente. Já mo tinha passado pelas mãos (é giro encontrar um blog moçambicano) e mais tarde vou voltar a relê-lo. É uma critica positiva e generosa, e quase todas aquelas carapuças Portugal poderia enfiá-las.
Eu tenho uma relação de afecto com Moçambique maior do que com outras antigas colónias, de modo que sou suspeita. Torço muito para que dê certo. E este prémio é excelente também para a auto-estima daquela terra.
Gostei do E NÃO SÓ ...
Mas olha que esse é de facto um recorde, mas temos «cá pelo continente» outros exemplos muito semelhantes. Ficaram colados com aquela cola que colava cientistas ao tecto!
Muito me liga a Moçambique, pelo que só digo, me sentir feliz, quando estas coisas econtecem. Quanto ao comentário da AB, para mim, só reforça o merecimento do prémio atribuído a Chissano.
Olááá´!!!??
Então «o amigo» que enviou os «Sete sapatos sujos» foi o 'nosso' Zé Palmeiro!
E se muito o liga a Moçambique como diz, faz sentido essa lembrança.
Parabéns Chissano e parabéns Moçambique.
Só se pode ficar contente, né???
(mais tarde venho ler o texto do Mia, que é muito grande para o meio da manhã...)
Tão lúcido, o texto do Mia Couto, em qualquer parte do mundo!
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