quarta-feira, abril 18, 2007

24 de Abril - O Livro Único

O Livro Único
É claro que não se podem resumir todas as barbaridades que um professor esclarecido sofria, aqui num único post. Mas é bom lembrar a existência do Livro Único.Com receio de que os professores não cumprissem integralmente as linhas do programa que deviam dar aos seus alunos e, sobretudo, para que não lhes passasse pela cabeça o atrevimento de ensinar matéria não aprovada, cada ano de escola – na primária – ou cada disciplina daí para a frente, tinha um único livro, aprovado pelo governo, onde os professores se baseavam para dar as aulas e por onde os alunos tinham de estudar. Dessa forma o ensino era completamente uniformizado e sem sair das balizas formatadas pelo Governo. Tinha de se aceitar a doutrina oficial, pensar com os pensamentos que eram os “verdadeiros” e nada de fantasias. A escolha estava antecipadamente feita por quem sabia, e mais nada!
Comentário
No último programa do António Barreto focou-se esse ponto, mas a verdade é que para muita gente isso pode parecer não ter assim muita importância. Eu, sou filho de uma professora de História e Filosofia, e ouvia bem o que a minha mãe dizia sobre aquilo a que chamava «espartilho». A doutrina era aquela, só aquele, e ai de quem dissesse algo fora do que devia ensinar. No caso em questão, quer a História que a Filosofia eram matérias muito delicadas e tinha de haver um cuidado enorme. A História nunca chegava ao século XX!
Teresa B.


3 comentários:

josé palmeiro disse...

Uma castração, houve gente, muita, que não teve acesso a mais nada. Felizes dos que puderam, romper o cerco!

Anónimo disse...

Já agora tinha piada copiares um texto deles. Há alguns espantosos.
Mas se para a primária ainda se entende vagamente existir UM manual escolar, os exemplos que a «Teresa» dá são muito importantes - esss duas disciplinas eram das mais 'perigosas', e era verdade que até meados dos anos 50 andavam juntas.

cereja disse...

Por acaso tens toda, toda, a razão. E conheço um formidável, só que não me apetece comprar o livro...
Esta Teresa tem um passado parecido com o meu, só que no meu caso era o meu pai. Ficava furibundo com os livros de filosofia que lhe calhavam em sorte. E o receio de «pisar o risco» com as consequências de perder o emprego pelo menos!