O anonimato

Li, no outro dia, no «Farinha Amparo» um post que me deu que pensar. Sei bem que devia ter deixado lá um comentário. Afinal eu, que gosto tanto quando comentam aquilo que escrevo, nem
sempre respeito essa norma nos blogs por onde passo, ‘mea culpa’
Quando digo que «me deu que pensar», foi por reconhecer como a diferença entre as pessoas pode ser interessante, e depender muitas vezes não apenas da nossa personalidade mas de tantos factores… ! A Didas vive numa cidade que já não é pequena, e tem prazer em se sentir «anónima», não ser reconhecida, entendi que isso lhe dá uma sensação de maior liberdade e, a história que contou da senhora bisbilhoteira tinha tudo para a irritar, até eu que não sinto do mesmo modo também ficaria desconfortável com o ‘inquérito’ irritante da tal criatura tão ‘cusca’ e pretensiosa.
O certo é que eu vivendo em Lisboa, até acho uma certa graça em ser conhecida – cá no meu bairro é claro – e, por outro lado, devido à minha vida profissional já longa acabo por ser reconhecida por muita gente e quando me vêm cumprimentar se não consigo ligar um nome à cara faço uns malabarismos para ser bem-educada e não dar a entender que já não sei com quem estou a falar… Digamos, um sentimento no polo oposto ao que a Didas contou.
Contudo, na net já prezo imenso esse anonimato. Não, obviamente, que use aqui uma máscara, pelo contrário, o que digo no Pópulo é igual às conversas que tenho com os meus amigos. Mas o que foi focado no post da Farinha Amparo, sinto eu na net. Se eu assinasse com o meu nome completo, poderia de facto mais dia menos dia passar aqui pelo Pópulo alguém que pensasse «fulaninha?! mas não é…? oh, quando a vir vou-lhe dizer isto ou aquilo». Não haveria grande mal, é claro, mas eu ia sentir-me menos livre, mais controlada.
Mal comparado, para mim este anonimato é um pouco como quando tomo um copo a mais (atenção, um só!) perco a inibição e o excesso de controlo, fico mais solta mais à-vontade mas a essência essa é a mesma.
sempre respeito essa norma nos blogs por onde passo, ‘mea culpa’Quando digo que «me deu que pensar», foi por reconhecer como a diferença entre as pessoas pode ser interessante, e depender muitas vezes não apenas da nossa personalidade mas de tantos factores… ! A Didas vive numa cidade que já não é pequena, e tem prazer em se sentir «anónima», não ser reconhecida, entendi que isso lhe dá uma sensação de maior liberdade e, a história que contou da senhora bisbilhoteira tinha tudo para a irritar, até eu que não sinto do mesmo modo também ficaria desconfortável com o ‘inquérito’ irritante da tal criatura tão ‘cusca’ e pretensiosa.
O certo é que eu vivendo em Lisboa, até acho uma certa graça em ser conhecida – cá no meu bairro é claro – e, por outro lado, devido à minha vida profissional já longa acabo por ser reconhecida por muita gente e quando me vêm cumprimentar se não consigo ligar um nome à cara faço uns malabarismos para ser bem-educada e não dar a entender que já não sei com quem estou a falar… Digamos, um sentimento no polo oposto ao que a Didas contou.
Contudo, na net já prezo imenso esse anonimato. Não, obviamente, que use aqui uma máscara, pelo contrário, o que digo no Pópulo é igual às conversas que tenho com os meus amigos. Mas o que foi focado no post da Farinha Amparo, sinto eu na net. Se eu assinasse com o meu nome completo, poderia de facto mais dia menos dia passar aqui pelo Pópulo alguém que pensasse «fulaninha?! mas não é…? oh, quando a vir vou-lhe dizer isto ou aquilo». Não haveria grande mal, é claro, mas eu ia sentir-me menos livre, mais controlada.
Mal comparado, para mim este anonimato é um pouco como quando tomo um copo a mais (atenção, um só!) perco a inibição e o excesso de controlo, fico mais solta mais à-vontade mas a essência essa é a mesma.








5 comentários:
No início, não disse a ninguém que tinha um blogue, mas algumas pessoas acabaram por saber. A partir daí, senti menos liberdade para escrever o que queria. Por isso, o anonimato é bom.
Por acaso entendo-te muito bem. Certo, que também é natural os bloggers que assinam, sentem-se à vontade e o blog é um pouco para eles como uma espécie de coluna no jornal só que são eles o director do jornal...
Mas sempre pensei que se um dia me desse para criar um também inventava um pseudónimo qualquer. Se calhar está na linha dos escritores que escrevem sob pseudónimo, não é bem para se 'esconderem' porque afinal um pseudónimo é só isso e quem quizer descobre quem está por detrás, mas... dá mais liberdade como dizes.
Raphael, Emiele e Bell (já viram que tudo rima..?!)- isso está bem. Mas só tem importância para a meia dúzia de pessoas que nos conhecem. Eu assino aqui King, mas se soubessem que me chamo Manuel Reis ficavam a saber o quê???
Huuuummm...
Eu gosto de me sentir anónima. Mas até já começa a ser bem mais do que isso, ainda que preze sobremaneira a liberdade que o anonimato me garante. É que estando de fora da grande maioria dos interesses que, cada vez mais, restringem a “actividade blogueira”, consigo perceber várias das linhas de costura subjacentes. Movem-se tentáculos que tentam, volta e meia, padronizar o meio, dar-lhe regras e salamaleques, impor uma hierarquia fotocopiada do mundo lá de fora onde um punhado de gente acha que é mais do que os outros – especialmente políticos e jornalistas, assinando quase sempre com três letrinhas, que é assim que esta gente pinta o nick, esparramando logo ao lado a tradução, para que ninguém se esqueça de ir confirmar quem é fulaninho de tal – e que acha que pode impor por cá o que já fazem em jornais e revistinhas. Os que ainda não têm poiso, andam a ver se arranjam um. Já passou um bocado a moda do livrinho… mas há-de ressurgir, ou no mesmo formato ou parecido. E lidar com anónimos deve ser incómodo. Levar com gente que não vai ao beija-mão também.
Eu, que gosto da velha lógica do nick – e já ando nesta coisa da net há tantos anos que já vesti e despi vários sem nunca perder a minha identidade, mas preservando-a ainda assim – promovo com gosto o direito a ser livre para opinar sem ter de escarrapachar o curriculum no blog. E gosto do meu blog anónimo e anódino, alegremente perdido entre a grande massa anónima que todos os dias se regista no Blogger. Provavelmente estaria mais visível numa outra plataforma. Mas não quero. Gosto da pequena dimensão que não corrompe prioridades e desta liberdade de ter opinião só porque sim, sem ter de pensar muito se vou ou não ferir interesses. E, mesmo assim, às vezes penso se já não terei exagerado na exposição; se não será já hora de fechar a Voz e seguir em frente… Não o faço por vários motivos. Um deles é que a Voz já não é só minha. É também do Gaivina e este até optou por outro caminho: não é há muito segredo que o Gaivina é o pintor/escrito Miguel Horta. Um dia tenho de lhe perguntar se alguém da vizinhança se mete na vida dele por dar o nome num blog como a Voz… Parece que pelo menos já uma pessoa estranhou.
Hipatia, isto nem é um comentário é um depoimento que podia ser um post!!!!
Eu, ando por cá há menos tempo do que tu, mas já há uns anos e a verdade é que como me mantenho 'desconhecida' de toda a gente e não conheço realmente ninguém, ninguém (minto, conheço a Isabel Faria...) nem entro muito bem nessas histórias. Nem na «outra plataforma» mais pequena onde as pessoas se conheciam melhor! Nem quando estuive num blog colectivo, não conheci ao vivo os meus colegas... Manias!
Portanto para mim o anonimato é realemte a minha liberdade.
Gosto assim e não vejo motivo para mudar.
:D
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