quinta-feira, dezembro 14, 2006

Afinal quantos desempregados há?



Como se pode saber quantos desempregados existem?
A entidade que fornece essa informação é o IEFP, ou seja, traduzindo a sigla, o 'Instituto de Emprego'. Mas a verdade é que a
definição do que é o «emprego» é controversa.
Porque o que se entende é que só existem duas situações, ou uma pessoa está «desocupada» oficialmente, ou seja não só não faz absolutamente nada e foi informar disso o IEFP, ou … não. O que quer dizer que todas as outras, não estão desempregadas. Quem está a fazer um curso de formação profissional, por exemplo, é como se estivesse empregado.
Para além disso, alguém que esteja à procura do primeiro emprego não está «desempregado», por um lado não tem subsídio, como é natural uma vez que nunca trabalhou, mas tem de se lembrar de ir lá regularmente informar que continua sem trabalho, porque se deixa passar algum tempo conclui-se que é porque já tem trabalho…!
Pode ser que tudo isto seja impecável e de acordo com todas as normas internacionais, mas lá que nos induz em erro, desculpem mas sim!
Por hipótese, alguém que termine um curso médio começa a procurar emprego. Inscreve-se no IEFP mas depois, atarefado nessa busca não vai lá regularmente e, quando lá passa a saber se há novidades, informam-no que já deram baixa dele porque como não disse nada era porque entretanto se devia ter empregado. Ou então, faz um estágio do PEPAP, o que quando terminar o faz voltar à estaca zero porque também não lhe confere estatuto de desempregado. Estes milhares de candidatos a primeiro emprego, não contam estatisticamente. Estão no limbo: nem empregados nem desempregados.
É bom para as contas do estado, é mau para a vida de cada um.

4 comentários:

Anónimo disse...

Penso que já uma vez escrevi aqui, por causa deste tema, que tenho um familiar próximo a viver essa situação do tal «desemprego que não o é»...POrque como dizes para haver desemprego, tem de existir previamente o dito.
Portanto quem o procura anda mesmo nesse limbo como chamaste. E os empregos temporários de 3 meses, não servem para nada a não ser para desencravar, mas não descontam para a caixa, nem para coisa nenhuma.
É lixado Emiéle.
Só as contas é que ficam muito compostinhas...

Anónimo disse...

Isto rompe as costuras por todo olado. E a verdade é que a Segurança Social já não dá mais...
Não sei o que é pior, se quem não arranja um primeiro emprego ouy quem não arranja um último!

Farpas disse...

Bem... o blogger andava zangado comigo... há 2 dias que não conseguia fazer o login para comentar... finalmente deu! Mas fiquei muito chateado porque hoje ia ser o teu primeiro comentador logo nesta noticia! Eram 7:56 quando aqui entrei, precisamente porque eu, impregado ou ninpregado ou o que quer que eu seja, estava a caminho de mais um "biscate"... e aqui se continua de um lado para o outro a tentar arranjar qualquer coisa, sem fazer parte de nenhuma estatística...

Anónimo disse...

Ooooh! Que pena! Se te tivessse visto por aqui a essa hora devia pensar que estavas doente... :)
Mas a blogspot está a «webloguerizar-se»! O Miguel já se queixou várias vezes de não conseguir entrar e eu não consigo comentar no Troll a não ser com muita insistência. Que gaita!
E logo eu que adoro o feed-back dos comentários...
Quanto à tua situação é bem chata. Porque no fundo é melhor ter uns «biscates» do que não fazer nda, mas com a tua formação é bem revoltante não haver trabalho 'decente' para fazeres.