quinta-feira, julho 12, 2007

Soma e… segue

Podia ter-se previsto que após a publicidade dada aos dois casos de professores que morreram no activo, a trabalhar porque as Juntas que lhes deviam ter permitido morrer em paz se recusaram a fazê-lo, esses casos desaparecessem. Podia ter-se calculado que quem forma essas Juntas tivesse reflectido e começasse a usar alguma prudência e antes de proferir a sentença condenatória pedisse a opinião de especialistas das respectivas doenças.
Não senhor.

Contra aquilo que se podia esperar, e até mesmo contra aquilo que o próprio Governo disse estas situações continuam e vai-se sabendo de mais casos
Pelos vistos, começa-se a entender agora o ‘economicismo’ destas decisões – os doentes aposentados por doença do foro oncológico, têm algumas «regalias» porque a lei bonifica o tempo de serviço. Deve ser apenas isso que move estes senhores que velam tão zelosamente pelas finanças públicas.
Quem sofre de cancro «beneficia» da bonificação do tempo de serviço, portanto é proibido ter cancro.
O facto de, por outro lado, morrer mais depressa, não estando tanto tempo a receber a sua reforma não pesa na balança desses senhores.

Poderá haver mais escândalo do que este ?!

8 comentários:

Anónimo disse...

Ontem qd. ia para o médico apanhei num táxi o "forum"da TSF sobre o assunto,mais as juntas médicas,mais toda a espécie de prepotencias que as administrações,governos,assembleias e etc candidamente parecem ignorar.São crimes públicos com impunidade total e essas são as coisas que de facto põem a qualidade da democracia em risco.A qualidade e o resto...AB

cereja disse...

Exactamente,amiga. Este tipo de prepotencias de quem tem o rei na barriga, devia ser tratado como crime público.
Não é só desumanidade, que a desumanidade quando ultrapassa um certo ponto devia mesmo ser punida!

josé palmeiro disse...

Eu já pasei por uma e tudo faço para esquecer!
A minha sorte é ter uma entidade patronal, que se portou e porta, com imensa dignidade. Mas tenho a consciência de que a maioria o não terá. É como diz AB, um crime público, que passa ao lado da lei, com a maior das naturalidades.

Anónimo disse...

Ontem ouvi uns testemunhos na tv e fiquei pasma! Como dizes, só pode ter a ver com essa coisa de os doentes de oncologia terem algumas «benesses».
Emiéle, não digo palavrões e muito menos os escrevo mas desta vez só me apetece gritar que grandes #&»*"#$%&/!!!!

Anónimo disse...

É nítido que seguem "instruções", quando foi de mandar tudo para a aposentação foi um ver se te avias.
Agora as instruções foram outras.

saltapocinhas disse...

Também deixei apenas um recadinho sobre este assunto.
Mas garanto que não copiei por ti!
É vergonhoso, não há palavras para escrever sobre este assunto!

méri disse...

Mas olha que não é só com os doentes de foro oncológico!
Não percebo, por exemplo, porque é que na função pública (CGA)não se pode nomear um médico para a "junta de recurso", que vá discutir (taco a taco) a recusa anterior com os médicos da CGA, como aliás acontece na Segurança Social. Em havendo uma recusa, esta fica justificada ao pormenor. Estas recusas de reforma por doença da CGA são ..."porque sim"

cereja disse...

É evidente, Méri, tão evidente que nem se entende que seja de outro modo!
Aliás as histórias destes últimos casos, são espantosas. Uma pessoa com um cancro na laringe mandam-na a um ...otorino! Está-se mesmo a ver. Que fosse cancro é um pormenor, o que interessa é onde lhe doi. E a desumanidade da resposta, «que lavasse os ouvidos e tratasse dos dentes» é de arrepiar. Oxalá não lhe bata à porta, na família, um caso desses... Talvez não se sentisse tão 'leve'.