domingo, janeiro 14, 2007

Ainda sobre o SIM e o NÃO

Um referendo tem normas especiais.
Por um lado tem esse ponto bem importante da participação, que implica que para cima de um certo valor de abstenção ele não tem valor vinculativo – facto que no primeiro referendo não ficou claro e mesmo hoje não sei se toda a gente já entendeu isso.
Por outro lado só pode ser promovido por forças da «sociedade civil» e oficialmente os partidos não participam. Quero eu dizer que não participam enquanto movimentos, naturalmente que podem dar indicações de voto, nada mais natural. Mas não devem assumir o protagonismo que em eleições acontece.
E, naturalmente que se põe
a questão dos financiamentos e dos dinheiros. As campanhas, sejam para o que for, são caras. Caríssimas! Os cartazes, para não falar em outdoors, custam os olhos da cara. E aqui já se vai reparando numa discrepância interessante: o movimento do SIM terá dinheiro que vai recolhendo de pessoas interessadas que podem ser generosas quando a causa é importante, mas apenas isso. O movimento do NÃO, para além da Igreja que já se perfilou do seu lado apesar de inicialmente ter dito que iria ficar recolhida (talvez em oração) e não é exactamente uma instituição pobre, temos outra instituição patrocinadora que também não é uma desgraçada quanto a bens materiais: a Opus Dei.
Com estes «pesos pesados» financeiros, se a questão se resolvesse a peso de oiro, coitado do SIM.
Felizmente que assim não é.

7 comentários:

Anónimo disse...

Pensei logo na Opus Dei ao saber do Tio Bagão...

Anónimo disse...

Assim o espero, ilha_man!
(não tens aparecido por aqui...?!)
Mas receio o peso da publicidade.
Não se dizia que a publicidade pode 'vender' desde sabonetes a presidentes da república...?

cereja disse...

Percebeu-se muito bem o que querias dizer ilha_man! Quanto ao passares sem dizer nada, há mais quem o faça. Eu entendo que muitas vezes também faço isso noutros blogs, mas ... tenho pena.
Smpre que puderes dá um ar da tua graça!

Anónimo disse...

Estou um bocado farta do tema por verificar está muito politizado, o que segundo a minha opinião é pena. Isto é, penso que a maioria das mulheres já passou por uma situação dessas, e faz parte tanto da intimidade das pessoas que me parece, que cada um deve votar de acordo com a sua consciencia, pois quer dum lado ou do outro arranjam argumentos e alguns bem surrealistas diga-se em abono da verdade, o que não ajuda. Então os homens é que eu não entendo...parece-me que para eles é bem mais pratico por várias razoes:
1- nao precisam de se preocupar tanto com o perservativo.. só naqueles casos duvidosos
2-sentem-se mais desculpbilizados porque, a mulher pode ir ao hospital com facilidade
3- é mais económico pois a maior parte das vezes são eles que pagam as clinicas ou seja lá o que for..
4- a mulher ficará sempre com uma marca dolorosa seja fisica ou psicologica.

cereja disse...

Claro que tens razão «anónima». É uma asneira 'politizar-se' uma questão tão do foro íntimo, e legislar-se declarando criminosa uma pessoa que tanto sofre com isso. Aliás, já que levantas a questão do género, quem sofre a pena, segundo a lei é a mulher quando afinal ela só terá 50% de responsabilidade...houve sempre um homem que colaborou. Mais ainda, se ele tivesse usado o perservativo nada tinha acontecido!
Mas é uma questão tão grave que até ofende falar-se como se quem decide um acto desses o fizesse de ânimo leve.

Farpas disse...

A Opus Dei é a antítese de tudo aquilo que apregoa... Quando se mistura fé e dinheiro temos uma religião, que em muitos casos são empresas bem montadas e que, como qualquer empresa, tem vários parceiros...

Os toques da Jamba estão sempre a ser anunciados na televisão mas eu nunca mandei vir nenhum... publicidade há muita!

cereja disse...

É verdade, Farpas. Cá por mim, até tiro o som quando chega o intervalo publicitário, mas neste caso não se pode «tirar o som». As campanhas quando são bem montadas e para isso se forem bem pagas tido pode acontecer, podem fazer muitos estragos.