O Diabo veste Prada
Fui ao cinema. Ver «O Diabo veste Prada» que estava mesmo a calhar para uma tarde de segunda-feira. Estava já prevenida que a Meryl Streep não sendo a protagonista, dominava este filme portanto não foi surpresa ter reconhecido isso. Que actriz espantosa!
E ao sair da sala vinha a recapitular alguns dos papeis que a vi representar e pensar como é tão versátil e capaz de nos transmitir personalidades tão diferentes como as que vimos desde o “Kramer contra Kramer”, “Amulher Amante do Tenente Francês”*, “As Pontes de Madison County”, “Africa Minha”, “As horas” … ( e todos os outros que estou a saltar) para chegar a este “Diabo”. Mas, enquanto ia pensando que eram realmente personalidades muito diferentes, e comparava a Francesca de Madinson em contraste com a Miranda do filme de hoje, reparei que não seriam assim tão diferentes. Recapitulando as figuras encarnadas por ela, pelo menos nos filmes que vi, eram sempre mulheres de uma grande força. É certo que qualidades de força diferentes, mas força. Claro que a dona de casa que opta por ficar, mostra uma força diferente da mãe Kramer, e sobretudo desta Miranda, mas sente-se que são personalidades indomáveis, que decidem por si, pela sua cabeça.
É curioso que no filme que vi hoje, a ‘vítima’ a justificar as atitudes da patroa diz «a verdade é que se ela fosse um homem, este comportamento era considerado normal». E afinal é um pouco o segredo de algumas pessoas se sentirem irritadas com esta história – não é suposto uma mulher ter tanta autoridade, tanto poder de decisão, tanta audácia e rapidez nas suas escolhas. E choca, uma mulher que é mostrada com o símbolo da moda e do feminino ter um pulso tão firme e duro.
Mas… porque não?
E ao sair da sala vinha a recapitular alguns dos papeis que a vi representar e pensar como é tão versátil e capaz de nos transmitir personalidades tão diferentes como as que vimos desde o “Kramer contra Kramer”, “A
É curioso que no filme que vi hoje, a ‘vítima’ a justificar as atitudes da patroa diz «a verdade é que se ela fosse um homem, este comportamento era considerado normal». E afinal é um pouco o segredo de algumas pessoas se sentirem irritadas com esta história – não é suposto uma mulher ter tanta autoridade, tanto poder de decisão, tanta audácia e rapidez nas suas escolhas. E choca, uma mulher que é mostrada com o símbolo da moda e do feminino ter um pulso tão firme e duro.
Mas… porque não?
* (A Saltapocinhas chamou-me a atenção para o disparate, e tive de vir emendar. Evidentemente que o filme se chama «a amante do tenente francês»)
6 comentários:
Qualquer dia temos a Merly a servir de molde para bonecos de semáforo!!
LOL
E podia ser pior...
Olha, nem pensava descer ao dia de ontem, achava que tinha visto tudo e como não costumas escrever à noite...
De facto, a malvada da fita, é uma figura marcante. Quando a vemos sem maquillage, olhos de choro, ao constatar o divórcio e o modo rebuscado como informa a secretária disso pela indirecta de mudar os lugares na mesa de jantar... Um portento! E é uma figura tão inteligente, que sendo paresentada como má, gosta-se dela.
Essa cena de que falas é magnífica. A leoa ferida mas que ainda morde. Sendo um filme «leve» é bem interessante, e vê-se con gosto.
Bom ou muito me engano, ou a pergunta que deixas no ar no final, tem duplo sentido..:)
Para essa questão que eu penso existir, a resposta encontrada é que minha querida, ainda vivemos numa sociedade retrogada, cheia de tabus e de velhos sindromas de machismo entrosado e que dificilmente um dia neste pais à beira mar plantado irão desaparecer.
Quanto à Meryl, é uma diva da 7ª Arte e de hollywood, não vi o filme, mas não me espanta que seja um verdadeiro colosso.
Certo, Luis, tinha mesmo «duplo sentido» :))
Estava a brincar, e sei bem que existem ainda estereotipos tão enraízados que nos custa a acreditar. E qui, creio que sou imparcial, porque encontramos essas 'ideias-feitas' tanto em homens como em mulheres! Mas o que me deixa mais desconfortável, é constatar que mesmo em gerações jovens onde seria suposto haver maior 'arejamento' de ideias, muitas vezes encontramos os mesmos estereotipos e lugares pré-destinados na nossa sociedade.
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