Os óleos
Temos aprendido a reciclar muita coisa.
Quero dizer, algumas coisas desde sempre o foram, não «recicladas» mas aproveitadas, e talvez por isso foi fácil adaptarmo-nos à ideia. Falo do papel e do vidro.
Fazia parte da economia doméstica de qualquer casa há umas dezenas de anos aproveitar-se os jornais que serviam desde forrar o caixote do lixo, a dar brilho aos metais e vidros ou acender a lareira das casas que a tinham. E até havia quem comprasse jornais a peso, o que também era uma forma de as famílias se verem livres deles sem os deitarem para o lixo.
O mesmo com garrafas, frascos, boiões. Tudo se guardava e era aproveitado. Portanto quando começaram a aparecer «vidrões» e «papelões» creio que para os mais velhos essa recolha fazia sentido. Já com as embalagens era mais complicado, porque o certo é que ‘antigamente’ não havia tantas embalagens tirando as latas, e esta recolha não está bem explicada – há embalagens que servem para reciclar e outras não…
Bem, mas chegamos aos óleos!
Há pouco tempo ouvi uma reportagem radiofónica, numa terra (creio que no Alentejo) onde se ensinava às crianças a aconselharem as mães a não deitar fora o óleo dos fritos e sim deitá-lo no «oleão». Segundo ouvi, isso tinha tido tanto sucesso que inicialmente tinham construído dois ou três à experiência, mas agora naquele concelho já havia muitos. Esse óleo doméstico depois era aproveitado não sei bem para quê, e não ia contaminar os esgotos. Pareceu-me muito pedagógico.
Leio agora que os «outros óleos», os industriais, mais perigosos portanto, não estão a ser reciclados estão a ser geridos por operadores ilegais e enviados para destinos que as autoridades desconhecem
Como? Então ensinamos as crianças por um lado e por outro 30% dos óleos industriais «ninguém sabe onde estão nem como estão a ser tratados, havendo suspeitas de que grande parte esteja a ser queimada nalgumas indústrias [….] gerando mais emissões perigosas para a atmosfera».
Não se pode fiscalizar isso?
Quero dizer, algumas coisas desde sempre o foram, não «recicladas» mas aproveitadas, e talvez por isso foi fácil adaptarmo-nos à ideia. Falo do papel e do vidro.
Fazia parte da economia doméstica de qualquer casa há umas dezenas de anos aproveitar-se os jornais que serviam desde forrar o caixote do lixo, a dar brilho aos metais e vidros ou acender a lareira das casas que a tinham. E até havia quem comprasse jornais a peso, o que também era uma forma de as famílias se verem livres deles sem os deitarem para o lixo.
O mesmo com garrafas, frascos, boiões. Tudo se guardava e era aproveitado. Portanto quando começaram a aparecer «vidrões» e «papelões» creio que para os mais velhos essa recolha fazia sentido. Já com as embalagens era mais complicado, porque o certo é que ‘antigamente’ não havia tantas embalagens tirando as latas, e esta recolha não está bem explicada – há embalagens que servem para reciclar e outras não…
Bem, mas chegamos aos óleos!
Há pouco tempo ouvi uma reportagem radiofónica, numa terra (creio que no Alentejo) onde se ensinava às crianças a aconselharem as mães a não deitar fora o óleo dos fritos e sim deitá-lo no «oleão». Segundo ouvi, isso tinha tido tanto sucesso que inicialmente tinham construído dois ou três à experiência, mas agora naquele concelho já havia muitos. Esse óleo doméstico depois era aproveitado não sei bem para quê, e não ia contaminar os esgotos. Pareceu-me muito pedagógico.
Leio agora que os «outros óleos», os industriais, mais perigosos portanto, não estão a ser reciclados estão a ser geridos por operadores ilegais e enviados para destinos que as autoridades desconhecem
Como? Então ensinamos as crianças por um lado e por outro 30% dos óleos industriais «ninguém sabe onde estão nem como estão a ser tratados, havendo suspeitas de que grande parte esteja a ser queimada nalgumas indústrias [….] gerando mais emissões perigosas para a atmosfera».
Não se pode fiscalizar isso?
5 comentários:
Também ouvi esa reportagem; foi na antena um, se não estou em erro, e fiquei a pensar que era interessante.
Quantos aos óleos industriais deve ser outra conversa, bem mais complicada. E como apanhar os faltosos?...
E se acabarem com essas misteriosas queimas, o mais provável, é essas empresas rumarem a outros destinos, mais rentáveis. Não faz sentido, por um lado um esforço enorme, individual,completamente à revelia dos poderes, mas que se revela pedagógico e amogo do ambiente, de tal forma que é aproveitado para propaganda, por outro a desleixo total, dos mais contaminantes e prejudiciais elementos, que gerem lucros fabulosos e fáceis. A Joaninha pergunta, como apanhar os faltosos? Não seria difícil, o problema é que pertencem ao Gang.
Também me parece que «apahar» esses tais 30% não era muito difícil se houvesse vontade. E que as multas fossem mesmo a doer tanto que lhes tirasse a vontade de jogar às escondidas...!
E não é sempre assim? As coisas demoram a mudar porque quem tem mais poder (neste caso mais óleo) tem sempre mais resistências...
Nota: os óleos de fritura "domésticos" são reciclados para fazer Biodiesel.
O problema é que se anda á anos a discutir o que fazer aos resíduos perigosos e tóxicos e não se chega a lado nenhum. Em Portugal não existe destino a dar aos resíduos tóxicos, quem os produz exporta-os para espanha onde existem estações de tratamento. É um processo que exige armazenamento, transporte, etc. Nas pequenas empresas estamos mesmo a ver a sustentabilidade de gerir estes resíduos......
Os óleos domésticos, por exemplo são super poluentes e constituem um dos graves problemas do tratamento das águas urbanas residuais, um só litro contamina umas centenas de litros de água (lá etou eu, nunca me lembro dos números, entre outros). Para estes é mais que viável a sua transformação em bio-diesel, é um processo químico relativamente simples (é preciso conhece-lo e afiná-lo, caso a caso)e pode substituir 20% do gasóleo sem qualquer prejuízo para o veículo (desde que esteja bem afinado o fabrico), ainda por cima ao preço que estão os combustíveis era mais que viável. Claro que também se produz um resíduo, a glicerina, mas que também, pode ser aproveitada como matéria-prima para outros produtos. Não se percebe, há pouca vontade...... Mas os óleos dos automóveis, assim como os ácidos das baterias são um problema maior...! Alguém sabe o que há-de fazer a estes produtos se se quizer livara deles? Eu não.De notar que apenas uma pequena percentagem de "sucateiros" são licenciados ou certificados, sendo que 90% deles são ilegais. Foi nesse sentido que o governo foi atribuiu um "prémio" na compra de veículo novo quando este provasse o abate do antigo em instalações autorizadas.
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