sábado, dezembro 01, 2007

As Juntas Médicas da CGA

São uns casos atrás de casos.
Não há quem faça ver aos senhores médicos dessas tais Juntas que consideram aptos para o seu trabalho ou doentes terminais, ou pessoas com doenças completamente incapacitantes, que são eles que estão a fazer um péssimo trabalho? Que com estas decisões inacreditáveis mancham a sua profissão?
Do caso da senhora que ( é ) era funcionária na Junta de Freguesia de Piães, só sei aquilo que se lê na imprensa e se vê na TV. Mas o que dizem é que tudo começou com uma operação mal sucedida. Se isto se passasse na América e ela tivesse um bom advogado, já aí poderia ter tido uma indemnização de um valor tão elevado que deixariam de ter importância coisas como emprego e reforma! Mas a senhora aceitou a situação e viveu a sua incapacidade como ‘uma fatalidade’ e com resignação. Pelo que contam as notícias, a sua vida é bem difícil. Mas não lhe basta ter uma vida difícil e de sofrimento, para além disso deve «voltar ao trabalho».
Mas qual «trabalho»? Os seus ‘patrões’ não a querem lá, como é natural. Querem é uma pessoa que possa fazer o trabalho que ela não tem possibilidades de fazer. É certo que os Senhores da Junta (a Médica) declararam que ela "não se encontra absoluta e permanentemente incapaz" para o trabalho, mas falta-lhes explicar aos Senhores da Junta (a de Freguesia) qual é esse trabalho. Seria bom sabê-lo.

Há um certo tipo de teimosia que já se torna estupidez.


9 comentários:

Anónimo disse...

Mas é uma estupidez (E É CHAMAR POUCO!) perigosa.
Como muito bem dizes, vivemos aqui num país de brandos costumes onde a malta se habituou a 'amochar'. Todos estes tipos deviam apanhar com processos em cima, e deviam ter de indemnizar as suas vitimas mas mesmo a doer na sua carteira. Talvez não fossem tão desumanos e estúpidos.
(evidentemente que se tem de contar com o corporativismo da classe, e que muitos médicos se defendem uns aos outros mas alguma coisa havia de mudar!)

josé palmeiro disse...

Tanta preocupação tem, este governo em modernizar e pôr o País a andar na linha da frente, que se esqueçe que somos uma sociedade de GENTE. Mas eles pensam que gente , são só eles, e aqui está o resultado. Como eu me lembrei da junta médica, a que fui sujeito. Uma vergonha, três papalvos, sentados, atrás duma mesa, rodeados de papéis e de importância, ou não fossem uma "junta". Para me dizerem o óbvio, que eu tenho um Linfoma, daqueles que não acabam, mas que de momento estava adormecido, inactivo e que portanto, não tinha direito a nada. Mas isto assim mesmo, num edifício sem qualquer dignidade, cheio de indígnos, comandados pelos mesmos indigentes.

Anónimo disse...

Eu começo a desesperar e a pensar que não há mesmo nada a fazer!
Estes senhores muito mais papista do que o Papa, querem poupar dinheiro ao Governo mesmo para além daquilo que os próprios ministros lhes dizem!
Nestes casos lamentáveis, já os principais ministros (Saúde, Finanças e, se não estou em erro, o próprio PM) afirmaram que não se podia ser tão rigoroso (??? não sei se é esta a palavra) nestas avaliações, mas é o mesmo que nada. Aquelas bestas continuam como bois a marrarem no mesmo sentido.
Estou como a Joaninha, se calhar isto só pára no dia em se começarem a pedir-lhes indemnizações quanto mais não seja por «danos morais»!!!
Talvez assim pensem duas vezes antes destas estúpidas decisões.

ilha_man disse...

Como aqui já disse a minha mãe foi a uma Junta Médica da CGA e foi declarada incapacitada para o seu trabalho.
Mas concordo quando a senhora diz:"hoje tenho vergonha do meu país",

Anónimo disse...

Como seria bom não se ter de voltar ao mesmo assunto! Penso que isto já cheira mal, mas a verdade é que as situações se repetem e ninguém aprende com a experiência.
Aqueles senhores (mais papistas que o Papa como disse o King) devem recear a «grande vigarice» de uma senhora que certamente deve ter um ordenado fabuloso uma vez que é funcionária de uma Junta de Freguesia, e deve estar de excelente saúde, mas assim ia ficar com uma reforma injustificada, de certo que para voltar a trabalhar e portanto defraudar o estado.
(este parágrafo está uma confusão, mas não tenho pachorra para o voltar a escrevr)

Anónimo disse...

Olhem que deve ser mesmo isso que a Mary disse, que aquelas alminhas pensam.

Anónimo disse...

É isso, ilha_man, dá alguma vergonha este país! De resto, é certo que nem todas as Juntas são como estes tristes exemplos. Quero mesmo acreditar que a maioria das pessoas que são enviadas para estas Juntas são atendidas convenientemente, a gente só sabe os casos tristes! Também tenho uma familiar, com uma doença incapacitante (no caso dela, Parkinson)que com menos 10 anos do que a idade da reforma, foi reformada. Mas estes casos que chegam à Comunicação Social, parece que quase por birra, os membros da Junta para mostrar «isenção» (???) fazem pior.

Anónimo disse...

De qualquer modo há uma inexactidão. Ela diz "Querem que vá de maca e cheia de comprimidos para suportar as dores no trabalho? Nem pensar", ora não era «no trabalho» e sim «no local de trabalho» porque é óbvio trabalho ela não executa. Naquele estado???

cereja disse...

Olá! Venho como de costume aqui ao fim do dia cumprimentar quem se deu ao trabalho de mostrar que 'tinha passado por cá'.
Este caso é revoltante, de facto. Também quero acreditar que estes casos nos chocam tanto exactamente como o ilha_man e o Raphael dizem, por serem uma minoria. De uma forma geral, uma pessoa que pode apresentar provas de que está doente (infelizmente para ela) é-le reconhecido o seu direito a uma reforma, pois para isso descontou enquanto trabalhou. Aliás se hoje em dia a esperança de vida está maior, também muita e muita gente ainda desaparece pouco tempo depois de deixar de trabalhar. Na minha lista de amigos já desaparecidos, alguns nem à idade da reforma tinham chegado, outros tinham-na há meia dúzia de anos.
Esperemos que estes casos chocantes desapareçam de vez!