Ainda a Educação
Ouvi ainda ontem que o Ministério da Educação pretendia «antecipar» a idade da entrada na escola. Isto admirou-me um pouco porque se a ideia é que as crianças comecem o seu 1º ano de escolaridade ainda mais novas, não tem pés nem cabeça. Vai contra tudo o que se conhece do desenvolvimento infantil e seria um erro grosseiro. Se, o que se quer significar é a obrigatoriedade do pré-escolar, não entendo que seja uma novidade porque isso já existe há anos. Teoricamente que o ensino pré-escolar deveria cobrir a nossa população infantil. Há mais de 10 anos que, no relatório que Portugal tem de enviar às Nações Unidas sobre o modo como está a cumprir a «Convenção sobre os Direitos das Crianças», se diz que essa cobertura está feita, ou ‘quase’ feita. Assim, não entendo como é que em 2007/08 se afirma como novidade essa prioridade.
Só que…
A verdade é que cerca de metade das crianças que frequentam o pré-escolar em Portugal estão matriculadas no ensino privado. Essa é que é essa! Pode dizer-se que em muitos casos são IPSS, ou instituições com protecção estatal e onde não se paga muito. Será sempre muito para quem tem muito pouco como sabemos que se passa em tantos casos. E, se não são IPSS, no privado puro e duro, o ‘muito’ é realmente MUITO. Fica tão caro ter um filho num infantário como numa Universidade, sabiam?
E os bebés ainda não fazem greve às propinas…
Só que…
A verdade é que cerca de metade das crianças que frequentam o pré-escolar em Portugal estão matriculadas no ensino privado. Essa é que é essa! Pode dizer-se que em muitos casos são IPSS, ou instituições com protecção estatal e onde não se paga muito. Será sempre muito para quem tem muito pouco como sabemos que se passa em tantos casos. E, se não são IPSS, no privado puro e duro, o ‘muito’ é realmente MUITO. Fica tão caro ter um filho num infantário como numa Universidade, sabiam?
E os bebés ainda não fazem greve às propinas…
10 comentários:
Tocas aqui num ponto, que muita gente que já não tem ou ainda não tem filhos pequeninos não sabe. Tal como dizes, um infantário pode pedir 300 e mais euros por mês para ter lá uma criança...Não é muito diferente das propinas numa universidade.
Quem tiver dois filhos que se cuide!
E, de facto, há anos que se anda a dizer que a cobertura do pré-escolar, está «quase». Nem entendo como é possível, se cada vez ha menos filhos, como é que esse «quase» nunca mais acaba!???
Iaa dizer que a façam os pais, mas percebi que era pura idiotice. Retiro o que pensei.Populo admie tal retiro?
O meu comentário e o do FJ entraram quase ao mesmo tempo. Eu entendo o que ele quer dizer, mas a verdade é que a faca e o queijo está na mesma mão. Se não pagarem a mensalidade os meninos ficam na rua. Os estudantes universitários talvez não se ralem muito de não ter aulas, e daí a greve, mas os pais das crianças é um tiro no pé. Mas como percebi o que ele disse e estou na mesma onda, porque não umas cooperativas de pais, sem qualquer lucro e onde apenas se pagasse as despesas?... Se calhar se os pais se unissem talvez conseguissem alguma coisa.
Assunto do maior interesse e actualidade.
Emiéle, tens toda a razão, os estudos, e no nosso casa particular, a experiência, diz-nos que, antecipar o início da etapa escolar, é um ERRO GROSSEIRO!
Quando um governo, tudo faz para acabar com a REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA, tudo fica dito e percebido. Essa, que foi uma das maiores conquistas do 25 de ABRIL, está a ser desmantelada, a camartelo e transformando a EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR, em armazéns de crianças, porque, quantas mais, mais ganhas, estando assim posto em causa a filosofia que suporta a EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR.
Algumas pessoas fazem confusão entre o «pré-primário» e a «creche ou infantário».
O ensino «Pré-primário», já pretende ser um ensino e é por isso que está sob a alçada do ME. Abrange crianças dos 3 aos 5 anos. Antes disso, é a Creche e é um «apoio à Família» por isso é que 'pertence' à Segurança Social. Em certos países - que não o nosso - esse apoio à Família é excelente, a mãe pode estar em casa a cuidar do filho sem perder nenhuma regalia cerca de um ano, e depois há muitas e excelentes creches por todo o lado. É essa a grande diferença - por cá mesmo o tal pré-escolar que deveria ser da Educação não cobre as necessidades quanto mais os mais pequeninos.
Isto trás agua no bico. Vocês vão ver que acabamos outra vez numa questão de cifrões!
Se baixassem a idade da entrada na Escola (ideia sinistra, que não tem ponta por onde se pegue) poupavam muito porque 'faziam a festa' com a prata da casa ou seja os professores do 1º ciclo que já existem, e nas salas que também existem. Poupavam emenso em educadoras e em equipamento, estão a ver?...
Imaginem o que são estas crianças que se vêm na foto, tão bem dispostas, a terem de aceitar regras de várias horas de aulas com a exigência de cumprirem um programa?...
FJ - Claro que podia retirar o teu comentário, mas não se justifica, sobretudo com a tua «auto-crítica» :))
É que relmente apetecia fazer uma greve...
Os comentários que tive neste post são muito esclarecedores. Este é um ssunto que eu conheço mais ou menos bem, e sei como é má a cobertura que é feita. A nível de creche, uma solução que não está suficientemente inclementada, seria a das amas orientadas pela S. Social. Uma familiar que vive na Dinamarca diz que lá, uma ama com duas crianças já recebe um valor muito razoável! Aqui, pela S. Social o máximo que uma ama pode/deve ter são 4 meninos, o que está muito bem. Mas como recebe cerca de 100€ por cada, no conjunto é afinal o SMN o que não é assim tão tentador!...
Eu li isso no jornal de ontem e ainda não fechei a boca!
Porque me parece que não se trata da pré, mas sim do 1.º ciclo!!
No jornal diz que a ministra não especificou, mas como a pré já existe há muito (pelo menos no papel)...
Do meu grupo de alunos, os 2 que mais dificuldades tiveram sempre (e tiveram 1 negativa nas provas)são os dois mais novinhos - entraram com 5 anos e só fazem os 10 em outubro e em novembro.
Nem quero imaginar o que seria se entrassem ainda mais novos!
Além de tudo, é uma barbaridade para com as crianças tão pequeninas!
Em relação aos preços, se os universitários não estiverem deslocados de casa ficam muito mais baratos que os das prés!
É impossível Saltapocinhas!!! Nem esta Ministra faria um disparate desses. Toda a gente sabe (pelo menos quem entende de pedagogia ou psicologia do desenvolvimento) em que idade uma criança está «madura» para a aprendizagem.
NEM QUERO ACREDITAR!!!!!
Porque a pré está no papel, mas sabes que não é verdade. Pode ser quase, ao nível dos 5 anos mas não aos 4 ou 3.
Passei por este blog e o assunto interessou-me. Olhem o meu testemunho: acontece ter dois filhos com muitos anos de diferença. Dois casamentos, como pode acontecer. :) Um tem 3 anos e o outro 17.
Gasto menos com aquele que está no ensino superior do que com o pequenino! Mas até muito menos :(
Maria João
Enviar um comentário