quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Uma História insólita

Cá vem outro fait-divers.
Acontecem muitos, mas alguns mais curiosos do que outros. Este caso pode naturalmente compreender-se por uma descoordenação de dados entre diversos sectores de uma autarquia. Só que na era dos computadores, onde há programas não muito complicados para o cruzamento de dados, é extraordinário como isto pode acontecer.
Existe um prédio, propriedade de uma Câmara. A família que lá reside – ou residia – deveria ser uma família problemática e destruturada, porque existem pelo menos dois jovens toxicodependentes. O certo é que o inquilino, o arrendatário daquela casa, faleceu há anos. Os recibos das rendas continuaram a ser emitidos, mas por aí não será nada de extraordinário. O que me parece, a mim, já extraordinário é que
casa foi mandada emparedar pela Câmara, janelas e portas estão vedadas com cimento, mas os recibos da renda continuaram a ser emitidos!
Para além de morto, o «residente» deveria pagar um arrendamento de uma habitação emparedada.
Se me sentisse com veia de humor negro diria que está certo: a casa transformou-se em túmulo, o que é adequado para um defunto, e se calhar não está escrito que os mortos não possam «alugar» um mausoléu. Nunca ouvi, mas se calhar…

8 comentários:

Anónimo disse...

Nada de estranhar. E quando a família de gente que morreu há desenas de anos recebe papeis ou cartões de serviços de saúde que obviamente deveriam estar informados do seu desaparecimento. Muitas vezes é um choque emocional muito grande.

Anónimo disse...

Quanto a humor negro, olha que nem lhe podes chamar outra coisa. Isso de se pagar a renda do mausoléu!!!!
Contudo não deixa de estar bem visto, se emparedaram a casa, os serviços não sabiam que não estava habitada?!!!

cereja disse...

Só me escandaliza um pouco estas coisas acontecerem depois do «choque tecnológico». Mas não era para se aprender a cruzar dados??? Serão compartimentosassim tão estaques estes das Câmaras?
Mistério....

josé palmeiro disse...

Um exemplo do bom desempenho da Câmara Municipal de Lisboa.
A prova evidente de que José Sá Fernandes, não tem razão.
E eu que já me bastava um carmona, tenho que apanhar com outro?

Anónimo disse...

Ehehehe!! Oh Zé Palmeiro, não seguiste o link! :)))A Emiéle disse UMA câmara e, não sei porquê o facto de ela dizer UMA em vez de Lisboa deixou-me um pouco curiosa, e a verdade é que desta vez este disparate passou-se no Porto. É farinha do mesmo saco, não tenho dúvidas, mas enfim, desta vez não foi este.

cereja disse...

Pois foi, amigo Zé. Cá e lá más fadas há, como se diz. Aquilo é farinha do mesmo saco!

Farpas disse...

Eu sei que pode ser mauzinho mas eu ainda não me parei de rir com o teu humor negro! LOL

cereja disse...

O que havemos de fazer, Farpas, se não rir...? Há quem diga que é o «melhor remédio».