quarta-feira, novembro 15, 2006

Estávamos a precisar de rir um pouco

Lembro-me bem que quando foram as eleições que afastaram aquele «caso-de-humor-sem-se-dar-conta» dos focos das notícias, alguns dos cartoonista e humoristas profissionais se queixaram porque tinham de voltar a trabalhar. Enquanto o inacreditável menino-guerreiro brincou aos Chefes de Estado tinham a papinha feita. Era só transcreverem o que ele dizia.
Passou-se algum tempo, ele «tem andado por aí» conforme avisou e entretanto produziu obra. Escreveu um livro! Chama-se "2004: Percepções e Realidades" e há ali pano para mangas para matar a fome aos humoristas.
Eu não o li, podem imaginar. Mas fui massacrada por todo o lado com declarações da criatura – rádio, jornais, televisão, até no metro naqueles jornais projectados lá se ouviam as afirmações de PSL:
não se trata de um ajuste de contas com os opositores é claro, mas faz notar que alguns dos protagonistas dessa crise "foram eleitos para altos cargos" e já agora podemos concluir que Cavaco "um protagonista muito importante" e, atenção, note-se que o foi «pelo silêncio ou pelo que não foi dizendo», e até foi eleito para um cargo muito importante a condizer ( que por azar era um cargo que PSL em tempos tinha cobiçado…)
Como requinte, note-se bem que a Zita Seabra prevê que o livro "vai ser um 'best-seller”. Pois claro.

5 comentários:

Anónimo disse...

Hoje escreveste tanto que não vou ter tempo para os comentar todos agora de manhã (tenho de trabalhar, né?)
Realmente estou já a imaginar o Gato Fedorento da semana que vem! Este tipo é um manancial!!! Aquela de se referir ao Cavaco censurando a sua atitude «pelo silêncio ou pelo que não foi dizendo», é maravilhosa! E também fui bombardeada com as declarações do «autor« sempre que ligava o rádio ou TV. Gaita!!! que máquina de propaganda!

Anónimo disse...

LOL
Estou como a Joaninha, cheio de esperança nos nossos Gatos!
Este gajo é um maná!!!!

cereja disse...

Estás cheínho de razão Ilha_man. Cheínho! Só que no tempo de Santana (e aí o homem tem razão) as próprias forças que agora sustentam este governo, chamemos-lhe para facilitar o ‘grande capital’, os grandes empresários, banca, seguros etc, acabaram por se afastar dele. Foi tanto o disparate que perdeu a credibilidade. No caso de Sócrates como as decisões que têm tomado os favorecem, até o apoiam. Depois há a questão da maioria absoluta. Apesar de tudo no governo anterior, havia uma coligação, mas mesmo essa estava muito abalado no final, ninguém se entendia.
Mas voltando ao que disseste, de facto as condições, à vista desarmada, parecem muito semelhantes.

Anónimo disse...

Sou um simpatizante social democrata, não o nego nem tenho que o negar, não tenho vergonha de o fazer e cada um é livre de seguir os seus ideais, contudo, no que toca à pessoa de PSL, devo dizer que o mesmo me "desiludiu" por completo.
Desde sempre me habituei a ver aquela personagem nos colóquios do partido a desafiar tudo e todos e a dizer o que os outros não tinham coragem de dizer.
O falhanço do seu governo ou desgoverno, quase que o consigo equiparar ao segundo mandato do Professor Cavaco, em que foi, ao que tudo indica, mal acompanhado.
Quanto ao seu livro, ainda não tive hipotese de o ler, espero contudo poder dar uma vista de olhos, pois para além do factor literário puro, gostaria de ver as farpas que ele terá certamente lançado a alguns dos senhores da politica e da industria nacional.

Farpas disse...

De facto até pode haver semelhanças mas em termos de trabalho é impossível comparar! E uma outra coisa é o modo de fazer as coisas, há várias maneiras de fazer a mesma coisa.

Mas sem dúvida que foi um período fértil da comédia portuguesa e este livro promete servir para dar grandes gargalhadas!