Dívidas
Se há jornal que nunca me lembro de ler é o Correio da Manhã. Quando uma notícia de lá é citada, aquilo que leio é o suficiente para me tirar a vontade de continuar. Mas na segunda-feira estava um exemplar abandonado numa cadeira de uma sala de espera e, à falta de melhor, dei-lhe uma vista de olhos. Era tal como o lembrava, página a página sucediam-se os casos de polícia, de violações a roubos ou agressões, passando por mortes acidentais mas dramáticas.
Mas uma das histórias fez-me pensar. Num fundo da página 8 fala de um assalto e o título é «Atacou banco para pagar as dívidas». História pequenina e insignificante ao pé do resto que enchia o jornal: um sujeito ainda jovem (dizem entre os 25 e 30 anos) entrou numa agência de um banco, de cara descoberta, e exigiu da caixa o dinheiro que lá tinha. O roubo «rendeu» 190 €. Diz a notícia que era «insuficiente para cobrir as dívidas» e este modo de colocar as coisas parece admitir que se fossem 1.900 se calhar já seria suficiente… Desesperado, decidiu-se a praticar outro roubo e aí foi apanhado, tendo logo confessado tudo. Não tinha cadastro e explicou que era a única forma de se ver livre das dívidas que tinha, o que é uma confissão estranhamente ingénua. A verdade é que a nossa lei não prevê a prisão por dívidas, creio eu, mas por assalto nem dúvida que sim.
Mas em que sociedade vivemos? Claro que o rapaz é culpado do crime, ele próprio o reconheceu de imediato, mas que dívidas seriam? Tantas questões que ficam a pairar: como e porquê se endividou, se não poderia pedir o dinheiro ao banco em vez de o ir roubar, seria a dívida exactamente ao banco, se se endividou por ter crédito então porque lhe deram o crédito?
Claro que como disse estou aqui a fazer um filme. Poderiam ser dívidas de jogo (apesar de isso parecer ainda mais ‘cinema!) ou questões de droga, ou… ou… Mas não sei porquê, não é isso que imagino, vejo mais um endividamento por excesso de consumo de bens supérfluos ou pelo menos não indispensáveis mas que se tornam como tal pela sociedade de consumo onde vivemos.
Mas uma das histórias fez-me pensar. Num fundo da página 8 fala de um assalto e o título é «Atacou banco para pagar as dívidas». História pequenina e insignificante ao pé do resto que enchia o jornal: um sujeito ainda jovem (dizem entre os 25 e 30 anos) entrou numa agência de um banco, de cara descoberta, e exigiu da caixa o dinheiro que lá tinha. O roubo «rendeu» 190 €. Diz a notícia que era «insuficiente para cobrir as dívidas» e este modo de colocar as coisas parece admitir que se fossem 1.900 se calhar já seria suficiente… Desesperado, decidiu-se a praticar outro roubo e aí foi apanhado, tendo logo confessado tudo. Não tinha cadastro e explicou que era a única forma de se ver livre das dívidas que tinha, o que é uma confissão estranhamente ingénua. A verdade é que a nossa lei não prevê a prisão por dívidas, creio eu, mas por assalto nem dúvida que sim.
Mas em que sociedade vivemos? Claro que o rapaz é culpado do crime, ele próprio o reconheceu de imediato, mas que dívidas seriam? Tantas questões que ficam a pairar: como e porquê se endividou, se não poderia pedir o dinheiro ao banco em vez de o ir roubar, seria a dívida exactamente ao banco, se se endividou por ter crédito então porque lhe deram o crédito?
Claro que como disse estou aqui a fazer um filme. Poderiam ser dívidas de jogo (apesar de isso parecer ainda mais ‘cinema!) ou questões de droga, ou… ou… Mas não sei porquê, não é isso que imagino, vejo mais um endividamento por excesso de consumo de bens supérfluos ou pelo menos não indispensáveis mas que se tornam como tal pela sociedade de consumo onde vivemos.
5 comentários:
É uma história que passou desaperdebida como é natural. Só mesmo no CM!
Mas tens razão isso parece estranho ou mal contado.
Roubar para pagar dívidas?
Que dívidas?
E que ingenuidade aparecer de cara descoberta.
Huuuummm... É muito esquisito!
Eu ouvi a noticia há uns tempos já.E desculpem não é nada politicamente correcto...mas ladrão que rouba a ladrão...Èmiele és uma ingénua qd.pensas que um banco empresta dinheiro a alguém endividado e sem bens penhoráveis...AB
Têm razão de ser, as ideias expostas, tal como o que a AB diz, só que, a Emiele, não me parece ingénua, ela acentua o problema do sistema bancário, fazer o que faz, sem que a nada sejam obrigados, a sua obrigação é "catar" o mais possível, a quem nada tem para dar. Quanto ao protagonista da história, parece-me mais um desesperado, que não viu outra solução, para o seu problema, que não o roubo, puro e duro. A realidade, às vezes, prega-nos partidas destas.
'Bóra aí, aqui vem mmais uma a bater nos bancos. Quero eu dizer, nos Bancos.
É a usura mais descarada e oficial!
Bom Dia!
Hoje venho realmente mais tarde porque precisei de esperar pela minha vez!
A história só me chamou a atenção porque tive tempo para ler aquele jornal. Não penso que nois outros aquilo tivesse tanto realce.
:D Cá a mim também acho que «ladrão que rouba a ladrão»... Lembram-se do tipo que assaltou o BES para pagar uma dívida ao próprio BES? Foi já há uns tempos mas aquilo deu para rir...
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