sexta-feira, janeiro 12, 2007

«O cardeal do dia seguinte»

Por mim sempre fui de opinião que se devia reduzir a opinião da igreja à sua área, acentuando que ela fala para os católicos. Portanto quem for católico pode e deve aceitar as suas directivas. É, obviamente, «lá com ele» e nós não temos nada a ver com isso. Se quiser usar um cilício, fazer um jejum total na Quaresma, casar para toda a vida ou nunca abortar em nenhuma circunstância, só há que respeitar. Contudo, o pouco que sei da Bíblia lembra-me que Cristo teria dito a célebre frase «a César o que é de César e a Deus o que é de Deus» e na altura tal quis significar que a política era uma área onde a religião não entrava, assim como a religião era uma área onde a política não entrava.
Por cá, durante muitas dezenas de anos, assim não foi. O Estado assinou a Concordata com a Santa Sé, e as leis religiosas tiveram efeito de leis civis. Mas o nosso período teocrático, que acabou.
Hoje no DN, a Fernanda Câncio escreveu
um artigo muito interessante onde ironicamente expõe os desacertos das opiniões do senhor patriarca, que desdiz hoje o que disse há algum tempo.
Imagino que deva ter levado um puchão de orelhas do seu chefe, pessoa conservadora que não permite essas modernices que D. Policarpo andava a dizer. E a ovelha lá voltou ao seu caminho, mas metendo os pés pelas mãos, como mostra a Fernanda Câncio no seu texto.

4 comentários:

Anónimo disse...

Eu entendo esses vais / vens do patriarca policarpo, duma outra forma. É o típico zig-zaguear, dos subditos da igreja católica/romana, é a forma ideal de estabelecer a confusão nas mentes que se demitem de pensar e de agir, como seres racionais. Remeto novamente para o escrito do padre Mário Oliveira.

Anónimo disse...

Está giro o artigo da Fernanda Câncio, sim senhor!!!!
Mas as «lógicas da Igreja» são assim. Eu tenho uma posição parecida com a tua, é natural que um católico cumpra as normas da sua religião, e até vou mais longe, aceito que queira convencer os outros seus amigos a pensarem como ele. O que não deve é mandar nas leis.
Essa história do castigo do pecador (a mulher que abortou) pode cair na tal parábola do «atire a primeira pedra quem nunca pecou» não é?

cereja disse...

Olhem amigos, fiquei um pouco desapontada, devo dizer, em relação ao Dom Policarpo.
Ainda acredito no Pai Natal, é o que é!

Anónimo disse...

Pois , mas a igreja é que não é dessa opinião.fj PS: é a tal soft teocracia, neste caso bem pouco soft.