domingo, julho 08, 2007

As coisas simples

Não sei como está, neste momento, o tempo em Lisboa.
Quando ontem saí de lá, na minha casa estava um calor de abafar. Andei uns quilómetros – poucos – e cheguei àquilo que dizem ser um «microclima», onde o céu estava nublado e fazia fresco. Soube-me bem.
Hoje, ao acordar, vejo que o céu continua nublado e o ar continua fresquinho. Já não me sabe tão bem. É suposto que no Verão faça algum calor, a ideia que temos de um fim-de-semana de Julho é poder ir à praia molhar o pé! Portanto fiquei aborrecida (para usar um termo suave).
Mas, ainda antes de me arranjar, abri a porta e dou uma olhadela ao meu quintal. Há lá um cantinho feioso que não tenho conseguido ‘esconder’. Bate ali muito sol e todas as plantas que lá tento plantar, secam desgraçadamente. Até uma trepadeira, que considero uma praga porque me invade todos os sítios onde não a quero, quando tentei plantá-la lá não resistiu!
Há uns tempos encarreguei um homem da terra de plantar ali alguma coisa. Ele decidiu insistir na tal trepadeira-praga, e eu, incrédula, achei que ia ser mais um fracasso. Mas quando ontem cheguei vi que aquilo estava já muito verde e composto. Milagre.
E hoje, ao abrir a porta no tal fresquinho da manhã, dei de caras com esse canto todo florido com as flores que tinham aberto hoje de manhãzinha.
É uma coisa de nada, mas o suficiente para me deixar consolada e bem disposta o resto da manhã.
Afinal, para nos deixar bem, bastam coisas muito simples – umas flores que abriram durante a noite.

7 comentários:

josé palmeiro disse...

Mas, são mesmo "as coisas simples", que nos reconciliam com o mundo e connosco próprios. Olhar a natureza é um privilégio, saibamos preservá-la!

cereja disse...

Às vezes não temos essa noção. E a velha ideia de que as coisas mais importantes não se compram, é bem mais do que uma frase.
É claro que também há coisas importantes que se compram, longe de mim a demagogia de dizer o contrário. Mas saber ver a beleza de uma coisa, ou sentimentos como a amizade, estão bem para além do cartão de crédito.
O meu sorriso irreprimível desta manhã ao ver aquelas flores que desabrocharam, foi uma amostra dessas coisas 'sem preço'.

Anónimo disse...

Quanto é que pagas ao jardineiro?AB

cereja disse...

Quando é «jardineiro» a sério é uma fortuna! Uma vez mandei podar uns arbustos e fazer uns arranjos de qui-ri-qui-qui e fiquei parva quando me apresentou a conta. Neste caso é o pai, reformado, da senhora que me toma conta da casa e acaba por entrar no pagamento que faço à filha...
Ou seja, respondendo ‘indirectamente’, neste caso continuou a não ser uma questão de dinheiro…

Anónimo disse...

Se a trepadeira era essa, realmente é quase «planta daninha», isso dá-se por todo o lado.
E imagino bem, o que é abrir a porta d manhã e dar com um canteiro florido. Sensação «gostosa» como diriam os brasileiros.

Anónimo disse...

Já te disse como gosto deste tipo de posts?!
É que também nos deixa bem dispostos.

cereja disse...

Ainda bem Joaninha e King que consegui passar essa noção de bem-estar :)