Água
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, costuma-se dizer.
Calculo que viver-se numa zona de seca, num deserto, seja um pesadelo. Mesmo nós, vivendo num clima temperado (?ai é?) quando temos muitos dias de calor consecutivos onde tudo fica ressequido, ficamos desesperados.
Mas assim também não!
Hoje nem vou escrever nada com pés e cabeça porque me sinto húmida, completa e absolutamente húmida!!!
Os chapéus de chuva nem mesmo para enfeitar servem, porque assim que se abrem viram-se do avesso e parecem mais papagaios para soltar ao vento. As botas, para atravessar seja que rua for, ensopam-se de tal modo que me fazem saudades das de borracha amarela ou vermelha que calçava quando tinha 8 anos. Os casacos ou gabardines pingam como se tivessem saído da máquina de lavar roupa.
E depois, o que me incomoda mais, é que TUDO fica húmido! Temos a sensação de que os objectos estão húmidos, os livros estão moles, a louça parece molhada, o ambiente está contra nós!!!
Não.
Estou farta.
Não quero mais água. É incrível como ela nos parece linda, azul e brilhante no Verão! Vejam agora, cinzenta e antipática... Tudo lamacento. Chega!
Calculo que viver-se numa zona de seca, num deserto, seja um pesadelo. Mesmo nós, vivendo num clima temperado (?ai é?) quando temos muitos dias de calor consecutivos onde tudo fica ressequido, ficamos desesperados.
Mas assim também não!
Hoje nem vou escrever nada com pés e cabeça porque me sinto húmida, completa e absolutamente húmida!!!
Os chapéus de chuva nem mesmo para enfeitar servem, porque assim que se abrem viram-se do avesso e parecem mais papagaios para soltar ao vento. As botas, para atravessar seja que rua for, ensopam-se de tal modo que me fazem saudades das de borracha amarela ou vermelha que calçava quando tinha 8 anos. Os casacos ou gabardines pingam como se tivessem saído da máquina de lavar roupa.
E depois, o que me incomoda mais, é que TUDO fica húmido! Temos a sensação de que os objectos estão húmidos, os livros estão moles, a louça parece molhada, o ambiente está contra nós!!!
Não.
Estou farta.
Não quero mais água. É incrível como ela nos parece linda, azul e brilhante no Verão! Vejam agora, cinzenta e antipática... Tudo lamacento. Chega!
15 comentários:
É mesmo um post líquido :)
E dá para adivinhar que deves estar com um mau humor de fugir.... Ui. UI...
Ora cá está, preso por ter cão e preso por o não ter...
Oh criaturas impossíveis! Queriam chuva? Cá vem ela!!! :)
confidência: também estou farta!!!
Smepre convivi com esse drama, que creio não ser só português, o de nunca estarmos de acordo com o tempo que nos é oferecido pela natureza, que tão mal tratamos.
Sempre ouvi, os lavradores queixarem-se, ora dos Invernos rigorosos, como este que nos está a assolar, como dos Estios, mais prolongados e arrasadores com o seu calor excessivo, ao passo que "outros", se deliciavam, nas praias com esse mesmo calor. Contudo, entendo perfeitamente o teu drama, pois a chuva tem sido demais e o pior, refiro-me agora ao caso concreto dos Açores, acompanhada de fortes ventos, que tudo prejudicam.
Fomos sendo habituados a anos de secura e, com isso, mudando os hábitos e os vestuários. As cidades foram crescendo, as estradas aumentadas, a bem da circulação e da dimunuição das distâncias, mas só agravou o sistema, pela excessiva impremeabilização dos solos e excesso de poluição que vai entupindo as poucas zonas por onde a água se tem de escoar. E por aí fora.
Dramático é o que aconteceu no Haiti, de que ainda não sabemos metade e para essa e outra situações semalhantes, vão os meus sentimentos de desgosto e consternação. Nós por cá e eu especialmente, estou feliz por saber o Aqueva na cota máxima, resta-me saber se o governo terá "unhas" para a saber aproveitar ou se, pelo contrário serão os nossos companheiros da IBÉRIA, a usufruir, dessa benasse.
Concorne, no entanto, com a tua indignação pois para o cidadão que se tem que haver com esta enormidade de chuva, não é fácil levar a vida, normalmente.
No último parágrafo há um enorme erro, que espero me desculpes. CONCORDO, era a palavra!
E nós por cá que levamos com o anticiclone dos Açores....
Pois, este tempo deprime-nos, tudo escuro á nossa volta e resta-nos a consolação que no Verão
não faltará água ás populações que disso sofrem, já o garantiram, e o facto de sabermos que depois da tempestade vem a bonança ...
Pobres dos Haitianos!!!
Já aqui está uma ma-ra-vi-lha! Chove todos os dias um temporal, com ventos, que parece que vai levar o telhado. Mas é bom, porque o vento refresca - pelo menos enquanto chove.
Depois, em alguns casos, o vento e a chuva são tão providenciais, que levam, mesmo, os telhados e as casas, deixando tudo muito mais refrescante.
Isso, sem contar nos maravilhosos banhos de lama, que fazem bem para a pele.
Tem pessoas que não resistem e pulam nas águas dos rios. Gostam tanto que nem apareceram até agora.
Várias cidades estão em estado de alerta só no Estado de São Paulo - vai virar um Estado de Lama. Talvez alguém pense em criar uma estância no meio deste barro todo.
Ironias de mau gosto à parte, eu moro perto de uma das Serras importantes daqui da Capital - Serra da Cantareira. Ontem viajei e tive que atravessá-la. Em vários pontos já havia deslizamentos oferecendo perigo para os motoristas. São árvores de médio e grande porte numa região preservada, praticamente penduradas, prestes a cair no meio da estrada se houver uma chuva mais forte.
Acho que a Terra está chorando... Passamos do limite.
Beijos
Sobretudo o carater deprimente desta
chuva será o que incomoda mais.
PS: para os que se lembrem de que "choveu em Santiago" sugiro a leitura de "A sombra do que Fomos", de Luis Sepulveda, muito interessante (e barato, foi-me oferecido...),um pouco descentrado mas muito curioso. O ideal era ter cá o filme, de Costa Gravas, mas é dificil.
Querida Senhora, eu tenho «brincado» mas a verdade é que o que se está a passar na tua terra é sério, e lamento muito.
A minha «brincadeira» é porque, exactamente na linha do fj, este tempo para mim fomenta o que se pode chamar depressão. Torna tudo tão cinzento e triste que nem me apetece escrever...
Zé Palmeiro - claro que voltas a por as coisas com bom senso. Eu estava um tanto a brincar por este excesso de humidade que faz com que não tenha um par de sapatos secos para ir à rua, e já me sinto constipada de novo (gaita!!!) mas era o que eu queria dizer com o «nem tanto ao mar nem tanto á terra» as secas são ..... uma seca, mas isto assim também não tem graça nenhuma!
Tinha aqui estado, há segundos, não sabia da existência do livro do Sepúlveda, de que fala o FJ e fui ver se me informava. Regresso e já tu, por aqui andas. Fiquei curioso e vou ver se o leio. Quanto ao filme, não sei se existe mas se o houver, lá o terei que ver. Um abraço de agradecimento ao FJ.
Quanto a ti e aos teus problemas de humidade, entendo-os bem e só estava a querer que a conversa tomasse "O" outro rumo.
É mesmo horrível.
Em casa ainda se passa razoavelmente, mas na escola até os desenhos dos miudos que estão expostos ganham barriga e ficam moles.
Já para não falar do refeitório completamente ensopado.
Credo!
Emiele, a brincadeira a que eu me referia, era a minha, não à sua! :)
Acho que devo desculpas... Este Atlântico vez ou outra atrapalha a comunicação. ;)
Mas horrivel mesmo está no Haiti...
Assustador. A Terra chora de soluçar...
Beijinhos, e mais uma vez, desculpe-me por dar margem a outra interpretação.
Ah, esqueci-me de dizer que, de uma maneira geral, até gosto de chuva.
Se for à noite e/ou numa altura em que não precise sair de casa, eu adoro!
Pois Saltpocinhas, eu cá também. Sobretudo nas condições em que falas. Mas o que é demais é demais!!!!
Senhora, entendi o que disseste. É o teu jeito inconfundível de falar e escreves muito bem!
com muito atraso, mas ainda assim...
confidência:- estou fartinha desta chuva. podia chover de noite, não acham? E de dia estava seco, e contentava tudo e todos.
no Brasil está uma desgraça e a SRA, tem razão, mas humor é preciso.
quanto ao livro que o FJ, recomenda, não sei muito bem se é bom para toda a gente. talvez mais para os deprimidos, Zé Palmeiro, o que não me parece pelo pouco que tenho lido das respostas. não sei se há filme, mas vou averiguara.
ate llogo.
abraço.
silvya
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