O prazer de aprender
Andamos para aqui a produzir muitas queixas ( e eu sou das que mais pratica esse ‘desporto’) sobre o emaranhado de contradições que o aumento de «esperança de vida» nos traz.
Por um lado os progressos da medicina fazem com que se viva mais anos – muitos mais mesmo, comparado com um século atrás – e, por outro, as dificuldades do desenvolvimento social parecem fazer troça da expressão «esperança» porque essa vida mais prolongada não tem a qualidade que gostaríamos que tivesse.
Mas hoje mudei de tom (nem sempre ando a refilar com tudo e todos, caramba!) e venho sublinhar o interessante que é ver o aumento da frequência do que se chama Universidade de 3ª idade ou Universidade sénior
Dá para voltar a ter esperança na vida!
Muitas e muitas vezes tenho ouvido a frase «Quem me dera reformar-me ainda a tempo de poder fazer algumas coisas de que gosto…». Mas, para as pessoas mais velhas de há umas dezenas de anos, essa calma dos anos da reforma era planeada para as senhoras fazerem crochet antes de terem muita artrite, e os homens jogarem dominó e lerem o jornal ao sol, enquanto tivessem vista para isso.
Ultimamente reparamos que muitos dos reformados, descobriram outro prazer: o de voltar a estudar. E que grande prazer é! Sem preocupações de boas notas, sem competições com os colegas, ir à Escola pelo gosto de aprender mais.
E, dizem os especialistas, que este prazer também dá saúde! Enquanto se «faz ginástica» ao pensamento e à memória, as doenças da velhice recuam um pouco.
Assim podemos de novo falar em ESPERANÇA de vida.
Por um lado os progressos da medicina fazem com que se viva mais anos – muitos mais mesmo, comparado com um século atrás – e, por outro, as dificuldades do desenvolvimento social parecem fazer troça da expressão «esperança» porque essa vida mais prolongada não tem a qualidade que gostaríamos que tivesse.
Mas hoje mudei de tom (nem sempre ando a refilar com tudo e todos, caramba!) e venho sublinhar o interessante que é ver o aumento da frequência do que se chama Universidade de 3ª idade ou Universidade sénior
Dá para voltar a ter esperança na vida!
Muitas e muitas vezes tenho ouvido a frase «Quem me dera reformar-me ainda a tempo de poder fazer algumas coisas de que gosto…». Mas, para as pessoas mais velhas de há umas dezenas de anos, essa calma dos anos da reforma era planeada para as senhoras fazerem crochet antes de terem muita artrite, e os homens jogarem dominó e lerem o jornal ao sol, enquanto tivessem vista para isso.
Ultimamente reparamos que muitos dos reformados, descobriram outro prazer: o de voltar a estudar. E que grande prazer é! Sem preocupações de boas notas, sem competições com os colegas, ir à Escola pelo gosto de aprender mais.
E, dizem os especialistas, que este prazer também dá saúde! Enquanto se «faz ginástica» ao pensamento e à memória, as doenças da velhice recuam um pouco.
Assim podemos de novo falar em ESPERANÇA de vida.
10 comentários:
Interessante.
Mas faltam aqui alguns dados, porque pelo que imagino quem vai estudar inglês, informática ou história não são as mesmas pessoas que vês a fazer o crochet ou a jogar o dominó...
Ia dizer uma coisa na mesma linha daquilo que disse a Joaninha. É claro que é bom, e bom sinal que as pessoas se interessem, mas como base é preciso já uma cultura que nem todos têm...
O que não quer dizer que o haver estes cursos e terem afluência não seja excelente!
Mas chamarem-lhe «universidade» não será demais...?
Chamem-lhe «Cursos» e ninguém leva a mal...
Ó joaninha, e porque não?
Tenho uma irmã que faz crochet e anda a refrescar o inglês, informática, fotografia e mais não sei o quê!
Entendo o que dizes, como também as ideias que respigam dos comentários.
Para mim, o que dali se retira de positivo é a partilha de conhecimentos, sem qualquer preocupação de classificações e de consequente hierarquisação, mas por outro lado, como diz o raphael, chamar «universidade», parece-me demasiado. Gostava mais de ver, em vez da "ghetização", dos Séniores, um entrosamento com as outras idades, a troca de saberes com os diversos escalões etários, pois aí teríamos uma verdadeira Escola de Vida, sem estigmas. Uma verdadeira "Aprendizagem ao Longo da Vida".
Nem de propósito, sem saber deste post, escrevi, na "Sesta", ou melhor, partilhei na "Sesta", algo que ter´a ver com o que defendo.
Raphael, acho que lhe chamam Universidade para ter mais charme... De facto não estou a ver uma «doutora em culinária» ou um «doutor em tai-chi», mas é mais bonito. E depois ver os séniores a dizer «vou para a escola» era capaz de ser um pouco menos motivante.
:D
José Palmeiro, vou agora à Sesta, porque cheguei e vim aqui directa. Mas o que acho giro é mesmo a motivação das pessoas e a partilha de saberes. Como se viu muitos são convidados para serem professores e não têm nenhum doutoramento, vão á ensinar o que sabem...
Boa ideia. Devia haver mais e ser fortemente incentivado. Contrariamente ao que é a tónica dominante, tantas vezes, num país onde a mobilização positiva escasseia, potenciando os conhecimentos de muita experiência de vida, este tipo de situações deveriam multiplicar-se um pouco por toda parte. É que a vida não acaba aos 50 e tal ou aos 60 e tal.
Bom, Méri, o que eu estava a falar era simbólicamente. É evidente que uma pessoa pode ter conhecimentos e interesses mais 'intelectuais' e também ter como hobby o crochet ou o tricot; conheço várias, e é natural. Contudo a inversa não é muito habitual, uma senhora que toda a vida se situou numa zona de iliteracia, não costuma pensar em estudar depois da reforma...
Mas quem tem essa vontade é excelente, e como disse a Emiéle, até afasta um pouco aspectos de senilidade que o «não exercício» do cérebro muitas vezes traz!
Quando a coisa é boa porque não a deixar fluir? Se devia ser universidade ou escola ou cursos, o que interessa? É um espaço para aprender, crescer, evoluir, culturizar e tornar as pessoas mais interessadas, interessantes, ocupadas e felizes. E numa etapa em que o declínio da vida já faz o seu papel um pouco mais prolongado do que outrora, acho bem o tempo ser aproveitado enquanto o mesmo o permitir.
Quando fôr grande quero ser como eles!
É muito bom! E faz muito bem nem que seja conversar com pessoas todos os dias, nem que seja pintar um desenho ou jogar às cartas, em todas as actividades existem estímulos que em muito beneficiam a saúde! Não dizem que parar é morrer? Então nada melhor que não parar!
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