... mas não vai ser.
Quando soube da partida do Raul Solnado, pensei deixar na minha «música de Domingo» a sua «Cantiga do Malmequer». Achei que encaixava nesta rubrica e era uma maneira de "falar" dele sem falar. Como já aqui expliquei renunciei a falar dos que partem, porque são tantos que o Pópulo parecia uma coluna de necrologia e não queria tal.
O «Malmequer» cumpria bem essa referência discreta.
Infelizmente não tenho o meu pc, era lá que tinha gravado o acesso ao site onde tenho as minhas músicas, e não consegui encontrar a cantiga noutro local onde pudesse copiar para aqui. Portanto deixo apenas a letra e espero que na vossa cabeça a completem com a tão conhecida música:
Português, ó malmequer
Em que terra foste semeado?
Português, ó malmequer
Cada vez andas mais desfolhado Malmequer é branco, branco
Que outra cor querem que escolha
Se te querem ver bonito
Por que te arrancam as folhas?
Por muito humilde que sejas
Malmequer ó meu amigo
Lá vem o dia da espiga
Que tens honras de trigo
Refrão
Malmequer tens pouca flor
Mesmo assim és um valente
Antes ser dez réis de flor
Do que ser dez réis de gente
És uma flor do povo
Vem do povo a tua força
Estás bem agarrado à terra
Não há vento que te torça
Refrão
Malmequer ou bem-me-quer
És a flor mais desprezada
Uns com muito, outros com pouco
E a maioria sem nada
És branco da cor da paz
Mas seja lá por que for
Há para aí uns malmequeres
Que andam a mudar de cor
Refrão
Regam-te a seiva com esperança
Mesmo assim não és feliz
Há muitas ervas daninhas
Que te atacam a raiz
Malmequer se fores regado
Num dia de muito Sol
Cresce, cresce, cresce, cresce
Para seres um girassol