domingo, maio 25, 2008

Não me habituo

Começou há muuuitos anos. Em 1956. Aliás há uns dias a vencedora do primeiro destes festivais apareceu em cima do palco, “bem conservada” até, mas…
Quando começou, muito pequenino, rival do de S. Remo, o Festival Eurovisão da Canção tinha apenas oito concorrentes: França, Itália, Alemanha, Suíça, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Holanda.
Depois cresceu.

Cresceu.

Cresceu.

Quando nós nos interessávamos por isso, aí nas décadas de 60 e 70, não sei agora quantos seriam os países concorrentes, mas calculo que fossem aí uns vinte. Hoje em dia, tem de haver semi-finais e uma final porque são 43 países. Uma maratona de cantigas qual delas a pior (ou sou eu que estou rabugenta).
E a verdade é que, pelo menos na minha família e amigos, há muito tempo que até nos esquecemos desta ‘efeméride’.
E se venho falar nisto é por estranhar a espantosa abertura das fronteiras da Europa.
Aquilo é conhecido por «Eurofestival». E, seria suposto que se passava na Europa. Mas, foi deslizando, Marrocos, Arménia, Geórgia, e sobretudo Israel que lá europeu não é!
Este ano fiquei mesmo de boca aberta quando soube que entrava o… Azerbaijão.
O Azerbaijão???!!!
Fui-me informar e afinal ele até é membro do Conselho da Europa, imagine-se.

Mas na minha cabeça, esses países em «ão» são perfeitamente asiáticos. Tenho de me habituar, mas está difícil.

A Europa está muito grande!


12 comentários:

Anónimo disse...

Parece que foi ontem, não é?...
Estou como tu. Quando vi o que estava a dar, mudei de canal!

cereja disse...

O que estranhei foi o "alargamento" foi aí afora...
Pode estar tudo certo e a mim não me aquece nem arrefece, mas... estranhei.
Por outro lado países que de alguma forma se submetem às leis islâmicas, é um pouco de estranhar aparecerem ali meninas tão descascadas. Mas, talvez ainda bem.

Anónimo disse...

:))))))))
A última coisa que pensei que vinha ler ao «abrir» o Pópulo era o infeliz «Festival Eurovisão»!!! Oh Emiéle, és mesmo ecléctica, criatura.
Para ser franco, nem me lembrei da «coisa».

E de resto, essa abertura nem me espanta. Então as ondas da tv não abrangem todo o mundo? ´Bóra aí! Azerbaijão, Quirguizistão, Tadjiquistão, Turquemenistão, Uzbequistão, Afeganistão, Paquistão, ão, ão, ão, ão...
Quantos mais melhor!

Anónimo disse...

Acho que se chama «eurásia», não é? Depois é a «euráfrica» e a «euramérica»...

Anónimo disse...

O bonequinho lá de cima parece um «lenço de namorados» minhoto!!!
Já que se está numa de revivalismo, apesar deste 'Festival' nunca ter sido grande coisa, houve uma altura onde nos mobilizávamos bastante. Primeiro na escolha da que iria lá fora, depois na votação (nós votávamos na Espanha e a Espanha votava em nós; lindo!) e discutia-se acaloradamente quem merecia ganhar, os que eram mais «comerciais» ou melhores como canções etc, etc...
Afinal, como nas telenovelas: Gabriela, Casarão, Astro, Dancing Day's (se calhar não foram estes os primeiros mas tanto faz!) o maralhal ia vendo e discutindo. depois a quantidade banalizou a coisa. Tal como este Festival - 40 concorrentes? Há lá pachorra?!?!

Anónimo disse...

Emiéle, Emiéle, tu não deves gramar os gajos e lá por isso eu também não, mas olha que a tua frase:
«Mas, foi deslizando, Marrocos, Arménia, Geórgia, e sobretudo Israel que lá europeu não é!» é cómica pelo 'sobretudo'. Entre Marrocos e Israel, qual será o menos europeu?...
Só que, - que eu me lembre - Marrocos nunca concorreu aqui ao Festival. Se calhar é por isso que escreveste assim.
Tás desculpada!

josé palmeiro disse...

Vem mesmo a propósito este post depois do vídeo sobre o nosso planeta. É uma evidente forma de exaurir recursos, sem dó nem piedade, por quem os consome.
O espectáculo é tão pobre como o seu alargamento e não vale a pena estarmos para aqui a falar dele. Acabei!

Anónimo disse...

Para já o argumento "ãos" é esmagador.
Depois há as promoções honoris causae , Acima de tudo Israel ( embora talvez venha a ser promovido a mais um estado dos usa ).Mas Marrocos , Algéria ( e outros ) merecem a promoção.

cereja disse...

Sem-nick, tens razão a frase é.. esquisita, mas como tinha ideia de que os 'outros' países ainda não tinham participado apesar de o poderem fazer, pelos vistos, achei que o «mais estranho» como europeu seria Israel. :))
De resto essa coisa dos «ÃOS» fez-me impressão (outro ão) e que tal o Irão???
Estrela há séculos que cá não vinhas mas ainda me lembro de ti. De facto aquilo é a «eurásia» deve ser por isso...
Zém quanto ao espectáculo nem quis falar, só me chocou a quantidade enorme de participantes, mas de facto parece que quantos mais pior...

Anónimo disse...

Nem lhe dei tempo para dar conta do alargamento.
Mas lembro-me de nos anos 70 e 80 ser uma noite que não se perdia. Não ganharam uns monstros quaisquer no ano passado?

cereja disse...

Era, era, Ciranda, «dantes» há uns largos anos era uma noite divertida onde se juntavam amigos, se davam umas bocas, criticava-se sempre bastante mas a verdade é que até lá levámos (sobretudo com as canções do Ari dos Santos, mas não só) umas canções francamente boas. Claro que o facto de se cantar em português não ajudava, mas isso também não interessava. E, sinceramente, até achava melhor o tempo em que se cantava nas 'línguas nativas' do que agora onde todos cantam em inglês. A individualidade de cada terra esfumou-se com isso de uma língua única!

(realmente o ano passado apareceu uma banda com uns 'monstros' mas não foi a que ganhou acho eu; ganhou a Sérvia, mas já nem me lembro com que cantiga)

cereja disse...

Ainda aqui volto com duas respostas que me escaparam:
FJ, essa das «as promoções honoris causae» é formidável e explica de facto Israel, apesar de este último «ão» não caber bem na ideia.
Ciranda, repara de que o facto de nem saberes quem ganhou o ano passado e eu ter ideia de que foi a Servia (por isso é que o Festival foi lá) mas não recordar minimamente a cantiga vencedora diz bem até que ponto elas são insignificantes e não marcam nada.