quinta-feira, maio 03, 2007

O oito e o oitenta

Quando o fundamentalismo levanta a cabeça passam-se coisas interessantes. Esta conversa sobre o tabaco é uma delas.
Em tempos não muito recuados fumar era normal e até incentivado. Em qualquer filme de há 50 anos se vê a maioria dos actores com um cigarro na mão. E quando se puxava de um cigarro era um gesto cortês estender o maço a quem estava presente, oferecendo o seu conteúdo a quem o desejasse. O tempo passou e os estudos científicos demonstravam que afinal aquele prazer não era inocente, e o mal que fazia era pior do que o bem que sabia. E, mais grave ainda, prejudicava quem estando ao pé ‘fumava’ indirectamente.
Sensatamente inverteu-se caminho. Começou-se a ensinar as pessoas que afinal aquele vício era maléfico para si e para os outros. E a verdade é que muita gente está a aprender. Tenho muitos amigos que deixaram de fumar, e ainda na semana passada reparei que num grupo reunido na minha casa, quando alguém desejava acender um cigarro ia até à janela e só voltava para ao pé de nós depois do o ter fumado. Bom senso.
Contudo parece que os senhores das finanças descobriram que os viciados do tabaco podem ser um maná -
as multas previstas para os fumadores apanhados com um cigarro aceso num local proibido são o dobro daquelas que estão previstas para os consumidores de drogas ilícitas
OK. Vai uma passa?...
Assim como assim, fica-nos mais em conta!


E é interessante reparar como os interesses das tabaqueiras, tem passado a imagem oposta, associando o cigarro aos grandes horizontes, ao ar livre, à vida selvagem..?
Curioso.


4 comentários:

Anónimo disse...

Quem é este Bibi??? Vem da Índia???!!!! (aparece aqui cada um!)
Quando acabas o post com o Homem da Malboro pôes o acento na tal luta de gigantes económica. É que isto é complicado, as tabaqueiras devem contra atacar de qualquer modo. Mas repara, Emiele que esta acção do governo é para cumprir as instruções de Bruxelas. Duvido que por si, se tivessem ralado muito com a questão. Mas se Bruxelas manda, já agora vamos aproveitar qualquer coisita e fazer as tais multas a doer. E de que maneira!!!!

josé palmeiro disse...

O que falta é bom senso! E quando digo isto, digo-o, referindo-me a todos os lados. Achei a posição da Emiéle muito sensata e é essa também a que perfilho.
Já fumei, nunca fui um inveterado, mas fumei bastante. Casei-me com uma asmática e todos os meus filhos, apesar de não ser heriditária, saíram com, asma. A todos eles vacinei, tanto ou tão pouco, que os punha em fila e aí vai disto, era picar até mais não, tanto que me fartei, até porque os resultados não eram totais. Um dia o médico das asmas, perguntou-me se eu fumava, ao que respondi, que sim, e ele disse-me, então não fume em csa, vá para a varanda ou para a rua. Remédio santo, deixei de fumar, radicalmente. Mais tarde, as doenças passam a ser minhas e os médicos, fazem-me novamente essa pergunta. Contada a história, dizem-me, é a sua sorte pois se fosse fumador era tudo bem mais complicado. Tudo isto para dizer que nas opiniões expressas e nas decisões emanadas, vindas ou não de Bruxelas, há muita hipocrisia e acima de tudo falta de BOM SENSO!

Anónimo disse...

Mas é exactamente o bom-senso que falta!!!!
De uma parte e de outra.
Cá por mim devíamos insistir para que os putos nunca começassem a fumar. Já era uma um bom caminho andado. Nestas coisas o melhor é nem começar!

cereja disse...

O Bibi que não é o 'nosso', vem realmente da ìndia pelo que se entende do seu blog. Não se classifica exactamente como spam, mas... é seu primo.
Zé, infelizmente o Descartes não tinha razão e o bom-senso é coisinha que falta muito. Quer de uma banda quer de outra. Como disse, eu tenho amigos fumadores e que respeitam os outros não abusando do fumo. Mas conheço pessoas que acham que os não-tabagistas são uns tarados, que vivem para embirrar com eles, e até nos sopram o fumo para a cara... Por outro lado também tenho visto anti-tabagistas que parecem histéricos, como se fossem adoecer de imediato com a mais leve voluta de fumo de tabaco. A história do fumo nos restaurantes parece-me aceitável, mas já nos bares, etc, é discutível. Imagino que o que se vá fazer é por um aviso à porta (da maioria) e quem ali entrar sabe que existe quem fume; e talvez criar outros mais assépticos onde quem entre já sabe que não pode acender um cigarro.
As pessoas habituam-se. Dantes fumava-se nos transportes, nos cinemas, nos aviões, e hoje lá se aguentam essas horas.