Entre os que gostam da época e os que não gostam, e até os que a acham «assim-assim», a verdade é que, sobretudo no ocidente, não se fica indiferente à época «Natal» (até como referi, para embirrar com ele...)
Muita «magia», os pais-natais que aqui há uns anos existiam só na fantasia infantil, hoje aparecem a tirar fotos nos Centros Comerciais, com meninos ao colo e até os vemos por aí aos montes, em tamanho reduzido, a subirem pelas paredes dos prédios, desdenhando da tradição da chaminé.
Mas sabemos que não é só esse aspecto (importante) das prendas aos meninos que se portam bem – mas, alguma vez, um que se tenha portado mal ficou sem prenda? – e com o andar dos tempos essa troca de presentes entre toda a gente causando a aflição dos lojistas quando a coisa não corre bem. É muito mais do que isso. É a preparação da comida nesses dias, que é sempre com uns manjares especiais, é o encontro entre as pessoas, que mesmo que se vejam poucas vezes por ano, nestas dias aparecem para dar um abraço, e é…. tá, tá, tá, tá, os enfeites típidos da época. Até as ruas se enfeitam com luzes, e até faz parte da tradição ir dar um passeio à noite para as ver acrescentando a nossa opinião, nem sempre simpática…
E sobretudo a nossa casa.
No meu caso, isto dura cerca de um mês.
Nos inícios de Dezembro, aproveitando os feriados, a casa transmuta-se por magia. E é engraçado que mesmo que dê trabalho, é sempre com muitos risos e grande paródia que se vai inventando enfeites novos, locais originais, ou procurando o local exacto daquele que é ‘sagrado’, tem de ser exactamente em determinado sítio …
E são vitraisinhos nas janelas, coroas de verdura nas portas de casa, uma mais espampanante para a porta da rua, montes de fios doirados ou prateados saindo dos objectos mais vulgares, estrelas, sinos, flores, velas, a casa parece que levou com uma varinha de condão das de boa qualidade. Até a luva de banho, neste período, é a cara do Pai Natal! :)
E já salto por cima do prato de resistência, que é o maravilhoso pinheiro, é claro! Nisso nem falo!
E vivemos um mês inteiro numa espécie de «casa encantada». Depois chegam «os reis». E o sonho tem de voltar para o baú…
Hoje, olhei para a minha casa e achei-a tão vazia… Ná. Tenho de dar uma volta a isto. Dinheiro para remodelações não há, mas sempre se pode mudar o lugar de um ou outro móvel, trocar um candeeiro de sítio, passar a usar uma louça que estava mais guardada, enfim, dizer adeus ao Natal, mas ao menos não regressar para a mesma casa que estava a habitar em Outubro. Talvez daqui a uns tempos, lá para fins de Fevereiro, tudo volte então à rotina.