terça-feira, março 06, 2007

Comparações melindrosas

Nas questões humanas e sociais é sabido que é costume fazer-se muitas vezes comparações, é normal mas é preciso alguma cautela com isso.
Esta é uma questão que surge logo na infância. Os pais de uma criança tanto podem avaliar o seu desenvolvimento comparando-o com ela própria, na linha do tempo (“já fala muito melhor do que no mês passado”) como comparando-o com um modelo exterior (“fala muito menos do que o primo” ou “fala muito mais que o filho da vizinha”). A comparação ‘consigo mesmo’ tem a vantagem de isolar factores externos e centrar-se mais nas capacidades da própria pessoa enquanto na outra se dá uma visão global.
Vem isto a propósito de um artigo do DN que nos diz que
em Portugal 61% das mulheres não sabe usar um computador - já agora 55% dos homens também não, pelo que a diferença entre os géneros é de 6%, não é arrasadora e é exactamente a mesma dos países europeus .
Também nos informa que
a taxa de formação superior feminina é só de 16,6%, bastante abaixo da média europeia ... mas batendo a dos nossos homens que é de 11,6% para uma média europeia idêntica. Ora bem, se estivéssemos a falar de uma criança como referi em cima, estaríamos a comparar com os primos ou com os vizinhos. Apesar de tudo seria interessante e talvez pudéssemos tirar conclusões que permitissem avançar mais se a comparação fosse connosco no passado: quantas mulheres tinham cursos superiores?
Claro que quanto aos famosos computadores vamos cair numa ideia que tem o seu quê de verdadeiro – as mulheres dominam melhor a linguagem, os homens as máquinas. Pelo menos, por enquanto…

4 comentários:

josé palmeiro disse...

Sempre tive horrores com as comparações.
Sempre detestei estatistícas.
Agora entendo, porque o meu André, não concluiu, Sociologia, falta-lhe precisamente as "estatísticas".
Então quando tento comparar o Portas, Paulo, não encontro modelos, tantas são as mudanças operadas, em tão pouco tempo.

cereja disse...

Tchii, Zé vens aqui tão cedinho, que quando estava a rever o que tinha publicado vi que me tinha esquecido do boneco que vem já a seguir ( e não deves ter visto... porque só 'entrou' agora apesar de já estar em rascunho desde as 7)

Como dizes, então numa família estar a comparar irmãos por exemplo, dá asneira é claro. Esse exemplo que apontas é de bradar aos céus, mas há muitos menos flagrantes.

Anónimo disse...

Olha que é tão verdade!!s
Quando a comparação é com o passado moraliza-nos muito mais. Andamos muito caminho.

cereja disse...

Lá isso, Joaninha...
Mas olha o que ainda falta percorrer!