E ainda há dúvidas porque é baixa a natalidade em Portugal?
A semana passada houve para aí um happening, muito badalado. Juntaram-se em Oeiras muitas mulheres grávidas para confraternizar, pelo que entendi, e chamar a atenção para a baixa de natalidade na nossa terra. Imagino que pensaram que seria mostrando muitas grávidas felizes que levariam outras mulheres a engravidar…
Imagino eu, porque não entendi bem onde queriam chegar.
Ora muito bem. Se calhar o segredo da baixa de natalidade entre nós, não é porque não se goste de crianças, ou porque sejamos ‘egoístas’ como por vezes se ouve. A verdade é que Portugal é o único país da União Europeia [ a par da Eslovénia ] em que a taxa de emprego das mulheres e dos homens aumenta assim que se tornam pais. «Enquanto na restante comunidade se verifica uma redução média de 10% do emprego como resultado da maternidade (há mesmo países onde essa quebra chega aos 40%), em Portugal o emprego das mulheres cresce 2% após a chegada dos filhos.»
É a prova das dificuldades que acarretam a existência de um filho. O certo é que «as famílias portuguesas são, considerando o universo da Europa a 15 estados, as terceiras que menos beneficiam de apoios na rede de cuidados à infância» e isto sabendo que Portugal é dos países onde se registam das maiores taxas de emprego feminino.
Não, não acredito que seja mostrando a imagem de muitas grávidas que venha a diminuir a natalidade mas sim, com verdadeiros apoios à família, como afinal acontece «lá fora», esse modelo que nos aparece, como cenoura à frente do burro, quando se pretende aumentar a competitividade.
Imagino eu, porque não entendi bem onde queriam chegar.
Ora muito bem. Se calhar o segredo da baixa de natalidade entre nós, não é porque não se goste de crianças, ou porque sejamos ‘egoístas’ como por vezes se ouve. A verdade é que Portugal é o único país da União Europeia [ a par da Eslovénia ] em que a taxa de emprego das mulheres e dos homens aumenta assim que se tornam pais. «Enquanto na restante comunidade se verifica uma redução média de 10% do emprego como resultado da maternidade (há mesmo países onde essa quebra chega aos 40%), em Portugal o emprego das mulheres cresce 2% após a chegada dos filhos.»
É a prova das dificuldades que acarretam a existência de um filho. O certo é que «as famílias portuguesas são, considerando o universo da Europa a 15 estados, as terceiras que menos beneficiam de apoios na rede de cuidados à infância» e isto sabendo que Portugal é dos países onde se registam das maiores taxas de emprego feminino.
Não, não acredito que seja mostrando a imagem de muitas grávidas que venha a diminuir a natalidade mas sim, com verdadeiros apoios à família, como afinal acontece «lá fora», esse modelo que nos aparece, como cenoura à frente do burro, quando se pretende aumentar a competitividade.
7 comentários:
Este post completa o debaixo, não é?
Há coisas que a gente sabe empiricamente, mas é sempre interessante ver confirmado.Se os pais depois de terem um filho desatam a trabalhar mais, não é porque queiram estar menos tempo com ele, é porque o dinheiro não lhes chega!!! E naõ chega, porque como referes a seguir ««as famílias portuguesas são, considerando o universo da Europa a 15 estados, as terceiras que menos beneficiam de apoios na rede de cuidados à infância»
Quais serão as duas desgraçadas piores do que nós?...
A Joaninha já disse tudo! è o derrube de todas as nossas esperanças!
Nem de propósito vejam esta notícia:
http://jn.sapo.pt/2007/06/25/porto/professora_quer_construir_creche.html
«No concelho existe apenas uma creche que possui acordo com a Segurança Social [...] actualmente com cerca de 37 inscrições - para um universo de perto de duas mil crianças com menos de quatro anos»
É preciso mais palavras...?!
Se fosse só isso... o pior é que se ganha tão mal que não dá para ter filhos. Conheço pessoas que bem gostariam de ter filhos (no plural) e que simplesmente não têm uma situação profissional estável nem ganham o suficiente sequer para alugar uma casa (vivem em quartos alugados). E assim não é fácil. Se calhar, quando chegarem aos quarenta, a coisa melhora. :S
Apoiado «Snowgaze» !!!
Eu 'passo-me dos carretos' completamente quando oiço tipos muito bem instalados a sentenciarem sobre o 'egoísmo' das pessoas que nõ querem ter filhos. Para além do facto de que pode muito bem haver quem não queira e isso é lá com eles, o que eu mais vejo é quem não pode ter filhos! Nem vou tão longe como o caso de se viver em quartos, mas mesmo um casal de classe média baixa, não consegue criar convenientemente mais do que um filho. Como se disse no outro post, só o infantário é quase um salário mínimo!!! e mais alimentação decente, higiene, vestuário, pediatra, uma criança é um salário completo de um casal!!!
Reli o que escrevi e vejo que faltou um A, era não querem, evidentemente, e não sei se deixei muito claro que falava no plural. UM filho ainda se consegue ter, mas passar para os dois, que muita gente gostaria, já é quase impossível. Reparem a quantidade de filhos únicos que vemos.
Obrigado King, esse link vem mesmo a propósito.
A Snowgase tem toda a razão e o comentário da Tess acentua isso. Muita gente não é que não queira, mas mais do que um filho é um esforço demasido. Já um não é fácil!
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