sexta-feira, dezembro 15, 2006

Uma questão que não é de português

Tem-se tornado um costume pela altura do Natal as pessoas darem trocarem prendas.
Desde há muito tempo, que aproveitar o Natal, para deixar em nome do Pai Natal ou Menino Jesus qualquer coisa no sapatinho de uma criança se usa. Era bonito, romântico, enternecedor. Depois a coisa foi-se estendendo gradualmente, atingindo os adultos da família, mas esses já sabiam que o que teriam ‘no sapatinho’ não caía do céu e era devidamente agradecido a quem oferecia. Só que, lentamente e apadrinhado por o Santo Comércio e São Consumo, isso foi alastrando, já se davam prendas não apenas aos meninos da família mas aos filhos dos amigos e aos pais-dos-filhos-dos-amigos. Daí a noção de «trocarem prendas»…
Mas não tenho nada contra isso desde que seja feito com boa disposição e sem que implique sacrifícios económicos. Já disse e penso até voltar ao tema que, para mim, os melhores presentes podem ser baratíssimos.
Contudo esse peso do consumo é tão forte que encontro agora muitas vezes, a referência trocada: Em lugar de se falar em prendas, fala-se em compras!
Por exemplo, eu leio
«as compras mais originais» , quando o que se devia querer dizer seria «os presentes mais originais», não era???
Mas aqui não se trata de bom ou mau português, trata-se de um bom ou mau conceito.

5 comentários:

Anónimo disse...

Mas qual a dúvida...? Claro que é o império das COMPRAS. Digamos que o haver prendas é como que um pretexto para se fazer as famosas compras de Natal!

Anónimo disse...

O pior é que começam com esta coisa dos anúncios e músicas e o raio, MESES antes do Natal!!!!
Conseguemque mesmo quem gostava do natal o comece a detestar.

cereja disse...

Tal e qual. andam a matar a galinha dos ovos d'oiro, tanto se fala no Natal que já nem se pode!!!!!!

Anónimo disse...

Não sei...
Oscilo um bocado, porque aprecio a ambiente de Natal. O meu prédio dá gosto.Dois terços das portas estão enfeitadas, com coroas e azevinho, e essas coiss alegres. Tá bem ,que estar alegre só porque é tempo disso é idiotice, mas a verdade é que a boa disposição é contagiosa.
Por outro lado, também detesto o consumismo exagerado que se «usa» agora.
E está bem apanhado essa coisa de falar em «compras» em vez de falar em «prendas».

Anónimo disse...

Mas eu também gosto no Natal, Júlia. Não gosto é de todo o arraial que se faz à volta dele!