segunda-feira, março 19, 2007

A nobre arte de saber fugir aos impostos

É das tais coisas, vale mais a pena quando as quantias são bem chorudas! E o grande negócio do futebol é um desses campos.
Quando se fala de futebol e de muito dinheiro, vem logo à baila os ordenados os jogadores. Por uma grande quantidade de razões – ser público que são bastante elevados, os jogadores serem jovens muito jovens e impressionar como podem receber quantias dessas ao sair da adolescência, mas sobretudo porque são eles que estão na ribalta, serem sempre eles que estão sob os focos da publicidade.
Ah, é certo também se fala nos ordenados, não menos chorudos dos treinadores… Mas mais uma vez também são eles que estão «à vista», em primeiro plano.
Mas como em todos os negócios, há o produtor, o consumidor e… o intermediário. À imagem dos outros negócios também aqui o «intermediário», apesar de ficar na sombra, não lucra menos do que os outros. Falo dos
empresários dos futebolistas . Como as outras vedetas, actores de cinema e TV por exemplo, os futebolistas têm uns conselheiros que os ‘ajudam’ a negociar os seus contractos. E ficam na penumbra, nessa sombra tão simpática onde não se repara. Mas também eles ganham balúrdios como se vem a saber quando há um ou outro caso mais escandaloso.
Dizem
aqui que muitos – imagino que muitíssimos! – declaram 10% daquilo que recebem.
Que inveja! Quando bem feitas as contas descobri que apesar do aumento (pequenininho) que tive este ano, estou agora a ganhar menos do que o ano passado porque o escalão do IRS aumentou, fico a pensar que «o crime deve compensar».
Compensa pelo menos 90% cash.

5 comentários:

josé palmeiro disse...

A palavra intermediário, é em si mesma sinistra. Em todos os negócios em que essa figura entra, é certo e sabido que só ganham, e como se diz, por aqui, sem escalho, logo, sem barulho, para não se dar a conhecer. Há o exemplo dos intermediários que compram e vendem, rebanhos de ovinos ou manadas de bovinos, sem sequer os ver, pois quando os compram, já os venderam, e é o comprador que terá de fazer a mudança dos animais. Tal como no futebol, só que os ditos, em vez de quatro têem duas.

Anónimo disse...

lol, Zé Palmeiro, tiveste muita graça!
Mas a verdade é que também me incomoda o lucro do tipo-do-meio que nem produz nem vende, só faz a ligação.
A verdade é que agora aparecem uns vendedores ambulantes que vendem directamente do produtor uma série de coisas e a diferença daquilo que pagamos é abissal!!! É certo que sendo ambulantes também não pagam a renda da loja, mas se posso comprar a hortaliça por menos de metade do preço, nem hesito.
Nesse caso do futebol, é um escândalo. Oxalá se consiga ir-lhes à mão.

Anónimo disse...

Seria bom que atrás do «apito» viessem à luz todas essas jogadas estranhas. POrque a nogociata é enorme. Agora que o ilha_man disse, lembro-me bem da risota que foi esse «salário mínimo nacional» que era o que esse senhor tão bem instalado declarava. Os bens acabam por estar todos em nomes de familiares para fugir ao fisco.
E como a Emiele diz ali, quem paga o IRS na fonte, por mais que deseje tem de pagar tudinho até ao último centavo, e com escalões tão bem calculados que aquilo que nos aumentam vai tudo para o imposto. Eu também fui desses e enm queria acreditar. Fui falar ao meu serviço de pessoal e tudo! Fiquei com um melão. Até me apetecia devolver o aumento...

Farpas disse...

Eu, devido aos acasos da vida, não pago IRS, tenho essa sorte (mas primeiro tive de ter muito azar por isso não invejem!!), mas acho bem que esses senhores que se andam a pavonear com grandes vidas comecem a saber que têm de prestar contas! O Manuel Damásio... coitado então o homem até um helicóptero tinha... é muito poupadinho o senhor!

cereja disse...

Pois é amigos, é essa do «intermediário» que é a pedra de toque da nossa irritação. Claro que depois aqui a «conversa» derivou para o que nos interessa directamente e são... impostos! Há variadas formas de contornar o seu pagamento justo, e claro que quem paga sem fugir, até porque lhe é logo descontado na fonte, se chateia!!!
Vai fazendo as contas Farpas: é quase um terço do teu ordenado que vai ao ar, entre IRS e Segurança Social e depois, como aqui foi lembrado, ao sermos aumentados muda-se de escalão - e quem for solteiro ou sem filhos, tem logo uma talhada daquelas!!! - pelo que todos mos queixamos
A não ser é claro, que sejamos muito poupadinhos e consigamos receber um SMN e viver na Quinta da Marinha e andarmos de helicóptero, mas essas poupanças não é para qualquer um. :D