«Curtir um som»
É o que fazem milhares de jovens que, gostando de música, vivem a sua vida diária com os ouvidos ligados directamente por um fio à música de que gostam e que lhes deve chegar aos tímpanos com uma força assustadora, a avaliar por aquilo que quem está a metros de distância ainda ouve… Ou quem conduz com o rádio ligado com um som tão alto que, mesmo comos vidros fechados quem lhes passa ao lado ainda a ouve com nitidez. Ou, e sobretudo, quem passa noites e noites em discotecas onde seria caricato procurar-se conversar, porque a música abafa tudo.
Até hoje pensava que se punham o som assim tão alto porque lhes dava prazer. Mas afinal é porque eles não o ouvem com a mesma intensidade que as pessoas 'normais' – tadinhos, estão é surdos!
Já há uns tempos tinha ouvido uns zunzuns de que havia jovens que se candidatavam ao curso de aviadores e não conseguiam o acesso por estarem a ouvir mal. E diziam que eram muitos, mais do que a percentagem que seria normal na sua idade. Afinal, confirma-se de que já não são apenas os velhos do costume que ouvem mal – os jovens começam a competir com eles. A surdez entre os jovens, é considerada por especialistas, como «um problema de dimensões preocupantes».
O exemplo que dão para se poder fazer uma ideia é interessante: o barulho de um martelo pneumático ou de uma serra eléctrica atinge os 110 dB, o ruído de um trovão é próximo dos 120 db e um avião a descolar a uma distância de 30 ou 40 metros cerca de 130 dB, e... numa discoteca o som é de 120 dB!
Só que um trovão dura alguns segundos, um avião uns minutos, mas na discoteca está-se uma noite inteira…
E eu também teria interesse em que se medisse o som dos «phones» que alguns dos meus parceiros de metro, levam enfiados nos seus ouvidos!
Até hoje pensava que se punham o som assim tão alto porque lhes dava prazer. Mas afinal é porque eles não o ouvem com a mesma intensidade que as pessoas 'normais' – tadinhos, estão é surdos!
Já há uns tempos tinha ouvido uns zunzuns de que havia jovens que se candidatavam ao curso de aviadores e não conseguiam o acesso por estarem a ouvir mal. E diziam que eram muitos, mais do que a percentagem que seria normal na sua idade. Afinal, confirma-se de que já não são apenas os velhos do costume que ouvem mal – os jovens começam a competir com eles. A surdez entre os jovens, é considerada por especialistas, como «um problema de dimensões preocupantes».
O exemplo que dão para se poder fazer uma ideia é interessante: o barulho de um martelo pneumático ou de uma serra eléctrica atinge os 110 dB, o ruído de um trovão é próximo dos 120 db e um avião a descolar a uma distância de 30 ou 40 metros cerca de 130 dB, e... numa discoteca o som é de 120 dB!
Só que um trovão dura alguns segundos, um avião uns minutos, mas na discoteca está-se uma noite inteira…
E eu também teria interesse em que se medisse o som dos «phones» que alguns dos meus parceiros de metro, levam enfiados nos seus ouvidos!
8 comentários:
Isto dá muito que pensar.
Por um lado sempre ouvi dizer que os entendidos ouvem a música alta para ‘apanharem’ bem toda a gama, mesmo a dos sons mais baixos. Por outro lado, esses zunzuns de que falas, de miúdos que não foram admitidos para certa profissões por estarem a ouvir mal, também já me tinham chegado.
E isto que este artigo diz é impressionante porque a rede de despiste apanha jovens de muitas zonas do ‘primeiro mundo’!
Tu não sublinhaste uma coisa que eles dizem e me parece importante:
«uma lesão do ouvido interno provocada pela exposição prolongada a níveis elevados de sons [acima de 85 decibéis (dB)], é irreversível». Ora se o som das discotecas é de 120 decibeis!...
Mais uma reflexão importante. Constitui um gravíssimo problema de saúde pública os factos que relatas e concordo em absoluto contigo. Acrescento, no entanto mais um à lista: O som que emena de alguns carros que comnosco se cruzam diáriamente. É assustador, no Algarve, moro num 8º andar e ouço na terfeição o que vai a tocar, quando eles passam. Para além do mais, como poderão ouvir as incidências do trânsito? Quanto à surdez, é indiscutível.
Exactamente. Eu ando mais de carro, porque tem de ser, portanto não assisto tanto ao jovens de phones do metro ou autocarro, mas concordo com o Palmeiro no caso do rádio aos berros. Aliás parece-me que era a isso que a Emiéle se queria referir quando disse: «Ou quem conduz com o rádio ligado com um som tão alto que, mesmo comos vidros fechados quem lhes passa ao lado ainda a ouve com nitidez».
Não pode ser normal!
Ainda bem que falas neste assunto, e está muito bem encaixado no tema «Educação»
Porque acho que é também uma questão de educação, para além de ser moda.
Com sinceridade não acredito que aos berros se oiça MELHOR. Pelo contrário. E incomoda os outros...
O Zé Palmeiro aponta um aspecto importante - com o som dessa altura, quem conduz não vai conseguir ouvir os outros sons da rua. E podem ser importantes!
Foi 'pensado' que escolhi colocá-lo na categoria Educação, Gui. Porque acho que tem também a ver com a educação que se dá e se recebe. Afinal respeitar os outros. Não falo das discotecas que só lá está quem quer, mas por exemplo esses rádios dos carros aos berros, ou até nos apartamentos os jovens que se divertem a por o som elevadíssimo e gozar com os 'cotas' dos visinhos que protestam... enfim!
Por outro lado, penso que estes dados deviam ser bem explicados, a esses apaixonados dos sons muito altos - pelo menos ficarem a saber que é um comportamento de risco. Talvez achem menos graça ao imaginarem-se de prótese aos 40 anos!
Eu sou suspeito, oiço muita, muita, muita música, mesmo no trabalho estou sempre com a música ligada, concentro-me melhor se estiver com música e disperso-me quando está muito silêncio. Há músicas que gosto de ouvir em alto, depende da "intensidade" que considero que o/a vocalista tenha na voz, a maior parte das vezes é com phones porque detesto música pública em altos berros (por exemplo nunca gostei muito de discotecas prefiro os bares, sim há muita diferença!)... eu não gosto da música da minha vizinha e tenho de levar com ela, por isso guardo a minha para mim. Também por isso dou muita importância aos "utensílios" que uso para ouvir essa música, há phones e phones... infelizmente há pessoas que ou não pod€m ou não estao suficientemente alertadas para estes perigos e a existência de phones que são melhores que os outros.
Ainda outra coisa, há pessoas que andam na rua com os seus phones a "curtir o som" por estilo, por mania, por ser cool, mas também há aqueles que andam por prazer! Eu na maior parte das vezes ando a ouvir música na rua com os phones ligados num volume baixo, não há nada melhor do que passear num dia de Sol com Gothan Project a tocar em música de fundo com o som de uma cidade!... manias... lol!
:)))
Oh Farpas!!! Sabes que eu te «vejo» exactamente assim?!...
Dá para entender que és maluquinho por música. Por outro lado também és um tipo educado e cívico, portanto não esperava outra coisa de ti.
Para ser sincera, nas tais discotecas dos 120 decibeis, na minha opinião quem lá está não gosta assim tanto de música. Pode gostar do convívio, da brincadeira, dos copos, do ambiente de festa, mas aquela música não é para se ouvir!
De resto, tenho um filho que também só é capaz de se concentrar com um som de fundo - o exacto oposto da mãe, que se concentra em silêncio, nem para ler gosto de ouvir nada. Mas também quando OIÇO é mesmo só para ouvir!
Em conclusão, somos todos diferentes... felizmente! E é bom que assim seja e nos respeitemos nessas diferenças.
(mas cuidado com os 120 decibeis durante mais de 15 minutos, heim?!)
Já prái há uma meia dúzia de anos vi um programa alemão, daqueles que passam na hora da insónia, que abordava todos os problemas da surdez, quer em ambientes de trabalho, quer induzida pelos novos hábitos de consumo de música. A abordagem era em termos de sustentabilidade futura da "Segurança Social". O número de casos de surdez precoce que se previa para a chamada "geração das discotecas" era assustador (não me lembro dos números). Assim o programa pretendia ter uma função didáctica, mostrando como a Indústria era obrigaca, através de legislação, à prevenção por meio de soluções diversificadas. Em relação à música mostravam como funcionava o ouvido interno e de que modo podia ser afectado, por exemplo uma expopsição aos tais 15 minutos a 120 dB, para não deixar lesões tão graves, pressupõe um descanso imediato, no maior dos silêncios, durante um tempo n vezes superior (também não me lembro dos números, prái 4x). A respeiro dos head-phones o veredicto era ainda mais assustador, acontece que um mecanismo que o nosso ouvido tem para regular as vibrações que recebe é ineficaz no caso do uso de head-phones! É por isso que nunca dei uns á minha filha (ela acabou por os ter na mesma!) e ainda resisto a comprar um MP3 para ir a ouvir música no autocarro, é que eu ainda por cima, adoro música (seleccionada)!!!!
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