quinta-feira, março 26, 2009

Lei da paridade

Parece que vai ser difícil.

O cumprimento de quotas para que exista uma percentagem sensível de mulheres nas listas de candidaturas partidárias está a gerar alguma aflição, um parto com forceps parece.
É curioso que seja para as autárquicas que a coisa esteja mais feia.
Até pensei que um poder «mais perto de casa» fosse mais apelativo às mulheres. Afinal aí não têm de fazer leis, é gerir com honestidade as questões do seu bairro.
E nas ONG’s?
Será que aí não encontram mulheres interessadas em trabalhar?...

Não sei.
Mas vai ser interessante analisar os resultados.


11 comentários:

Anónimo disse...

Vai correr muita tinta...
(ou desgastarem-se algumas teclas, como se devia dizer hoje em dia)

Se por um lado alguém disse que as coisas só começam a andar quando se mete a carroça à frente dos bois, o certo é que esta lei é e foi muito controversa. Porém nos países que agora têm realmente uma participação feminina maior creio que também começou a ser assim, à força.
Será que dá?...

Anónimo disse...

Eu dantes pensava que havia dois generos.O femenino e o masculino.Também pensava que as mulheres (em abstracto) se estivessem na politica, a politica era com certeza melhor.hoje acho que há três géneros.E que o "politico" é o terceiro independentemente das suas particularidades biológicas.Salvo raras excepções.Mas neste momento começo a acreditar de novo nas mulheres.Exactamente naquelas que se recusam a fazer parte das listas.E não é uma questão de "poder não obrigada" como se dizia do nuclear.È só uma questão de decencia.AB

Anónimo disse...

Claro que não incluo aqui aquelas que tendo feito parte de listas no passado e assumido cargos, não o querem fazer agora porque os "proventos" podem eventualmente não ser os mesmos.AB

Anónimo disse...

"Feminino",desculpem lá saiu com "e".AB

Anónimo disse...

* palmas*!!!
Essa dos 3 géneros é um achado!!!

josé palmeiro disse...

Podes crer, AB, tens toda a razão. Não tinha observado a "coisa" por esse prisma, mas está certíssimo!!!

fj disse...

Pois é. O «animal político» é uma 'espécie especial' e infelizmente não anda em vias de extinção, muito pelo contrário!!!!

De qualquer modo, os homens já mostraram aquilo que são capazes, talvez não fosse mal, ver o que são capazes as mulheres. Mesmo que seja mal.
E, por mim, acredito que a um nível como dizes, mais prático - juntas de freguesia e um poder local mais próximo - tenham uma capacidade de intervenção boa. Sabem que creches são precisas, que organização de moradores, como cuidar dos espaços verdes. dos parques infantis, como sensibilizar para que os ecopontos não fiquem no nojo que se vê, etc e tal.

Anónimo disse...

Não suporto este conceito de defesa das mulheres como se se tratasse, duma minoria etnica. E o mais engraçado é que até estamos em maioria!! Os homens tomaram o poder em tudo e nao suportam verem-se relegados para segundo plano.Uma sociedade assim é pobre.Não devia haver descriminação por género, mas sim por valores. Isso das quotas mete-me nojo...Ai zorro , zorro não gostei nada do que disseste.``Vamos lá dar-lhes o beneficio da duvida``... e ainda acrescentas com lugares de menor importancia... mais ou menos esta ideia. Desculpa se me precipitei na analise do teu comentário.

fj disse...

OK, Kika, entendeste realmente mal aquilo que eu disse (ou fui eu que não me soube fazer entender...)
- Não considero de modo nenhum, mas mesmo de modo nenhum, que o trabalho a nível de Poder Local seja de menor importância. Para mim a importância é idêntica e até diria que o do Poder local é MAIS importante. Aquilo que queria dizer é que é menos 'teórico', tem menos parlapié, pode estar ligado a situações a que as mulheres com mais sentido prático podem resolver melhor.
- ao escrever «os homens já mostraram aquilo que são capazes, talvez não fosse mal, ver o que são capazes as mulheres. Mesmo que seja mal» ia no sentido do que disse a AB. Quando se chega ao campo da política (sobretudo partidária) as pessoas transmutam-se! Deixa de haver homens ou mulheres e passa a haver 'políticos'. E aí, sim, eu achava que seria a vez de as mulheres poderem também fazer as suas asneiras se afinal se colocassem nesse 3º género. Mas só lá vão chegar se aceitarem entrar nas listas e se forem votadas (e os votos não têm género!...)

Anónimo disse...

Pronto zorro está tudo claro Sabes, foi aquela frase que me soou mal "Mesmo que seja mal" pareceu-me redutora das potencialidades que em nós existem e das quais estamos sempre a dar provas.Está tudo ok até amanhã

cereja disse...

É claro que este tema leva a posições bem diferentes.
Eu em tempos passei exactamente pela posição da Kika, achava que esta espécie de «discriminação positiva» era irritante.
Hoje já tenho as minhas dúvidas. Porque soube que mesmo nos países mais avançados, onde a coisa agora já funciona normalmente, começou por ser exactamente assim, «imposto».

Lembra-me de há bastantes anos, o Jorge Sampaio ter dito num discurso lá na Suécia creio eu, que ao entrar no Parlamento lhe pareceu que só havia mulheres... Até ficou chocado. Depois vendo com mais atenção, reparou que não era nada disso, estavam lá imensos homens também, mas com a proporção inabitual para um olhar português a coisa parecia que tinha sido «uma invasão» feminina.

Eu entendi o que o Zorro quis dizer e até concordo com ele. Sem entrar em estereótipos, porque evidentemente que não é genético isso de a mulher estar 'dotada' para responder a questões directas da vida corrente, mas por educação e tal como a sociedade agora funciona, imagino que será no Poder Local, a nível de Bairro e Freguesia que talvez o papel da mulher fosse mais importante.