Igualdade de oportunidades
Foi ontem que li a notícia em qualquer parte e fiquei a pensar nela. Hoje acordei e voltei a encontrá-la no DN: um educador de infância que não conseguiu ser colocado no ensino oficial concorreu a 20 creches tendo sido rejeitado por ser um homem
Ora cá temos o preconceito a levantar a sua cabecinha no aspecto mais idiota. É certo que no mundo do trabalho na esmagadora maioria dos casos é a mulher que sofre a discriminação. Nem vale a pena voltar a bater nessa tecla, porque é um facto documentado com números. Mas não só, e este é um caso característico de preconceito e discriminação.
Tradicionalmente, lidar com crianças, sobretudo muito pequenas, era uma função feminina. Considerava-se, penso eu, que a mulher pelo facto de os gerar e ter uma relação muito próxima com os seus filhos estaria naturalmente habilitada a lidar também com os filhos dos outros. E é certo que não se saía mal desse trabalho.
Contudo, se haveria alguma razão quando estávamos apenas no campo do empírico, é preciso levar em conta que já há muitos anos, o «cuidar de crianças» passou a ser uma profissão que se aprende. Há cursos, há aulas, há avaliações, é uma formação específica. E assim sendo ultrapassa claramente a barreira do género. Acresce ainda que, exactamente por ser tradicionalmente uma função feminina, um rapaz que procure essa formação indo ao arrepio dos costumes, é porque sente uma clara vocação!
Queria ainda acrescentar, para ilustrar a parvoíce da atitude de rejeição de um educador, que conheço muitíssimas creches e jardins-de-infância oficiais e apesar de haver ainda muito poucos educadores eles existem e são sempre uma mais-valia para essa instituição. Primeiro, os que conheço ‘por coincidência’ são muito bons. Segundo, para uma criança pequena que não pode estar numa família, o viver quase todas as horas do seu dia rodeada exclusivamente por mulheres, é bem menos bom do que ter um modelo masculino por perto. A presença de um educador só vai beneficiar o seu desenvolvimento, pensem o que pensarem os directores das creches que rejeitaram esta candidatura.
É um caso onde todos saíram prejudicados: quem ficou sem trabalho e as crianças de quem iria cuidar.
Ora cá temos o preconceito a levantar a sua cabecinha no aspecto mais idiota. É certo que no mundo do trabalho na esmagadora maioria dos casos é a mulher que sofre a discriminação. Nem vale a pena voltar a bater nessa tecla, porque é um facto documentado com números. Mas não só, e este é um caso característico de preconceito e discriminação.
Tradicionalmente, lidar com crianças, sobretudo muito pequenas, era uma função feminina. Considerava-se, penso eu, que a mulher pelo facto de os gerar e ter uma relação muito próxima com os seus filhos estaria naturalmente habilitada a lidar também com os filhos dos outros. E é certo que não se saía mal desse trabalho.
Contudo, se haveria alguma razão quando estávamos apenas no campo do empírico, é preciso levar em conta que já há muitos anos, o «cuidar de crianças» passou a ser uma profissão que se aprende. Há cursos, há aulas, há avaliações, é uma formação específica. E assim sendo ultrapassa claramente a barreira do género. Acresce ainda que, exactamente por ser tradicionalmente uma função feminina, um rapaz que procure essa formação indo ao arrepio dos costumes, é porque sente uma clara vocação!
Queria ainda acrescentar, para ilustrar a parvoíce da atitude de rejeição de um educador, que conheço muitíssimas creches e jardins-de-infância oficiais e apesar de haver ainda muito poucos educadores eles existem e são sempre uma mais-valia para essa instituição. Primeiro, os que conheço ‘por coincidência’ são muito bons. Segundo, para uma criança pequena que não pode estar numa família, o viver quase todas as horas do seu dia rodeada exclusivamente por mulheres, é bem menos bom do que ter um modelo masculino por perto. A presença de um educador só vai beneficiar o seu desenvolvimento, pensem o que pensarem os directores das creches que rejeitaram esta candidatura.
É um caso onde todos saíram prejudicados: quem ficou sem trabalho e as crianças de quem iria cuidar.








8 comentários:
Dizes tudo! Só posso corroborar, em todas as tuas afirmações. Num mundo que se quer igual, os resquícios de intolerância, ainda fazem lei. Quanto aos educadores, conheço alguns, e como dizes, foram para a profissão por gosto e vocação, portanto são belíssimos educadores, e é sempre a otra perspectiva do modelo masculino.
Também li a notícia ontem (ou ouvi, já não sei bem) e fiquei a matutar.
Tanto quanto sei, se esses patrões se tivessem limitado a cumprir a lei que não permite discriminações, hoje estariam satisfeitíssimos!
Atenção, não quero com isso dizer que não haja educadores-homens que também não prestam. Com certeza que os deve hver, mas os motivos que dizes e o Palmeiro também - quem escolhe essa profissão é por vocação (nem tem grande prestígio nem é bem paga!)e se for um homem remando contra a corrente dos «costumes» mais hipóteses tem de ser mesmo por vocação.
Que estupidez a atitude de rejeição.
E se dantes os homens não participavam, directamente, nas tarefas de tratar dos "putos", hoje em dia, que eu saiba, isso é o comum, qualquer casal, em que ambos trabalhem, dividem as tarefas de casa e dos filhos, e quantas vezes não são eles que estão em casa mais tempo! Enfim, hoje em dia essa intolerância não se compreende! Acho que é tal qual como com os professores, o género não é garantia de qualidades acrescidas!
Quando eu fiz o ensino primário, e mesmo o secundário, a maioria dos professores eram mulheres, mas todos nós tivemos bons e maus professores, homens ou mulheres! Não havia necessidade.....!
Nunca fiz nenhum comentário nem neste blog nem em nenhum, e estou um pouco receosa de como é que me vou sair. Mas este tema é tão interessante para mim que quero deixar o meu testemunho: Eu sou educadora. Trabalhei toda a vida como tal mas ultimamente, devido a reduções drásticas de orçamentos e coisas dessas, o nosso governo considerou que havia demasiados Jardins-de-infância públicos e decidiu começar a entregá-los ao privado. A consequência é que começaram a ‘sobrar’ educadoras que foram reencaminhadas para funções administrativas e outras que tais. Estou agora no que se chama um Serviço Central, rodeada de papelada e sem os meus meninos. Escuso de dizer que muito revoltada!
(atenção, estou a escrever isto na minha pausa de almoço, não se pense que aproveito o meu tempo de trabalho para passear na net, como há quem afirme por aí)
Ora o que queria contar é que quando estava no activo, entre todos os meus colegas havia dois educadores rapazes. Lembro-me de quando apareceu o primeiro houve alguma curiosidade e excitação – era novidade. Ele começou a trabalhar e dentro em pouco as directoras dos diversos estabelecimentos que se articulavam em rede, disputavam umas às outras para onde é que ele iria no próximo ano, porque todas o queriam! Quando chegou o segundo, foi uma festa. Eu só tenho a dizer bem. Não só tinham os conhecimentos e a boa formação, como tinham a dose certa de ternura e firmeza que as crianças apreciam.
Foi mais complicado os pais aceitarem, creio que pelas fantasias de ‘pedofilia’ que tinham na cabeça, mas mesmo os pais, dentro em pouco estavam rendidos.
Portanto o que queria testemunhar é que essa descriminação é errada, além de injusta.
Emiéle, isto hoje está demorado. Escreveste posts muito grandes para o teu costume, e os comentadores (não é uma crítica, heim?!...) também escreveram comentários demorados de ler em quase todos os posts.
Por acaso isto é um assunto que nunca me tinha chamado a atenção. Conheço pouco de bebés (não tenho ainda nenhum) e nunca tinha pensado que existisse nenhuma profissão vedada aos homens por o serem. A minha ideia é que quando os homens entram em áreas «femininas» até se saem muito bem - os costureiros, os cozinheiros, etc.
Quanto a trabalhar com meninos não vejo qual o problema?! Então não há pediatras? Enfermeiros de pediatria? Como disse a Leonidas hoje qualquer pai muda uma fralda ou dá um biberon. Que raio de mentalidade retrógada!
(a propósito, Luisa, para um primeiro comentário saíste-te muito bem!!!!) :D
Antes de mais nada, os meus «velhos» visitantes entendem, vou cumprimentar a «Luisa». Ficou muito satisfeita que este meu post te «desbloqueasse» e fizesses o teu primeiro comentário. Como viste não custou nada! Aliás, mais do que um comentário é, como disseste um depoimento, um testemunho e isso tem muito valor. Quem está no terreno conhece bem melhor os casos do que quem fala por ‘bom-senso’ ( que também é importante) Mas para deixar um comentário não é preciso ter uma coisa importante a dizer. Por vezes basta um sorriso : ) e já fico contente por ser um sinal de que passou por cá.
A Leonidas tem toda a razão – o ensino, sobretudo no 1º ciclo mas não só, é ainda uma actividade mais participada pela mulher. Claro que tudo está a mudar, mas lentamente. E para um equilíbrio de uma criança, só há vantagens em ter em seu redor modelos diferentes.
A Joaninha e o Zé mostraram a importância que neste caso tem a ‘vocação’, com o que eu concordo inteiramente!
Raphaelzinho, realmente hoje escrevi para aqui uns lençóis, mas olha que é assim, uma vez sem exemplo. É que os temas estavam mesmo a pedir…
O colégio planalto emlisboa discrimina os educadores de infancia homens...não podem exercer a sua profissão porque os estatutos não o permitem.
vergonha!
Caríssimo, recém comentador 'anónimo' - os testemunhos anteriores vão exactamente contra essa parva norma estatutária. Está provdo que é uma idiotice.
Mas o Planalto, é uma escola bem conservadora, como é público escola da Opus Dei, de modo que não é de estranhar que optem por escolhas conservadoras.
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