domingo, maio 18, 2008

Assim não vale

Não conheço a Urgência do Hospital de Santo António, se calhar é excelente, contudo conheço várias Urgências de Hospitais da zona de Lisboa, e imaginei que não fosse muito diferente.
Se eu sentisse febre e alguns arrepios e procurasse uma Urgência, pelo protocolo de Manchester calculo que deveria receber uma senha verde.
Pessoalmente nunca fui, nem acompanhei ninguém, que recebesse senha verde; infelizmente as senhas foram sempre laranjas porque na triagem os casos foram considerados bastante graves mas, enquanto esperava, falei muitas vezes com 'brindados' com senhas verdes. Essas pessoas estavam ali à espera muitas vezes o dia todo - 6, 8 horas.
A imprensa relata que o Primeiro-ministro ao voltar da sua viagem sentiu febre e arrepios e foi aconselhado a ir a um hospital.
Saiu duas horas depois, com os exames todos feitos e já descansado
"Estou óptimo", informou, muito animado.
Fico satisfeita que esteja óptimo, mas com pena que tivesse ficado com uma ideia errada do funcionamento do SNS.
Que oportunidade perdida de sentir na pele o verdadeiro funcionamento de uma Urgência. Foi batota.

7 comentários:

Anónimo disse...

Uma na ferradura e várias no cravo:
Na ferradura: (ou seja, o 'senão' que o teu post tem) Podia ser que o tipo estivesse com dengue uma vez que vinha do Brasil. E nesse caso era um caso grave e tinha de ser visto logo antes de espalhar o vírus.
No cravo: a)Se fosses tu ou eu, primeiro esperava-se por ser chamada para o rastreio inicial. Essa espera, muitas vezes, entre o papelinho que se recebe ao balcão e ser atendida pela enfermeira que vai decidir se é urgente ou não, chega a durar quase uma hora!
b) Mesmo que fosse considerado urgente (a tal senha laranja) havia as filas de espera pelas análises respectivas, ao sangue imagino que neste caso
c) Se ao vir a resposta se visse que era falso alarme, deixava de ser urgente, e o doente era deixado na sala de espera antes de saber a resposta, enquanto se ia atender os outros mesmo urgentes.

Claro que isto é baseado na minha experiência. Aceito que haja quem tenha outras mais generosas para com o SNS...

Anónimo disse...

A Joaninha é boa em alegorias.Essa das "várias no cravo"é uma boa sintese da estória.Mas podia de facto ser dengue e embora ali a zona da Castilho não seja propriamente um morro, já a assembleia tem degraus e, portanto podia parecer um terreno mais propicio ao contágio.Não podemos correr o risco de ficar sem representantes do povo por "dengue" e muito menos parar o executivo por malária(febre amarela)logo qd. os negócios com a China vão tão bem...Mas além disso o Chavez é um manhoso...Sabe-se lá o que ele poderia ter posto na tinta com que se assinaram os tratados petroliferos...assim uma espécie de tinta invisivel, mágica, que faz esquecer os sequestros para abrir as novas vias do entendimento entre povos...AB

Anónimo disse...

Olá AB!
:)
Por acaso quando estava a escrever que ia dar algumas no cravo, também me ocorreu que o cravo-flor é aquilo que primeiro nos ocorre, e era cómico.
E depois, fiz de facto uma misturada de países sul-americanos. Estava a pensar em Venezuela, como é óbvio, mas fiz um curto-circuito, associei os sinais de febre ao denge de que se tem falado sempre, depois misturei aqui o Brasil que tem estado tão aflito, e às tantas mesmo na minha cabeça o homem tinha ido ao Brasil mesmo!
De qualquer modo, com os retoques necessários, o meu comentário mantem-se...

Anónimo disse...

De qualquer modo, vocês vêm como é bonito, ele deu o exemplo e foi a um Hospital Civil. Devia ter ido primeiro ao Centro de Saúde, mas enfim...
E pagou a taxa moderadora, com certeza.

Anónimo disse...

Estão a ver como esta viagem lhe saiu cara?Multa pelo tabaquinho, mais a taxa...e há para aí mal intencionados que dizem que a politica devia ter espirito de missão.Então mais que isto?Francamente!AB

Anónimo disse...

Mas ele disse logo que estava «óptimo» ainda assim não ficássemos com ideias.

Tens razão AB, se o tipo quiser ser como um comum mortal, já desembolsou algum...
E está bem visto, essa da não-espera. É óbvio que se esteve lá duas horas com exames e tudo a espera foi zero!

josé palmeiro disse...

Nã há que estranhar, à que denunciar, como fizeste.
A razão, é exactamente a mesma porque, a mesma personagem, fumou, sem qualquer pudor, no avião!
Alguma dúvida?