sábado, novembro 11, 2006

Quando os estudos não confirmam aquilo que se queria

O melhor será enfiá-los debaixo do tapete.
Parece que já em Maio deste ano uma empresa, creio que imparcial, efectuou um estudo comparando os ganhos dos trabalhadores do público e do privado. Acontece que a conclusão foi contra o que há anos se anda a impingir, ou seja que a nossa «função-pública-é-uma-priviligiada-por-que-ganha-mais».

Não se confirma.
Não se confirma mesmo nada! Mas, claro, o melhor seria esconder estes dados, que assim vendia-se melhor a imagem com que somos bombardeados. Assim como a velha frase de que «nós» privados pagamos impostos e portanto somos os patrões da F.P. a quem pagamos os ordenados, como se toda a gente não pagasse esses impostos… Porque, nessa lógica, os patrões de qualquer trabalhador não seriam nunca os patrões que os tinham contratado e sim os clientes da firma que, por consumirem os seus produtos, contribuíam para os seus salários.
Que lavagem ao cérebro se tem feito à nossa gente!

4 comentários:

Anónimo disse...

Havia tanto para dizer, e eu não tenho tempo...!
Mas realmente há muitas «ideias feitas» que é difícil desmontar. Sendo certo que muita coisa tem de mudar, e que há erros graves na distribuição mas sobretudo na motivação dos trabalhadores, este caminho de confrontação é claramente errado. Como é que há trabalhadores a mais quando tantos países que admiramos têm muito mais do que nós?! Estão é muito mal distribuidos.

Anónimo disse...

É verdade!fj

Anónimo disse...

Não estou como a Joaninha, porque «tempo» tenho, mas nem me apetece falar. É um bocado malhar em ferro frio. E as pessoas t~em a mania de cair em campos opostos: toda a gente terá de concordar que muita coisa está errada na F.P. e tem de ser mudada, o que aliás já o devia ter sido feito. Mas... não é só cá, e é essa ideia a que fica.
A minha mulher trabalha num banco, é muito boa profissional e tem uma chefe que passa imenso tempo ao telefone a tratar de assuntos pessoais, e quando se aproximam as 6 da tarde é que se lembra de coisas urgentíssimas, que têm de ser feitas naquela tarde sem falta! E uma colega que se sabe auto-promover muito bem, está já proposta para subir enquanto ela continua com o mesmo cargo. Mas como criticar a chefe?
(ah, mas voltando ao tema do post, o certo é que ela ganha mais do que eu e no fim do ano tem um envelope para além do 13º mês, coisa que nunca se passa na f.p.)

cereja disse...

Joaninha e Zorro (e FJ também, é claro mas como 'falaste' menos...) é interessante esse ponto de apresentar outros exemplos. Porque no extremismo de se apresentar tudo a preto e branco até parece que no «público» é tudo mau e no «privado» tudo bom. Esse exemplo do Zorro de uma chefe que não o sabe ser nem organizar o trabalho, mas por outro o trabalhador ter uma gratificação extra, é importante.
O que não altera o facto de ser indispensável uma grande «mexidela» na A.P. e alteração de mentalidades de todos - funcionários e público.