Religião
É curioso cruzar informações.
Por um lado, um estudo a nível europeu diz que «os valores pessoais dos europeus e os valores que estes consideram representar a UE quase coincidem nos primeiros lugares, num leque de 12 tópicos». Paz, respeito pela vida, direitos do Homem e democracia são os principais, e «no fundo da escala surge a religião» .
Não é nada de admirar. Basta olharmos em nosso redor ou termos uma informação sobre o que se passa noutros países europeus, para se acreditar facilmente que a religião passou para um lugar subalterno. O que ajuda também a que o homem-comum tenha tanta dificuldade em entender o que se passa na cabeça de um bom muçulmano, esquecido de que há umas centenas de anos também aqui na Europa se pensava em moldes semelhantes e se queimavam pessoas vivas por crenças religiosas.
Mas o que me deixou, até a mim, eterna agnóstica, de boca aberta foi a informação de que mais de metade dos meninos ingleses não sabe que o Natal se refere ao nascimento do Menino Jesus
Pelo que aqui leio, para eles o Natal significa uma época de prendas que os entusiasma por isso e mais nada. Até dão respostas «politicamente correctas», dizendo que «se deve pensar em dar e não em receber» ou que «no Natal se deve primeiro pensar nos outros».
Tudo bem.
… e quanto ao Menino Jesus?!
Por um lado, um estudo a nível europeu diz que «os valores pessoais dos europeus e os valores que estes consideram representar a UE quase coincidem nos primeiros lugares, num leque de 12 tópicos». Paz, respeito pela vida, direitos do Homem e democracia são os principais, e «no fundo da escala surge a religião» .
Não é nada de admirar. Basta olharmos em nosso redor ou termos uma informação sobre o que se passa noutros países europeus, para se acreditar facilmente que a religião passou para um lugar subalterno. O que ajuda também a que o homem-comum tenha tanta dificuldade em entender o que se passa na cabeça de um bom muçulmano, esquecido de que há umas centenas de anos também aqui na Europa se pensava em moldes semelhantes e se queimavam pessoas vivas por crenças religiosas.
Mas o que me deixou, até a mim, eterna agnóstica, de boca aberta foi a informação de que mais de metade dos meninos ingleses não sabe que o Natal se refere ao nascimento do Menino Jesus
Pelo que aqui leio, para eles o Natal significa uma época de prendas que os entusiasma por isso e mais nada. Até dão respostas «politicamente correctas», dizendo que «se deve pensar em dar e não em receber» ou que «no Natal se deve primeiro pensar nos outros».
Tudo bem.
… e quanto ao Menino Jesus?!
14 comentários:
Entendo o que diz o Miguel porque também se passa assim na minha família. A questão religiosa não se pôe há imenso tempo, há gerações mesmo...
Mas por outro lado há uma faceta social, que nos vai ensinando mesmo aquilo que não se aprende na família, daí o também partilhar a tua estranheza. Como se vive numa sociedade cristã, em qualquer país da Europa os maiores e mais importantes monumentos são quase sempre igrejas, uma criança vai ouvindo falar dessas questões. E estranho um pouco que mesmo sendo hoje o Natal uma festa social, haja tanta criança a desconhecer que TAMBÉM é uma festa religiosa.
Li o que disse a Joaninha e concordo. Sobretudo o que espanta é a percentagem. Se fossem 5 ou 10% a desconhecerem ainda entendia, mas mais de metade???!!! Nem ouviram falar na escola?
Acho muito bem que na Escola nunca tenham ouvido falar, porque a escola não tem de dar lições de nenhuma religião.
Não te esqueças que em Inglaterra, a religião oficial (sim, Inglaterra tem uma religião oficial e, a par com o Irão e o Japão, são os únicos países onde se confunde a figura de estado com a religião) não é a católica.
De qualquer forma ainda bem que se volta às origens pagãs do Natal. O Natal nada tem a ver com o nascimento do menino Jesus, foi apenas uma tentativa de apropriação da Igreja Católica de uma festa pagã
Quanto ao último comentador, vamos lá ver se nos entendemos:
a) A mim, tal como ao jpl, parece-me normal que ouvissem falar na escola, sim. Uma coisa é ensinar-se a religião «do ponto de vista do utilizador» digamos assim, outra é a história e a cultura geral. Até em conversa com outras crianças, nem estou a falar nos professores, seria normal que na escola - que para uma criança é o ‘seu meio social’, e seu ‘emprego’ – ouvissem falar nisso.
b) Não sou fundamentalista em nada e só me irrita um bocado quando os crentes a quem respeito, não me pagam da mesma moeda e não respeitam a minha «não-crença». E claro que também conheço essa coincidência com o solstício de Inverno e que a festa é mais antiga do que o cristianismo. Mas parece-me muito rebuscado, ir tão para trás para justificar esta festa. E nesse caso devia então deixar de se chamar Natal. Era um ciclo da Natureza…
Eram outrso tempos. Quando se punha o sapatinho junto à chaminé ( nem era fogão de sala, era mesmo fogão de cozinha!!)
Agora escrevem-se emails ao Pai Natal como já nos contaste! Olha que admiração...
Bom, sinceramente, nas escolas onde eu andei não se falava muito nisso. Até porque nunca fui às aulas de Religião e Moral, nem me lembro de começar a falar de religião a não ser lá para os 14-15 anos. Quanto ao resto, era mesmo abrir os presentes e back to business as usual.
Apesar de tudo, "aprecio" a opção comunista de vários países, em que passaram a designar o 25 de Dezembro como o dia da família.
É que, não deixa de ser interessante. Porque carga de água é que todos nós, mesmo os que não acreditamos, celebramos o Natal?! Não tem nada a ver com o menino Jesus...
Olha! E eu a achar que este seria um post pacífico e encontro aqui a malta à batatada...
Pois Miguel, eu cá digo o mesmo ( e pelos vistos a Joaninha também) mas, apesar de o que ligava ao
Natal ser a Árvore, e já agora o Pai Natal, à minha volta havia quem fizesse presépios, tinha vizinhos que iam à missa do galo, e até na TV de falava no Natal como o nascimento do Menino Jesus.
Para mim é mais uma questão digamos de cultura geral...
Por acaso a Páscoa de que te lembraste, estava realmente mais ligado às férias do que a outra coisa.
O anónimo parece-me muito extremista. É certo que «a Igreja Católica se apropriou de uma festa pagã» mas foi mais do que uma tentativa. Apropriou-se mesmo!
A minha resposta e o comentário do Miguel entraram com um segundo de intervalo pelo que não o tinha lido, naturalmente...
Bom, não sei.
É que Miguel, uma educação menos religiosa do que a minha é difícil ter, e contudo eu ouvia falar nas coisas. Não era uma questão de ter aulas de religião, até podia fazer confusão, mas a lenda estava cá, com a história dos Reis Magos e a estrela e isso tudo. Para mim era uma história, tal como a do pai natal, mas tinha ouvido falar.
De onde se prova que as experiências de cada um são mesmo pessoais, não é?
Emiéle, pode ser. Mas também te posso dizer que quando eu era puto, fazia-se o presépio e eu nem queria saber daquilo para nada. Era mais um elemento decorativo. Já quanto à televisão e por aí fora, lol, tudo o que fosse religioso ia para a rua jogar à bola ou ia brincar para o quarto ou para casa de amigos. Já com os Playmobil, Legos, é só escolheres (bom, também já jogávamos à batota!).
Por tudo isto, parece-me perfeitamente natural, extremamente natural, que os putos não façam a mínima ideia do que é o Natal. Mas é que me parece naturalíssimo!
Sempre que apareciam por esta altura os filmes de índole religiosa - aquelas verdadeiras estopadas para Menores de 12 anos - alguma vez eu ficava a ver?! Nunca!
Bom e, sinceramente, nunca conheci ninguém que fosse à missa do Galo. Até porque, sendo de Lisboa, as igrejas mais próximas eram longe pa caraças. Estás a imaginar, no frio?
Mas é como dizes, as experiências de cada um são mesmo pessoais. E, sinceramente, parece-me ser informação perfeitamente redundante para os putos...
É fácil de ver porque é que mesmo os "não crentes" festejam o Natal, porque esta festa começou a ser celebrada antes de lhe ser atribuída a data de nascimento de Jesus pela ICAR (outras religiões atribuem datas diferentes), na verdade celebra-se o solstício de Inverno...
Mas já agora, eu costumo ir à missa do Galo com a família! já faz parte da tradição, e aqui em minha casa nunca existiu Pai Natal... no fundo é tudo uma questão de hábitos!
De hábitos e realmente de regiões onde se vive. O Miguel e eu também, vivíamos em Lisboa e as coisas têm um determinado aspecto contudo, na província imagino que certos hábitos se mantivessem mais tempo, como esse da missa do galo (que devia ser um frio terrível, então aí em cima!)
Mas ainda ontem estive a comparar costumes: o bacalhau, por exemplo, é um costume do norte porque se festejava sobretudo o 24, mas quem nasceu no sul, a festa era mais a 25 e comia-se carne, o perú por exemplo...
Reparem numa terra pequenina como a nossa a diversidade que existe!
Frio é uma palavra demasiado modesta para descrever o tempo que está nestes últimos dias... se no dia 24 estiver assim... ui ui!!
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