Não vou dizer nada sobre as eleições de ontem.
Não, não é um amuo.
Primeiro, é porque não me apetece.
Claro que eram resultados que se previam, o da Madeira desde que elas foram propostas, o da França desde as sondagens da primeira volta. Surpresas, não as houve. Mas não me apetece falar.
Segundo é porque há para aí muito quem faça análises bem melhor do que eu seria.
Cá «por casa» Jardim teve a sua vitória estrondosa na Madeira como se calculava. Pode fazer-nos sorrir ouvir Jardim falar em calma e bom-senso. Essa sim, foi a melhor de todas! E depois ficarmos a pensar o que se vai alterar com esta reeleição (a 40ª consecutiva, pelo que se gritava ontem na Madeira). Será que a Lei das Finanças Regionais vai ser alterada? Alguém acredita nisso? E se assim não for, fica tudo como dantes e estas eleições foram umas festinhas ao ego do presidente Jardim.
De França, só penso que… «eles lá sabem». Não sou francesa, não vivo lá, vejo as coisas de longe. O novo Presidente afirma que defende "o trabalho, a autoridade, a moral, o respeito e o mérito". (Onde é que se costuma ouvir isto…?) Promete que vai combater o desemprego, baixar os impostos, controlar a despesa pública e alterar o modelo da governação francesa. E, entretanto, vai retirar-se para um mosteiro para meditar.
Não tenho mesmo nada a dizer.








8 comentários:
Também não comento, mas pergunto: - Que gente é aquela, da Madeira? Portugueses, como nós, de certeza, mas com um regedor que os comanda, com mãos de ferro e que quer fazer, dos outros portugueses, contribuintes, para o progresso que ostentam. Mas, já agora, gostava de ver o Jardim, numas eleições nacionais!
É curioso que eu andei a dar uma vista de olhos pelos jornais, blogs, etc, e oiço repetido sem fim, o mesmo argumento: a Segolene era uma má candidata e foi por isso que perdeu. Era uma esquerda demasiado soft, muito Blair, muito Guterres.
Isso não me convence nada!
Quem se identificasse com os ideais de esquerda, e rejeitasse a Segolene por esse motivo, alguma vez na vida iria votar naquele símbolo reaccionário que é o Sarkozy?! O facto de ela ser uma candidata de uma esquerda demasiado moderada, poderia justificar se tivesse existido um elevado nível de abstenção. Mas foi exactamente o contrário que se deu!!! Com o ser tão moderada ela conseguiu que muita esquerda votasse nela (mesmo engolindo sapos) e algum centro também.
Só o que se prova é que a França é muito mais reaccionária do que aquilo que se estava a pensar. Quem votou no Sarkozy sabia o que estava a fazer e não era pr a Segolene ser de esquerda moderada, com certeza!!!
Zé Palmeiro, o fenómeno da Madeira é difícil de avaliar com os nossos padrões. Há qualquer coisa que nos ultrapassa. Claro que a imprensa de lá é o que se sabe, mas também é verdade que o maior meio de informação é a TV e os canais nacionais chegam lá. E toda a gente tem TV, mesmo os analfabetos que não leem nada, ouvem aquilo que a TV lhes diz. Portanto a força do Jardim vem de passar uma mensagem que agrada aos seus eleitores - protege-os e desafia «os senhores de Lisboa» a quem ele «não tem medo» de dizer seja o que for. É assim que o vêm.
Vai ler os blogs de madeirenses e pensa porque será que a maioria defende o Jardim.
O que nós vemos, não vêm eles.
Tens muita razão King. Ando até a pensar em escrever alguma coisa sobre isso. O fenómeno Madeira.
Sim King, eu concordo com o que dizes. Conheço pessoal da Madeira e sei como as coisas se processão. Também sei o que ele tem feito pela sua terra e dos apoios que tem. Por isso é que o gostava de ver disputar eleições nacionais, e aí teríamos uma leitura mais correcta desse, "falas bem, mas n'a m'alegras". Gostava que ele se candidatasse a Sarkovsky, cá do "recângulo", como depreciativamente se refere ao nosso cantinho na Península Ibérica.
Deve ser um «francesismo», os franceses chamam hexágono à sua terra portanto nós somos um rectangulo. Tá bem :D
Mas, como disse, a psicologia madeirense é especial. Eu visito alguns blogs de lá, gente que até pensa bem em muitos casos, sensível, inteligente, mas que defendem quase cegamente o Jardim e sentem que criticar o AJJ é o mesmo que criticar a Madeira propriamente dita. Há uma curiosa identificação entre o líder e a terra. E, sem dúvida que se comparam a sua vida hoje e a que era há 30 anos, muita coisa mudou para melhor... Se, na sua prespectiva, quem fez esse milagre foi o Jardim, naturalmente que é incriticável.
Para se discutir teremos de partir de outra base.
Andei a ler umas coisas e a fazer contas:
1 - Jardim gastou na sua campanha tanto como o Cavaco.
2 – Recebeu 90 mil votos e Cavaco 2.700.000.
3 – Já vi que o MRPP teve 50.000 votos e com um orçamento bem menor…
4 – Foi assim uma vitória tão grande?!? O dobro do MRPP?
A verdade é que quem quer que tivesse tido ao longo destes anos o dinheiro que Jardim teve, teria podido fazer as mesmíssimas «benfeitorias» que ele fez. Quando há abundância de ovos, as omoletas ficam excelentes, já seria de pasmar se tivesse feito as omoletas sem os ovos.
Ah, mas isso é que não. Se as galinhas deixam de pôr, as ameaças fervem.
Por favor!
Já ouvi um membro do governo dizer que a Lei das Finanças Locais vai continuar. Nem sei se ela é má, talvez seja, mas ceder a esta chantagem seria o fim do poder central
Olhem eu os da Madeira até compreendo... o que é certo é que ele dá-lhes o que eles querem, onde é que no continente há escolas de "terrinha" tão bem equipadas como as deles por exemplo? É certo que é com dinheiro atrás de dinheiro que não "lhes pertence" mas até compreendo... já os franceses não consigo compreender... principalmente não consigo compreender como é que imigrantes portugueses votaram nele... não percebo, mas também não vou moer a cabeça a tentar perceber... há coisas sem explicação!
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