Ainda o Fernando Assis Pacheco
Escrevi ontem uma notazinha um pouco à pressa, mas depois reflectindo melhor comecei a pensar que podia haver gente mais nova que não soubesse muito bem quem era ou o que foi a pessoa a quem me referia.
Fez parte da geração de 60 como se pode dizer. Formado em Coimbra, foi actor do TEUC e CITAC como muitos bons estudantes do seu tempo… Escreveu para a «Vértice» revista literária de forte conotação anti-fascista, e onde se tornou amigo de poetas como Joaquim Namorado e Manuel Alegre ou de José Carlos de Vasconcelos. Como se estava em plena guerra colonial, partiu para Angola onde esteve até 65.
O primeiro livro que foi publicado chamava-se «Cuidar dos Vivos» e era, como seria de esperar, de poemas ‘comprometidos’ onde se tocava com emoção na guerra que se vivia.
Guerra essa que continua presente em Katalabanza, Kiolo e Volta, Memória do Contencioso, mas em 87 publicou «Variações em Sousa» onde volta a temas mais pessoais e se nota o seu modo particular de olhar o mundo com ironia. Em «Musa Irregular» de 1991, podemos encontrar toda a sua produção.
De resto o seu avô galego influenciou fortemente os seus escritos e modo de ver o mundo. Tinha sangue galego, com muito orgulho. É ler «Trabalhos e Paixões de Benito Prada».
Trabalhou sempre como jornalista. No Diário de Lisboa, na República no Jornal e no JL: Jornal de Letras, Artes e Ideias.
O seu domínio do espanhol e talento poético permitiram-lhe traduziu para português Pablo Neruda e Gabriel Garcia Marquez, o que foi um benefício para todos nós.
Para quem está menos ligado às literaturas, pelo menos sabe que este foi o autor da letra de:
Fez parte da geração de 60 como se pode dizer. Formado em Coimbra, foi actor do TEUC e CITAC como muitos bons estudantes do seu tempo… Escreveu para a «Vértice» revista literária de forte conotação anti-fascista, e onde se tornou amigo de poetas como Joaquim Namorado e Manuel Alegre ou de José Carlos de Vasconcelos. Como se estava em plena guerra colonial, partiu para Angola onde esteve até 65.
O primeiro livro que foi publicado chamava-se «Cuidar dos Vivos» e era, como seria de esperar, de poemas ‘comprometidos’ onde se tocava com emoção na guerra que se vivia.
Guerra essa que continua presente em Katalabanza, Kiolo e Volta, Memória do Contencioso, mas em 87 publicou «Variações em Sousa» onde volta a temas mais pessoais e se nota o seu modo particular de olhar o mundo com ironia. Em «Musa Irregular» de 1991, podemos encontrar toda a sua produção.
De resto o seu avô galego influenciou fortemente os seus escritos e modo de ver o mundo. Tinha sangue galego, com muito orgulho. É ler «Trabalhos e Paixões de Benito Prada».
Trabalhou sempre como jornalista. No Diário de Lisboa, na República no Jornal e no JL: Jornal de Letras, Artes e Ideias.
O seu domínio do espanhol e talento poético permitiram-lhe traduziu para português Pablo Neruda e Gabriel Garcia Marquez, o que foi um benefício para todos nós.
Para quem está menos ligado às literaturas, pelo menos sabe que este foi o autor da letra de:
Mas não esqueçamos que foi também o poeta que escreveu:
Juntei-me um dia à flor da mocidade
partindo para Angola no Niassa
a defender eu já não sei se a raça
se as roças de café da cristandade
a minha geração tinha a idade
das grandes ilusões sempre fatais
que não chegam aos anos principais
por defeito da própria ingenuidade
a guerra era uma coisa mais a Norte
de onde ela voltaria havendo sorte
à mesma e ancestral tranquilidade
azar de uns quantos se pagaram porte
esses a que atirou a dura morte
diz-se que estão na terra da verdade
5 comentários:
Agora sou eu que digo Clap, clap, clap, como no pst de baixo. Quer para o Assis Pacheco (é claro!!!!) quer para este post tão elucidativo. Ainda bem que o escreveste, porque o de ontem só «servia» para quem já o conhecesse...
O Assis Pacheco, não se comenta, Lê-se e frui-se. Foi e é, um grande português!
Bom, já agora vão ao Estou na Sesta aqyu do José Palmeiro que também lá está uma homenagem ao nosso Fernando.
Ontem não cheguei a ler o teu post, e hoje quando lá fui (por este link) já tinha lido este de modo que fiquei logo situado. Contudo sou daqueles que à primeira vista o nome não me dizia assim grande coisa. Mas com esta pequena história, o poema que o Zé Palmeiro deixou no blog dele, e a Nini, já lá chego.
Olha o título do post devia ser «Chamava-se Fernando...»
Concordo com o José Palmeiro e esta música também é uma música muito bonita. ;))
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