quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Mas poupar como?

Olham que tem graça! Fazem uma comparação entre diversos povos da Europa e dizem-nos que os suecos, alemães, austríacos, suíços, holandeses, andam a fazer investimentos e poupar para a reforma e cá em Portugal, nada.
Gosto destas conclusões!
Ora bem, o certo é que para além da precariedade de emprego, que o que se poderá poupar (quem o conseguir fazer!) será para o momento em que se veja desempregado, há que levar em conta
que ainda há que pagar a amortização da casa, a educação dos filhos e já agora a conta do médico e da farmácia
São problemas com que, imagino, os suecos ou holandeses não se debatem!
Por cá, basta pensar que a reforma que os mais velhos de nós recebem não dá para pagar um lar de 3ª idade... (privado, é claro, que os outros tem listas de espera que dá para se morrer entretanto!)

10 comentários:

Anónimo disse...

Fazem mais. Aqui no Algarve, há casos de reformados, dos psíses que indicas, com reformas que lá davam para viver com dignidade, mas que transferidas para cá, dá para viver, muito melhor. Será que o Euro deles, é diferente do nosso?

JustAnother disse...

Confesso que nao sei que sociologo o disse, mas li e concordo que o nivel de desenvolvimento de um pais tambem se afere pela forma como e tratada a populacao idosa. Para bom entendedor...

ilha_man disse...

Uma das coisas que talvez seja interessante lembrar e a idade que se sai de casa dos pais nos paises indicados. Ha estudos que mostram que na Europa do sul os filhos saem mais tarde de casa em relacao aos do norte. Acho que o facto de alcancarem a independencia mais cedo da-lhes outra perspectiva de necessidade para o futuro que so mais adiante alcancamos.

Farpas disse...

Eu concordo mais com o ponto de vista da Emiéle, como é que uma pessoa pode fazer planos a prazo tão longo se não há o mínimo de estabilidade no emprego? Esta semana criavam um plano de poupança reforma na semana seguinte chegavam à empresa e tinham as portas fechadas... acho que esse deve ser mesmo o principal factor impeditivo.

Anónimo disse...

É muita coisa junta, isso é.
Para começar, penso que o ponto que o Farpas reforçou é fundamental. Para haver Planos de Poupança Reforma tem de haver um mínimo dos mínimos de confiança no futuro. Não vejo nenhuma! Não acho que a malta de c+a se rale menos, pelo contrário, até se rala muito. é tema de conversas mesmo de gente nova o que não se ouvia há uns anos, mas é preciso uma base. E o ilha_man tem também razão, quanto mais independentes da família as pessoas são, mais tendência têm a planear o seu próprio futuro.

Anónimo disse...

Ai não dá, não!!!
Por acaso tenho andado em cima desse triste tema, e é inacreditável o preço de um «Lar» dos lucrativos! Por menos de mil e muitos euros não há nada, ou então é um engano porque depois vem tudo à parte!!!! Até pode parecer mais em conta, aí 800 e tal euros mas quando chega a primeira conta vemos o rol de extras que aparecem que não dá para imaginar!!!! Que país o nosso.

cereja disse...

Zé, meu caro, tens dúvida que o Euro deles é diferente? Oh, se é!
Ilha_man, esse ponto é bem importante. Um país que agora conheço um pouco melhor é a Dinamarca, e realmente nunhum jovem com mais de 18 anos (ou raríssimos!) vive em casa dos pais. É até das coisas que estranham, quando cá vêm. Mas a verdade é que pelo facto de estarem matriculados numa faculdade têm um subsídio que lhes dá para viver. E, apesar de haver também precaridade de emprego, (por algum motivo inventaram essa coisa da flexisegurança) o facto é que lhes é fácil arranjar empregos a part-time que lhes aumente a independência económica. Não tem nada a ver connosco.
Gui, esse problema da 3ª idade é de cortar o coração!!! As famílias não têm condições para cuidar convenientemente de uma pessoa que esteja dependente, e os famosos «lares» como tu dizes custam os olhos da cara. Na província ainda se encontram Centros de Dia e mesmo tipos Lares, das autarquias ou misericórdias onde o residente paga conforme o que tem. Mas nos grandes centros, esse tipo de respostas é impraticável por ter centenas de pessoas à espera. E os privados têm preços de luxo como dizes. Não há reforma, mesmo 'razoável', que resista.

Anónimo disse...

É assustador o que nos espera provavelmente, enviaram-me um e-mail muito giro e aconselhavam-me a seguir o exemplo, acerca de como viver a reforma.Uma americana concluiu que um lar - ao nivel dela , claro- lhe ficava cerca de 125 dolares por dia entao tomou um decisao meteu-se no cruzeiro da Princess que navega pelo Caribe e fica-lhe mais barato e com muitissimo conforto incusive na doença. a cada sete ou quinze dias conhece gente diferente e está felicissima.Não acham a ideia boa? Eu adorei, só que sou uma pobre portuguesa.. paciencia

cereja disse...

Oh, Kati!!! mas que ideia brilhante! Claro que não dá para se 'usar' cá mas tem muita graça. O certo é que alguns lares têm preços de bons hoteis, sim senhor :D

contradicoes disse...

Lembrou muito bem cara amiga. A conta do médico e que conta. Fui saber duma segunda opinião sobre um problema de saúde com que me debato e para isso recorri a uma consulta dum médico particular que me levou a módica quantia de 120 euros para exactamente me dizer aquilo que eu já sabia no diagnóstico anterior e para o qual tinha despendido a quantia de 12,50€ visto ser beneficiário dum seguro de saúde. Sim porque faço parte daquele número elevado de portugueses que, não possuindo médico de família tem de recorrer aos privados.