Completa insensibilidade
Muitas vezes ponho-me a pensar que criticar é fácil e que se calhar se eu estivesse na pele de algumas pessoas que censuro, faria o mesmo. Contudo, há coisas que não tem a ver com cansaço, falta de tempo, excesso de trabalho ou más condições, é absoluta insensibilidade, para dizer pouco.
Tenho uma prima que tem necessitado fazer fisioterapia, após uma operação. Como essas sessões são no hospital que fica longe da sua casa, e sobretudo porque ela só se desloca em cadeira de rodas, é necessário recorrer ao ‘transporte de doentes’ dos bombeiros da sua área. Contudo, cada deslocação é muito cara, uns vinte euros para ir e outros tantos para regressar, pelo que se torna necessário a informação do seu médico de família em como esse tratamento é indispensável, para os bombeiros receberem uma comparticipação e a doente pagar um pouco menos. Tudo bem, mas até se obter essa ordem a burocracia é muita: uma manhã no Centro de Saúde para deixar o pedido ao médico, outra manhã para nos entregarem a dita ‘guia’ assinada pelo médico e pelo director do Centro de Saúde, e uma deslocação à Sede dos Bombeiros, que neste caso fica também fora de mão implicando mais meio dia de trabalho perdido, para entregar o papel.
Até aqui, podemos encolher os ombros e pensar que é a nossa burocracia. O requinte, é que como a terapia tem sido longa porque o caso foi grave, no início de cada mês temos de renovar todo este processo: um meio dia no Centro de Saúde para entregar o pedido, outro meio dia para nos entregarem a famosa ‘guia’ e mais meio dia para a deslocação aos bombeiros. Já farta deste ritual, perguntei à senhora lá do Centro de Saúde porque não poderia aquele papel ter validade para 3 meses, evitando todas estas voltas. Resposta: «Então?! De um mês para o outro o doente até pode morrer!»
Não estou a inventar. Isto passou-se de facto. Por um lado a hipótese sinistra e maldosa de que o doente pudesse morrer (lá por isso também podia morrer a meio do mês!) e depois o retorcido raciocínio de que depois de morto continuava a esmifrar o Estado conseguindo que lhe pagassem a deslocação ao Hospital para a fisioterapia.
Sem palavras! Ainda pensei em pedir o livro amarelo, mas o que ia dizer? Que deviam dar formação a quem atende o público? Mas formação em sensibilidade?
Tenho uma prima que tem necessitado fazer fisioterapia, após uma operação. Como essas sessões são no hospital que fica longe da sua casa, e sobretudo porque ela só se desloca em cadeira de rodas, é necessário recorrer ao ‘transporte de doentes’ dos bombeiros da sua área. Contudo, cada deslocação é muito cara, uns vinte euros para ir e outros tantos para regressar, pelo que se torna necessário a informação do seu médico de família em como esse tratamento é indispensável, para os bombeiros receberem uma comparticipação e a doente pagar um pouco menos. Tudo bem, mas até se obter essa ordem a burocracia é muita: uma manhã no Centro de Saúde para deixar o pedido ao médico, outra manhã para nos entregarem a dita ‘guia’ assinada pelo médico e pelo director do Centro de Saúde, e uma deslocação à Sede dos Bombeiros, que neste caso fica também fora de mão implicando mais meio dia de trabalho perdido, para entregar o papel.
Até aqui, podemos encolher os ombros e pensar que é a nossa burocracia. O requinte, é que como a terapia tem sido longa porque o caso foi grave, no início de cada mês temos de renovar todo este processo: um meio dia no Centro de Saúde para entregar o pedido, outro meio dia para nos entregarem a famosa ‘guia’ e mais meio dia para a deslocação aos bombeiros. Já farta deste ritual, perguntei à senhora lá do Centro de Saúde porque não poderia aquele papel ter validade para 3 meses, evitando todas estas voltas. Resposta: «Então?! De um mês para o outro o doente até pode morrer!»
Não estou a inventar. Isto passou-se de facto. Por um lado a hipótese sinistra e maldosa de que o doente pudesse morrer (lá por isso também podia morrer a meio do mês!) e depois o retorcido raciocínio de que depois de morto continuava a esmifrar o Estado conseguindo que lhe pagassem a deslocação ao Hospital para a fisioterapia.
Sem palavras! Ainda pensei em pedir o livro amarelo, mas o que ia dizer? Que deviam dar formação a quem atende o público? Mas formação em sensibilidade?
8 comentários:
Emiéle, olha que eu tinha pedido o livro amarelo sim senhor! Assim podem sempre dizer como os f.d.p. dos patrões chilenos de que falas ali em baixo, de que «ninguém se queixou!» A burocracia é espantosa em tempo de simplex, e a resposta então brada aos ceús!!!
Que estupidez!! Tudo!
A parvoíce da renovação sistemática com mais papelada e perda de tempo (quando hoje se usa os emails e tudo pode ser feito por computador!) e depois a alarvidade da resposta!
Só à estalada!
Talvez pela idade, já passei por casos semelhantes, e é de bradar aos céus. Quanto ao livro de reclamações, se ele provocasse efeitos, em tempo útil, ainda vá que não vá, mas a última intervenção que tive com o dito, levou dois anos a resolver, meteu variadissímas deslocações de Estremoz-Évora e Porto -Évora, o caso passou-se em Estremoz. Felismente que produziu efeito, mas, e os incómodos e sobretudo, o tempo. Somos é uma sociedade, deficiente, o facto de sermos "VELHOS", tornou-nos anquilosados, de espírito, de forma que a burocracia, nos ataca de todos os lados. Falta-nos praticidade.
Revoltante.
A tipa estaria a 'brincar'????
Há humor de várias cores e até parece de uma cor que eu cá sei!
É realmente espantoso. E claro que se devia tambem formar em sensibilidade não apenas "tecnicamente"(?).O livrinho era de utilizar, ma o sar pouco resultado leva-nos a preteri-lo o que taalvez seja um erro
Vocês têm razão. Eu própria já usei o Livro Amarelo uma vez, mas foi para me resolverem uma questão (e resolveram! vertiginosamente!!! ainda eu não tinha fechado o livro já a solução estava lá)
Aqui, o complicado é que era fazer uma queixa. E, mesmo eu sou sensível à «chantagem» que era o medo de que a minha prima ficasse 'marcada' naquele Centro de Saúde, e ainda fosse pior tratada da próxima vez!
«Então?! De um mês para o outro o doente até pode morrer!»
É caso para dizer:"SIMPLEX sobre rodas".
Porque é que sempre que este estado implementa um lei que seja para nos dificultar ainda mais a vida,a lei é exercida até a exaustão?
Em relação ao livro de reclamações:-foi,é e sempre será papel.Papel é vulnerável.Fiz-me entender?
Tens toda a razão, Zetrolha. Dá ideia de que há quem se preocupe a pensar de que modo se pode dificultar mais as coisas... E também 'aprecio' as pessoas que entre duas hipóteses de interpretação, optam sistematicamente por aquela que menos beneficia o utente.
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