«A Família como Metáfora»
Ontem fui ao teatro.
Sempre gostei muito de teatro. Um modo se comunicar muito especial, muito próximo, caloroso. Nem sempre vou quando me apetece por razões várias, mas desta vez fui à Barraca. Uma estreia mundial de uma peça de Augusto Boal
HERANÇA MALDITA
[Classificada, humoristicamente como «black comedy» e não comédia negra porque como lá diz uma personagem ( desculpando outra penalizada por não saber inglês…) «Hoje só se fala inglês, acentos, parágrafos, etc, tudo é inglês»]
Não é uma história muito fácil para quem não tivesse lido o programa e entendido que se trata da família como metáfora. Porque é uma gigantesca metáfora – trata da Família Económica, aquela que controla tudo, se sobrepõe a tudo, que controla o Mercado, e se aparece como uma família genética é para melhor passar a mensagem. À saída ouvi comentários de quem tinha olhado para aquela história não passando da primeira leitura.
É uma crítica terrível destes poderes gigantescos e podres. Essa «família», três irmãos, uma irmã, e uma cunhada para além da mãe velha e igualmente cruel e egoísta (ou talvez mais ainda…) esperam a Herança de um Pai já defunto. Como essa Herança se desvanece em fumo, é necessário encontrar outra, ou com casamento ou herdando de um dos irmãos, que também enriqueceu. Será que ele se pode suicidar? Será que é morto? Será que conseguem receber os cheques falsificados de muitos milhões? Será que se desfazem do corpo?
Dizia Boal no programa:
«A globalização infecta a parte maior da Humanidade e a divide em três grandes famílias: primeira, a daqueles que controlam o mercado; segunda, a dos que nele estão inseridos; terceira, infeliz, que reza nos corredores da morte do desemprego e da fome: esta é a Humanidade descartável, vítima do moderno Holocaustro.»
Mas com uma base tão dura e pesada, encontramos um espectáculo leve, que nos faz rir constantemente, e saímos bem dispostos apesar de chocados. Para além de excelentemente representado, isso nem é preciso dizer!
Sempre gostei muito de teatro. Um modo se comunicar muito especial, muito próximo, caloroso. Nem sempre vou quando me apetece por razões várias, mas desta vez fui à Barraca. Uma estreia mundial de uma peça de Augusto Boal
[Classificada, humoristicamente como «black comedy» e não comédia negra porque como lá diz uma personagem ( desculpando outra penalizada por não saber inglês…) «Hoje só se fala inglês, acentos, parágrafos, etc, tudo é inglês»]
Não é uma história muito fácil para quem não tivesse lido o programa e entendido que se trata da família como metáfora. Porque é uma gigantesca metáfora – trata da Família Económica, aquela que controla tudo, se sobrepõe a tudo, que controla o Mercado, e se aparece como uma família genética é para melhor passar a mensagem. À saída ouvi comentários de quem tinha olhado para aquela história não passando da primeira leitura.
É uma crítica terrível destes poderes gigantescos e podres. Essa «família», três irmãos, uma irmã, e uma cunhada para além da mãe velha e igualmente cruel e egoísta (ou talvez mais ainda…) esperam a Herança de um Pai já defunto. Como essa Herança se desvanece em fumo, é necessário encontrar outra, ou com casamento ou herdando de um dos irmãos, que também enriqueceu. Será que ele se pode suicidar? Será que é morto? Será que conseguem receber os cheques falsificados de muitos milhões? Será que se desfazem do corpo?
Dizia Boal no programa:
«A globalização infecta a parte maior da Humanidade e a divide em três grandes famílias: primeira, a daqueles que controlam o mercado; segunda, a dos que nele estão inseridos; terceira, infeliz, que reza nos corredores da morte do desemprego e da fome: esta é a Humanidade descartável, vítima do moderno Holocaustro.»
Mas com uma base tão dura e pesada, encontramos um espectáculo leve, que nos faz rir constantemente, e saímos bem dispostos apesar de chocados. Para além de excelentemente representado, isso nem é preciso dizer!
5 comentários:
Vi ontem na TV uma referência a mais este trabalho da BARRACA. Fiquei logo,à espera de ir a Lisboa para ir ver.
Hoje fui ao Troll, onde dizias que tinhas ido e que depois escreverias sobre a experiência.
Congratulo-me pelo êxito, que pela Barraca, já era esperado, ainda por cima tendo como suporte um texto do Artur Bual.
Aguardo, pela possibilidade de a ver, também.
Estreou agora, portanto ainda não sei de ninguém que lá tenha ido, mas fiquei com o apetite aberto. Uma comédia que faz pensar é o ideal.
Atenção Zé, Joaninha, e quem mais por aqui passe: isto não pretende ser nem de longe nem de perto uma crítica de teatro! Pretendi apenas e somente registar o meu agrado por um expectáculo de que gostei e avisar para as suas várias leituras.
Eu não sou muito de Teatros... De um modo geral falam com uma linguagem que nem sempre se vê onde querem chegar...
E, sem te ofender, olha que essa peça, se temos de ler o programa para a perceber, huuummm...
(serei burro?)
Emiéle, só aqui volto para esclarecer, 1º- Não entendi o que escreveste, como crítica, antes um desabafo, a quente, de quem acabou de se cruzar com algo que gostou e que, de uma forma ou outra mexeu com ela. 2º- aconselhar o raphael a ir mais ao teatro e perder o estígma que o afecta. As gentes de teatro, são pessoas normais, que falam sobre coisas normais, às vezes de uma forma anormal, porque esse é o exercício.
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