segunda-feira, julho 23, 2007

A Turquia

As eleições de ontem deram uma grande vitória a um partido islâmico, AKP - Partido da Justiça e do Desenvolvimento.
Natural, cada país escolhe os dirigentes que considera poder governá-la melhor e melhor defenderem os seus interesses. Mas a entrada «na Europa» de um país islâmico deve levantar problemas, está-se mesmo a ver.
Os países da União Europeia são oficialmente laicos. Bem sei que na Inglaterra o Rei ou Rainha é também o chefe da Igreja, mas o Estado em si não é afectado por isso.
Como é que uma Turquia governada por um partido islâmico se vai integrar neste quadro europeu?
Desconheço que tipo de islamismo se trata e sei bem que nem todos são fundamentalistas defensores da sharia ريعةش como por vezes se imagina.
Se existem Partidos Cristãos Democratas, porque não poderá haver um Partido Islâmico Democrata?
Só o futuro nos durá.

7 comentários:

josé palmeiro disse...

As regras para integrar ou não a Europa, deveriam ser essêncialmente comportamentais, as religiões, em nada deveriam afectar, são outro plano.
A falta de clareza e de bom senso, é que afecta tudo.

Anónimo disse...

É claro que somos feitos de montes de parti-pris. Custa-me imaginar essa ideia de um islamismo democrático, a afinal, porque não?
Creio que por todo o «envolvimento geográfico». E a verdade é que a Europa é muito pouco 'cristã' no sentido ético do termo.
pelo que se viu antes das eleições a Europa alinhava-se numa atitude de rejeição se o resultado fosse este. Contudo, este partido é pró-europeísta...
Que confusão!

Anónimo disse...

O complicado é quando a religião se mistura muito com a política.
Na nossa Idade Média também assim era. Os reis (chefes de estado) tinham de ser reconhecidos pelo Papa ou não era reis.
Hoje isso parece-nos... medieval!
mas o certo é que ainda há países islâmicos que pensam um pouco assim, de um modo teocrático.
Contudo, não me parece nada que seja o caso da Turquia, portanto sem fundamentalismos, qual é o mal...? Ou tinham de ser cristãos, querem lá ver?!

Anónimo disse...

Hoje ando com a mania de comentar antes de ler os outros. Burro!
Apoio o que disse o José Palmeiro, é claro. As regras deviam ser o comportamento em si, e não a religião que o sustenta. O islamismo como regra de vida é até bem correcto em muitas coisas.

cereja disse...

Eu sei que também tenho parti-pris, Joaninha. E sou tão visceralmente ateia que me custa uma mistura de religião e governo, e então «teocracias» como no Irão deixam-se impressionada. É que o Vaticano é... o Vaticano. Tem uma enorme influência mas é pequenino e creio que quem lá vive é voluntário.

Farpas disse...

Por muito que não se queira misturar as coisas a política mistura-se sempre com a religião, quem faz política são pessoas (embora muitas vezes não pareça!) e as pessoas têm as suas "ligações perigosas" ... a ver vamos...

cereja disse...

É isso.
A ver vamos.
«Prognósticos só depois do resultado» como dizia o outro.