terça-feira, janeiro 16, 2007

Quando se vai longe demais

…pode cair-se no oposto do que se quer. A ideia do senhor bispo Dom António de comparar o acto de abortar à execução de Saddam é tão caricata que se autodestrói.
Este tipo de argumento não vai alterar a posição de ninguém, penso eu.
Contudo a posição da comunicação social já é um ponto delicado e a ter muito em conta. Não seria de esperar que a Comunicação Social ligada à Igreja fosse neutra, é claro, mas já é preocupante ver jornais como o
Correio da Manhã, Expresso ou Sol tomarem posição nesta questão tão sensível . Até porque os argumentos que oiço aparecem agora, quando aos anos que se deviam andar a falar neles. É estranho ouvir um mês antes do referendo falar em «ensaiar um conjunto de medidas que favoreçam a maternidade» como diz o Expresso ou, indo incrivelmente mais longe, O Sol dizer «Todos já perceberam que o que está em causa é uma desculpabilização do aborto, para não dizer uma promoção do aborto»
Isto sim, é grave. Porque há uma imprensa que se diz e quero acreditar que o seja, neutra, e a outra (os casos citados) vai batalhar pelo Não. Donde, obviamente, a luta é profundamente desigual!

4 comentários:

Anónimo disse...

Imprensa livre e neutra, em Portugal?
Que país é esse?
O que os média, nos têm mostrado sobre o "Referendo da Interrupção Voluntária da Gravidez, até às dez semanas, quando solicitada pela MULHER", é uma autêntica vergonha, são todos do partido que o Daniel, tão bem caracterizou, no Troll, a igreja.

Anónimo disse...

A luta vai ser muito difícil, não tenham a mais leve dúvida!

cereja disse...

Não tenho dúvida não, Joaninha! Como escrevi no post «a luta vai ser profundamente desigual». Não em número de pessoas mas nos meios de que dispõem.

Anónimo disse...

Olha que os jornais que citas tem muuuuuito poder de persuasão. Também li a mesma notícia e não gostei nada. Mesmo nada. O CM porque pucha ao sentimento, os semanários porque atiram à o isco malta mais intelectual. Já só faltam os desportivos para o ramo ficar completo.