Poupanças
A ideia que associa de imediato «funcionário público» a burocrata=manga-de-alpaca com a imagem inevitavelmente negativa que lhe corresponde, pode ser um pouco abalada com as sucessivas notícias que vão surgindo sobre o modo como se reduz esse ‘excedente’ de pessoal na FP.
Creio que a redução da burocracia é aplaudida vivamente por todos. E se nos serviços centrais de diversos ministérios se optasse por uma gestão mais simplificada, com muito menos gente e muito menos papelada, se se peneirasse quem ficaria ‘excedentário’ por essa actualização e fosse reencaminhado para outros locais, essa acção não era passível de critica. Pelo menos do meu lado até a aplaudia.
O complicado é quando se trabalha para o Estado mas não em funções ‘burocráticas’. Vejo, por exemplo, que a Direcção Geral de Veterinária vai dispensar 160 inspectores depois de vários anos em regime de avença e sem terem direito a subsídio de desemprego. Não estariam a mais, pois não? As pessoas que inspeccionam as lotas e os matadores, fazem um trabalho importante para a saúde pública. Nem até se entende como podem trabalhar há vários anos por avença, sem direito a um contracto!
Vemos também a classe dos enfermeiros (também aqui não estamos a falar de burocratas) dizer-nos que «30% cumprem horário acrescido, 21% trabalham em mais do que uma unidade de saúde e 39% ainda completam falhas do sistema em horas extraordinárias»
E também aqui a instabilidade é um factor de ansiedade e stress: «Mais de 80% dos inquiridos no estudo aponta alterações na equipa de enfermagem nos seis meses anteriores, 42% sentem-se mal com a instabilidade, números que decorrem sobretudo da actual política de contratação a prazo».
Anda-se a poupar em quê?
Creio que a redução da burocracia é aplaudida vivamente por todos. E se nos serviços centrais de diversos ministérios se optasse por uma gestão mais simplificada, com muito menos gente e muito menos papelada, se se peneirasse quem ficaria ‘excedentário’ por essa actualização e fosse reencaminhado para outros locais, essa acção não era passível de critica. Pelo menos do meu lado até a aplaudia.
O complicado é quando se trabalha para o Estado mas não em funções ‘burocráticas’. Vejo, por exemplo, que a Direcção Geral de Veterinária vai dispensar 160 inspectores depois de vários anos em regime de avença e sem terem direito a subsídio de desemprego. Não estariam a mais, pois não? As pessoas que inspeccionam as lotas e os matadores, fazem um trabalho importante para a saúde pública. Nem até se entende como podem trabalhar há vários anos por avença, sem direito a um contracto!
Vemos também a classe dos enfermeiros (também aqui não estamos a falar de burocratas) dizer-nos que «30% cumprem horário acrescido, 21% trabalham em mais do que uma unidade de saúde e 39% ainda completam falhas do sistema em horas extraordinárias»
E também aqui a instabilidade é um factor de ansiedade e stress: «Mais de 80% dos inquiridos no estudo aponta alterações na equipa de enfermagem nos seis meses anteriores, 42% sentem-se mal com a instabilidade, números que decorrem sobretudo da actual política de contratação a prazo».
Anda-se a poupar em quê?
E quem lucra?
4 comentários:
É a economia da mentira, anda-se uma vida a explorar e depois, quem paga é o explorado. E tudo feito com uma candura, que até enternece.
É claro.
Já aqui te tenho apoiado muitas vezes. A famosa «reforma da AP» tem sido uma treta. Não é cortando cegamente nos trabalhadores da FP que se chega a uma melhor distribuição, não se pode cortar indiscriminadamente e sim onde esteja provado que há gente a mais. E, se calhar há gente a mais nos assessores dos senhores ministros, por exemplo...Que tal começar a reduzir aí?
Ena!!!
Isto esteve parado quase duas horas (mea culpa, é claro, que me 'atrasei') e eu a achar que ninguém me ligava hoje . sniff... mas a final os meus visitantes habituais não desanimam!! 'Brigada, amigos!!!
Quanto a este tema, sério mesmo muito sério, como a Joaninha acentua tem a ver com a famigerada reforma da «administração pública», importantíssima mas que não é «ISTO». Despedir inspectores, ou pôr enfermeiros a trabalhar em mais turnos não é gerir bem coisa nenhuma.
O que é de pensar é que tudo isto parece tão evidente, como é que há quem não queira ver!
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