Carrossel

A primeira vez em que li a expressão de 'Fraude carrossel' foi num livro da Maria José Morgado. Fiquei admirada, nunca tinha ouvido a expressão e portanto ficou-me no ouvido, até por ser original. Original a expressão e original a capacidade inventiva de quem se dedica às fraudes. A ideia consiste em criar empresas fantasma em diversos países da União Europeia e simular-se a circulação de mercadorias. Como as “empresas” pertenciam aos mesmos empresários ou a testas-de-ferro os produtos davam uma voltinha lá fora e voltavam a entrar (o carrossel) pedindo o reembolso do IVA… que era sempre grandinho (Ás vezes penso que, se aos vigaristas lhes desse para o bem , poderiam ir longe!)
Neste caso é «engraçado» ver que foi a própria Direcção Geral de Impostos, DGCI, e o ministério da Justiça a serem apanhados pelos vigaristas!....
É um pouco como ver um carteirista palmar a carteira a um polícia.
Bom, o Estado não está a comprar directamente materiais que não pagaram os seus impostos como deve ser, nada disso. O Estado abre concursos como deve ser. Acontece que as firmas que concorrem e ganham apresentam preços vantajosos porque por sua vezes compraram aquilo que estão a revender às tais firmas fantasmas que … praticaram a dita fraude carrossel!
Bom, mas dizem que essa tal fraude em carrossel "está a diminuir" em Portugal. Mas não nos alarmemos que a "fraude na aquisição está a crescer". Isso de fraudes fiscais é cá connosco!