O que estará mal
O título é ‘chamativo’:
Menores de dez anos autores de três mil crimes , deixa seja quem for de cabelos em pé.
É que com menos de 10 anos não pode haver dúvidas, são ainda crianças.
Como é que crianças podem praticar crimes, considerados como tal, e pela leitura do artigo vemos que, apesar de se estar a falar em Inglaterra, esse «fenómeno» alastra como mancha de óleo – crianças pequenas que praticam actos de violência de estarrecer! Por aquilo que se lê a maioria parece ser vandalismo, mas há também violência contra pessoas e até mesmo «casos de natureza sexual» imagine-se.
Impressionou-me a ideia expressa como solução de que a idade de responsabilidade penal deveria baixar para evitar estes casos. Não consigo concordar com isso. Tenho a maior dúvida que seja por medo do castigo que um não-criminoso evite praticar um crime. Na esmagadora maioria dos casos não o faz porque o seu controlo interior, os seus valores, lhe dizem que o não deve fazer.
Isto passa-se com um adulto e devia passar-se com uma criança. Desde muito pequenina que deveria sentir dentro de si essa ‘censura’ que a impedia de fazer o que lhe passasse pela cabeça, mesmo que pudesse parecer divertido, e deveria sentir respeito pelos outros, por todos os outros.
Como se está a constatar isso não está a acontecer, pelo contrário. O fenómeno do bulling nas escolas tem aumentado muito, e os jovens sobretudo em grupo desafiam tudo e todos. Mas a solução estará em diminuir a idade penal?! E até onde irá isso? Vai haver um limite para essa descida da «maioridade penal»? É que por esse andar estamos a chegar a tribunais para o Jardins-de-infância.
Não. Não me conseguem convencer que o problema não se situa antes, em entender e destruir as causas que levam esses miúdos a perder a interiorização de valores que fazem valer a pena viver-se em sociedade.
Em que famílias foram criados? O que se passa nas suas casas? Terão família? Porque é esse o primeiro e mais importante «tribunal» a que têm de responder.
Menores de dez anos autores de três mil crimes , deixa seja quem for de cabelos em pé.
É que com menos de 10 anos não pode haver dúvidas, são ainda crianças.
Como é que crianças podem praticar crimes, considerados como tal, e pela leitura do artigo vemos que, apesar de se estar a falar em Inglaterra, esse «fenómeno» alastra como mancha de óleo – crianças pequenas que praticam actos de violência de estarrecer! Por aquilo que se lê a maioria parece ser vandalismo, mas há também violência contra pessoas e até mesmo «casos de natureza sexual» imagine-se.
Impressionou-me a ideia expressa como solução de que a idade de responsabilidade penal deveria baixar para evitar estes casos. Não consigo concordar com isso. Tenho a maior dúvida que seja por medo do castigo que um não-criminoso evite praticar um crime. Na esmagadora maioria dos casos não o faz porque o seu controlo interior, os seus valores, lhe dizem que o não deve fazer.
Isto passa-se com um adulto e devia passar-se com uma criança. Desde muito pequenina que deveria sentir dentro de si essa ‘censura’ que a impedia de fazer o que lhe passasse pela cabeça, mesmo que pudesse parecer divertido, e deveria sentir respeito pelos outros, por todos os outros.
Como se está a constatar isso não está a acontecer, pelo contrário. O fenómeno do bulling nas escolas tem aumentado muito, e os jovens sobretudo em grupo desafiam tudo e todos. Mas a solução estará em diminuir a idade penal?! E até onde irá isso? Vai haver um limite para essa descida da «maioridade penal»? É que por esse andar estamos a chegar a tribunais para o Jardins-de-infância.
Não. Não me conseguem convencer que o problema não se situa antes, em entender e destruir as causas que levam esses miúdos a perder a interiorização de valores que fazem valer a pena viver-se em sociedade.
Em que famílias foram criados? O que se passa nas suas casas? Terão família? Porque é esse o primeiro e mais importante «tribunal» a que têm de responder.
7 comentários:
"Perder a inocencia" era uma frase com um sentido profundissimo e latissimo...e ganhá-la?Re-ganhá-la?AB
Ficamos a pensar, Emiéle. Dá para pensar e muito!!!
Como dizes, uma criança pequena tem de fazer parte de uma família, e se não tem família também é um problema social. Mas que família tem? Que modelo recebe? Vem desenraizada de outra terra? Emigrantes, desempregados, ociosos, revoltados. Ou a família é de um meio médio mas os pais andam cansados, nervosos, com problemas pessoais mal resolvidos? Ou são pais também «mal educados», que por sua vez não sabem educar?
tanta questão...
Mas concordo que a repressão pura e dura não me cheira que seja o caminho.
Cá está, é bom comentar depois da AB. Foi bem lembrada a frase: "Perder a inocência", onde é que isso já vai.
Mas tu, dás a solução ou uma solução, no último parágrafo, quando perguntas de onde vêem, e como vêem. Quem os envolve, que esperança de vida, que exemplos, são tudo questões que deveriam ser respondidas e assumidas, por quem de direito.
É claro que não é só, não pode ser porque seria redutor do problema, pensar que é «apenas» uma questão social. Mas lá que é, em grande parte, eu estou plenamente convencido.
Quanto aos castigos, penso como tu. Aonde se iria para? E, assim como se sabe na questão da pena de morte, não é a força do castigo que evita o crime, o problema está antes, naquilo que move quem o pratica.
E, para mim, a falta de respeito pelo «outro» que é um dos males da actual civilização, é uma grande responsável.
Olhem amigos, eu escrevi assim porque também fico confusa. Sei bem que não posso comparar os meus 10 anos com ESTES 10 anos. Como disse a AB, a minha ou nossa inocência era outra. Havia 'coisas' que eu até desconhecia e hoje qualquer criança minúscula conhece talvez melhor do que eu ainda agora...
Contudo, valores como o respeito pelo outro, vêm realmente de casa e de pequenos, de onde neste caso a força da educação é ENORME. Contudo, qualquer sociólogo teria de ver, em que situação vivem os pais destes meninos, que sentido de responsabilidade têm, e que desespero eles próprios muitas vezes não sentem...
De qualquer modo, o baixar a idade da imputabilidade parece-me uma falsa solução, a resposta pare estes 'criminosos em semente' terá de ser educativa mesmo que severa.
Sem dúvida que sim, Emiéle. O que ju ntas no comentário é precioso. Concordo em absoluto, ao deus dará, é que nunca mais os agarramos. Valores precisam-se!
Eu não percebo o que está mal.
Mas que está muita coisa mal, sem a menor dúvida. Que a violência é culpa de TV, da falta de educação, de pais ausentes, de abandono, de maus instintos, do mundo moderno.... eu sei lá! Mas a verdade, e esses números assustadores confirmam é que se está a agir de um modo cada vez mais desadequado socialmente e em idades cada vez mais jovens. E o que me assusta é a arrogância (nos adolescentes) com que se afirma não haver qualquer remorso, e em certa medida gozar-se com os sentimentos alheios dos «totós» que se deixam agredir ou roubar.
Parece-me que a sociedade anda a ser conivente com isso. Não era pô-los numa cadeia, isso também não concordo, mas obrigá-los a cumprir tarefas cívicas. É que são sementes de psicopatas.
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